X-Men | A saga da Fênix Negra e sua importância nos quadrinhos
Em 1977, em The Uncanny X-Men #105, a maior mente que já passou pelos quadrinhos dos mutantes começava a escrever uma saga que estremeceria o mercado, a indústria e a própria casa das ideias.
Chris Claremont fez com que o universo Marvel mudasse para sempre. Na edição anterior, a #104, os X-Men haviam sido presos em um ônibus espacial caindo na Terra. Para salvá-los, a mutante Jean Grey forçou seus poderes psíquicos ao seu limite (Fato adaptado no segundo filme da franquia, X-men 2 de 2003). Quando o ônibus caiu, Jean saiu do oceano com um traje e um nome novo : Fênix.
Não era um evento simples, não seria algo irrelevante e você sentia isto na complexidade com que era tratada a relação entre os personagens, e o crescimento do poder de Jean Grey. Claremont estava prestes a nos presentear com uma história que até hoje é atual, relevante e marcante para os leitores de quadrinhos.
Claremont e John Byrne, fizeram história com a grande saga da Fênix Negra, onde a personagem mais poderosa dos X-men era dominada por uma entidade cósmica maléfica, sedenta por poder e destruição em massa. A personalidade da Fênix contrastava com a de Jean Grey de maneira extremamente impactante.
A Fênix Negra cometeu atrocidades e genocídios (ainda maiores se considerarmos a época em que foi escrita) que abalaram estruturas da Marvel. Ao saber que a personagem havia destruído todo um sistema solar desconhecido no espaço, assassinado friamente milhares de seres vivos, incentivada apenas por sua vontade de matar, o editor-chefe da Marvel na época, Jim Shooter, ordenou que matassem a personagem na próxima edição, alegando que seu ato não tinha perdão.
E foi o que aconteceu. Após ser abduzida por forças imperiais Shiar (Mais uma grande criação de Claremont), Jean teve seu julgamento, onde os X-men teriam que enfrentar as forças Shiar em troca da absolvição de todos os crimes que Jean havia cometido durante o domínio da força da Fênix. Assim, tivemos um embate do qual não vemos mais nos quadrinhos atuais, com páginas recheadas de ação, belos quadros e os X-men sendo duramente derrotados, restando somente Jean e Scott.
A heroína encara o fato que não seria capaz de resistir aos impulsos da força da Fênix e se sacrifica, deixando seu amado aos prantos, e fazendo história nos quadrinhos. Sua morte foi tão importante, que demorou mais de 10 anos para que algum roteirista tivesse coragem de ressuscitar a personagem, fato mais do que corriqueiro nos quadrinhos atuais.
A saga da Fênix Negra foi a maior inspiração para X-Men: O Confronto Final (2006), terceiro filme da primeira trilogia X-Men, e agora conta com mais uma adaptação prevista para 2018 chamada X-men: Fênix Negra.
Espera-se que a adaptação de 2018 seja melhor do que O Confronto Final, que foi alvo de diversas críticas e é considerado o pior da trilogia. Até agora, podemos notar alguns sinais positivos e outros tantos negativos sobre a adaptação. Focando mais no material de origem, desenvolvendo as relações corretas como Jean Grey e Scott Summers e bebendo da fonte de todos os elementos que os grandes escritores deixaram no legado dos X-Men, o filme pode ser um sucesso.