Review | Mulaka

Mulaka é um jogo de ação com elementos de RPG desenvolvido pelo estúdio Lienzo. O indie assume a estrutura de um sandbox para contar a história da tribo Tarahumara. O jogo está lançando hoje (27) no Playstation 4 e PC, dia 1 de Março no Nintendo Switch e dia 2 de Março no Xbox One.

O Enredo

No jogo, controlamos um Sukurúame, um shaman poderoso capaz de invocar semideuses. Nosso principal objetivo é eliminar os seres malignos que estão corrompendo as terras da tribo Tarahumara.

No game, os seres malignos são chefes poderosos que precisarão ser detidos para avançar na história. Cada chefe apresenta sua particularidade e, diferente da maioria dos jogos de ação, será necessário mais do que apertar botões x vezes para vence-los. Mulaka força o jogador a pensar, afinal, o progresso do jogo e as Boss Fights são cobertas de puzzles interessantes.

Teré Machiré, um dos chefes do jogo

Jogando a História

Mulaka é completamente baseado na tribo Tarahumara. O povo nativo do México é extremamente bem representado no jogo. A principal característica da tribo é a velocidade na corrida, elemento este presente no jogo. Ao segurar o botão R2 (jogamos a versão de Playstation 4), o personagem começa a correr de forma veloz, indo de ponta a ponta no mapa em poucos minutos.

Além da principal característica da tribo, os elementos místicos da história do povo também se fazem presentes. Ao avançar em cada mapa, é possível adquirir o poder de semideuses, representados no jogo como animais. Esses poderes auxiliam no combate e permitem acessar novas áreas até então bloqueadas. É possível se transformar em uma águia e acessar trechos complicados do mapa ou virar um urso e quebrar uma rocha enorme. Geralmente essas rochas escondem Korima, a “moeda” do jogo que permite aprender novas habilidades.

Para reforçar ainda mais a ligação com a tribo, todas as ambientações do jogo são baseadas na região em que a tribo de fato vive. Os cenários variam entre florestas, montanhas, lagos e desertos escaldantes povoados de escorpiões.

 Progressão Limitada

A árvore de habilidades de Mulaka é bastante limitada e carece de variedade. As poucas opções permitem aumentar o HP, aumentar o ataque ou reforçar a lança, aumentando a velocidade de retorno ou o alcance da mesma.

Outro elemento ligado a progressão no jogo são as poções. Existem quatro tipos de poções, cada uma oferecendo um bônus diferente. É possível recuperar o HP, criar poções-bombas ou reforçar a defesa do personagem com elas.

A criação de poções é uma atividade comum entre a tribo Tarahumara. Os xamãs são figuras extremamente respeitadas entre o povo dessa tribo.

Conclusão

Mulaka é um indie de ação e aventura que funciona muito bem e serve como uma homenagem a tribo Tarahumara. Variando entre ação frenética e puzzles bem pensados, o jogo se consagra como uma das maiores produções culturais de estilo Indie dos últimos anos. Ao final do jogo, o que sobra é a vontade de conhecer essa tribo carregada de cultura e misticismo!

 

Essa review foi feita com uma cópia do game para Playstation 4 cedida pelo representante da Lienzo.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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