Review | Death’s Door

A trajetória do herói dentro de uma narrativa “fofa”, porém, com uma mensagem muito profunda, merece a sua atenção! Ainda mais quando a gameplay se adequa a tudo o que compõe este jogo. Com uma mistura de sentimentos, entregando uma gameplay que bebe da fonte de diversos outros jogos, o Death’s Door está disponível para PC e XBox e nós jogamos!

“A vida é meramente o universo se experimentando” – um dos Senhores das Portas

Desenvolvido pela Acid Nerve, mesma produtora do Titan Souls e distribuído pela Devolver Digital, Death’s Door é um dos jogos que envolve você do início ao fim, te oferecendo uma gameplay com uma mecânica nenhum pouco cansativa, para um jogo com um leve estilo Metroidvania, mas que é caracterizado como um RPG de ação com câmera isométrica.

Você é um corvo, que trabalha numa repartição que resgata as almas dos mortos (tipo os shinigamis, sabe?) quando são ordenados e tudo neste universo, neste grande “purgatório”, tem um sentido. Inclusive as próprias vidas dos corvos e dos personagens que estão ali. Você recebe uma missão de um corvo mais experiente (ele é bem maior que você), que diz que você precisa buscar as almas de certos inimigos para que ele possa atravessar uma porta. E sim, para acessar várias áreas do “mundo vivo” você precisa acessar portas e essas portas são também parte de você!

O interessante do jogo, falando da mensagem que ele passa, como disse no início desta review, é a forma como o jogo retrata a vida e a morte. Tudo é preto e branco dentro da repartição que os corvos trabalham e no mundo vivo, tudo é colorido. Para acessar as diversas áreas do jogo, você precisa ir para o cemitério. Local este que tem poucas cores que obviamente vão fazer você notar tais diferenças. Essa diferença de cores, já manda uma mensagem durante a jornada, para você que gosta de refletir um pouco sobre o que os jogos te proporcionam.

Ainda sobre isso, é legal prestar atenção quando você vai recuperar seus pontos de vida! Pra você recuperar vida, é importante que você plante uma semente, para poder colhê-la, e, só assim, conseguir prosseguir na história. Todas as vezes que você usar essa planta, ela irá “morrer” e só será reativada ao retornar ao mundo “preto e branco”.

Ao pegar itens no decorrer do jogo, aquele “departamento” começa a ficar colorido e vivo. Incomodando a outros personagens!

O conceito dos personagens são muito parecidos com alguns souls like que já jogamos por aí. Todos os chefes precisam ser enfrentados depois de você ter passeado bastante nas áreas e sub áreas que precedem a batalha e é neste ponto que o jogo dá uma oportunidade para você evoluir seu corvo. Todos os inimigos do mapa te dão pedaços de alma (já vimos isso em algum outro jogo, não?!) e com essas almas, você pode ir até a sua repartição, trocar por melhorias do seu personagem. Todos os chefes tem sua habilidade e tem o seu estilo de luta, então, é fácil você resolver isso! (Acredito eu)

A movimentação e as lutas só dependem de você e são bem simples para serem realizadas. É importante dizer que é melhor jogar no controle do que no mouse e no teclado, para uma experiência melhor! Existe uma certa combinação de botões pra você executar ataques mais fortes e carregados e ainda por cima, é possível acertar inimigos ao pular de escadas, por exemplo! Sobre as armas, você pode encontrar espadas, machados, martelos e outros equipamentos que poderão te ajudar bastante nesta jornada.

Claro que não fica somente por aí. Você pode zerar o jogo sem precisar fazer os backtracks que todo bom metroidvania tem, mas como esse jogo não é um metroidvania, você não precisa fazer isso. Caso queira, você pode zerar o jogo sem pegar os perks de arma que existem, porém precisa adquirir os equipamentos para poder passar das partes seguintes que o jogo solicitará!

A trilha sonora do jogo é extremamente adequada ao que ele propõe enquanto gameplay, talvez, por um simples motivo: evitar que você canse do jogo. E isso é feito com muito carinho! Em todas as áreas do jogo você se vê enfrentando inimigos o tempo todo e ouvindo uma trilha sonora que deixa uma mistura de sensações na batalha. Enquanto você luta, o jogo acompanha você com a trilha. A direção de arte no geral, é muito boa, por que além de passar aquela mensagem que citamos, harmoniza completamente o jogo, como se fosse um quebra cabeça que você consegue enxergar facilmente. E ao montá-lo na sua cabeça, ele fica bem bonito, como se fosse uma pintura.

Basicamente, o Death’s Door, com tudo que ele entrega, em jogabilidade, em arte, trilha e envolvimento do jogador com ele, é um jogo que merece o título de divertido, bonito e sentimental, sendo muito propício para um Game Of The Year. Tem diversos elementos que mostram um grande potencial para essa conquista, pois, com certeza não é um jogo que você perde o interesse ou cansa de jogar. Você VAI jogar!

Death’s Door está disponível no Xbox e no PC pelo valor de R$ 49,95. Um preço justo pelo tempo que você vai passar jogando e curtindo os maravilhosos “detalheszinhos” que este jogo irá te oferecer!

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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