Blade Runner 2049 | Denis Villeneuve responde às críticas sobre a representação feminina no longa

Blade Runner 2049 pode não ter sido um sucesso de bilheteria, mas certamente foi um sucesso para a crítica. A maioria dos fãs do gênero aprovaram o longa. Contudo, o filme foi alvo de crítica por supostamente “não representar propriamente as mulheres”. Em entrevista à Vanity Fair, Denis Villeneuve, diretor do longa, falou sobre a questão.

“Eu sou bem sensível à forma como abordo as mulheres nos filmes. Este é meu novo longa e seis deles tiveram mulheres como protagonistas. O primeiro Blade Runner foi bem duro com as mulheres; algo característico de filmes noir. Mas eu tentei trazer mais profundidade a todos personagens. Para Joi, a personagem holográfica, é possível notar como ela evolui. É algo interessante, creio eu.

O que é o cinema se não um espelho da sociedade? Blade Runner não é sobre o amanhã; é sobre o hoje. E sinto muito, mas o mundo não é bom para as mulheres.

Existe um sentimento no cinema americano de que você quer representar um mundo ideal. Você quer retratar uma utopia. Isso é bom – sonhos para um mundo melhor, para lutar por algo melhor. Mas, se você olhar os meus filmes, eles expõem as sombras do hoje. O primeiro Blade Runner é a declaração distópica dos últimos 50 anos. Eu fiz a continuação disso, então sim, é uma visão distópica do hoje. O que deve destacar seus defeitos. Isso é tudo que direi sobre o assunto.”

Obviamente, representatividade é algo importante e as mulheres devem sim figurar em papéis importantes que tenham um desenvolvimento digno. Contudo, criticar uma obra como Blade Runner, que sempre se propôs a retratar uma sociedade onde o seu pior lado é ampliado, por isso apenas mostra falta de compreensão sobre a proposta da obra. Afinal de contas, trata-se de uma distopia.

Infelizmente, Blade Runner 2049 não fez o sucesso que merecia. Uma sequência não deve acontecer, no entanto os dois longas trazem uma excelente experiência para os fãs de ficção científica.

Confira nossa crítica.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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