Resenha | Hibisco Roxo – Chimamanda Ngozi Adichie

Hibisco Roxo é um livro escrito pela ativista nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie conhecida pela sua luta a favor do feminismo. Sua fama é tanto que uma das palestras mais assistidas do TED é a sua “Todos Devemos ser Feministas” com milhões de visualizações. A repercussão foi tão grande que foi gerado um livro sobre o assunto e uma música pela estrela Beyoncé.

A obra em questão retrata o que levou a ativista a lutar pelas suas causas, apresentando relatos de abuso em seu país e que infelizmente ainda acontece em muitos outros, inclusive no nosso Brasil. A protagonista do livro é a tímida Kambili, uma jovem que sofre com um regime tirânico dentro de seu próprio lar. Seu pai, Eugene, é um fanático religioso que impõe suas crenças independente de qualquer coisa, muitas vezes recorrendo a violência física e verbal.

O livro é bastante rico em informações e detalhes, o que pode causar incômodo em algumas passagens. A dualidade está sempre presente, muitas vezes mascarada entre o embate religioso e cultural do Ocidente com o Catolicismo contra a religião e cultura africana. Eugene não poupa nem mesmo o seu próprio pai, que insiste em não ceder aos avanços doutrinadores da religião católica.

Com temas bem pesados, como a opressão, violência doméstica, fanatismo e intolerância religiosa, Hibisco Roxo é uma leitura que certamente causa desconforto em algumas de suas passagens, entretanto, é igualmente necessária em uma sociedade cada vez mais doente que se prende a justificativas sem sentido para causar dor ao próximo. No final da leitura, com certeza a resposta que fica é Sim, todos nós devemos ser feministas.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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