Review | We Happy Few

We Happy Few é um jogo de aventura desenvolvido pelo estúdio Compulsion Games e publicado pela Gearbox Publishing. O jogo foi lançado nos consoles no dia 10 de Agosto de 2018.

O Enredo

We Happy Few se passa em uma Inglaterra distópica no ano de 1964. Explorando um conceito similar a Wolfenstein II, no jogo, os nazistas foram os vencedores da Segunda Guerra Mundial. Os sobreviventes do conflito são forçados a usar uma droga chamada de Joy (Alegria). Como o nome deixa implícito, a droga faz com que as pessoas se sintam felizes de forma constante, evitando pensamentos negativos e possíveis revoltas. Graças a existência dessa droga, o jogo cria uma dualidade interessante quando os personagens estão usando a droga, onde o mundo é colorido e vívido, e quando não estão, onde o mundo fica cinzento. As pessoas que não usam a droga são categorizados como Abatidos.

O jogo é estruturado em três atos, onde cada ato é protagonizado por um personagem diferente. O primeiro ato é vivido por Arthur Hastings, homem responsável por censurar e remover histórias ofensivas de jornais na cidade de Wellington Wells. O segundo ato tem como personagem chave Sally Boyle, uma das responsáveis pela criação da droga Joy. Por fim, o último ato é apresentado por Ollie Starkey, um ex-soldado que se recusou a usar a droga Joy, tornando-se um exilado. Apesar da excelente ideia do estúdio de explorar três pontos de vista distintos, os personagens são mal aproveitados e é praticamente impossível estabelecer uma conexão emocional com eles.

O enredo, que tinha tudo para conter críticas intensas e cativar ao máximo os jogadores, sofre com um roteiro sem inspiração e sem vida, causando mais sono do que vontade de jogar o título. O principal defeito da história é o alongamento sem nexo das campanhas. A campanha de cada personagem poderia muito bem ser reduzida em 4 ou 5 horas, diferente das 10-15 horas que são necessárias. Graças a essa extensão, que ao meu ver é desnecessária, o jogo acaba se tornando entediante e seus defeitos ficam ainda mais evidentes.

A Infelicidade Mora Aqui

Desde a sua apresentação oficial, em 2015, We Happy Few causou um enorme alvoroço graças à sua estética e as similaridades com uma franquia bastante amada pela comunidade: Bioshock. Em nenhum momento o jogo esconde suas inspirações tiradas da franquia da 2K, o problema é a execução. O game da Compulsion tenta ser diversas coisas ao mesmo tempo, falhando em quase todas.

O jogo apresenta elementos de stealth, roguelike e survival que juntos acabam causando uma lambança. Similar a jogos como Bioshock e Fallout, cabe ao jogador explorar os cenários procurando por utensílios que serão utilizados no sistema de crafting do jogo. É possível criar itens de cura, itens para arrombar portas e até mesmo ferramentas customizadas que auxiliam no combate ou no progresso da história. A medida que o jogador progride, novas habilidades são disponibilizadas, melhorando um pouco a jogabilidade do título.

Apesar de poucos acertos no quesito exploração, nem mesmo a própria droga Joy conseguiria aliviar a insatisfação com o jogo. O jogo apresenta alguns glitches irritantes e quedas de frame constantes, prejudicando e muito a jogatina. Curiosamente, a queda de frames parece se agravar em longas sessões de jogatina, o que torna tudo ainda mais irônico. Em outras palavras, quanto mais você joga, pior fica a performance. O jogo parece querer afastar os players que corajosamente investem longas horas no título.

Conclusão

Somando os problemas técnicos com as mecânicas recicladas de outros jogos e o enredo entediante, We Happy Few pode facilmente ser considerado uma das maiores decepções de 2018. Apesar de conter uma estética excelente e um mundo interessante, não foi dessa vez que a Compulsion Games entregou algo memorável. Felizmente, o estúdio foi adquirido pela Microsoft e com certeza terá mais histórias para contar. O jogo pode ser adquirido na Playstation Store (R$249,49), Xbox Live (R$249,00) e Steam (R$149,00).

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Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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