Review | Spyro: Reignited Trilogy

Spyro surgiu como uma espécie de irmão distante de Crash lá na geração do Playstation 1 em 1998. Estruturado como um jogo de plataforma, assim como Crash, o jogo causou uma grande revolução no gênero em sua época, trazendo novas mecânicas e um level design que envelheceu extremamente bem. Não muito aproveitado durante seus longos 20 anos de vida, a Activision decidiu resgatar o dragãozinho lilás do esquecimento através de uma coletânea que reúne os três primeiros jogos da franquia. Considerado uma remasterização por alguns e um remake por outros, a trilogia tem feito um sucesso enorme, conseguindo desbancar nomes como FIFA 19 e Red Dead Redemption 2 nas vendas.

O Ano do Dragão

O subtítulo do terceiro jogo pode facilmente descrever a qualidade da coletânea feita pelo estúdio Toys for Bob. O trabalho primoroso trouxe mais vida aos personagens e aos diversos níveis dos jogos. O cuidado também foi aplicado no som, onde a trilha sonora original foi completamente remasterizada. Explorar as fases completamente repaginadas acaba causando uma sensação de nostalgia, visto que pra muitos, assim como eu, tiveram seu primeiro contato real com o mundo dos jogos através de Spyro.

Apesar da diferença absurda no visual, o estúdio teve um cuidado enorme em mexer apenas no visual do jogo, ou seja, todo o resto foi preservado. As mecânicas, as localizações dos ovos, das gemas, tudo continua exatamente igual aos títulos originais. Não é segredo que os jogos da franquia sempre foram considerados fáceis e o mesmo se aplica a trilogia. Por ter sido criado voltado para o público infantil, o jogo não apresenta muitos desafios para o jogador. Mas não se engane, o level design do game é soberbo e rivaliza ou até mesmo supera tranquilamente jogos de plataforma criados recentemente.

No que diz respeito a longevidade, cada título pode durar de 8 a 10h, dependendo da habilidade e do ritmo do jogador. Conquistei o troféu de platina nos três jogos em um total de 24 horas. Os jogadores que gostam de fazer 100% nos jogos ficarão felizes em saber que existe um livro guia que ajuda bastante nesse sentido.

Em Busca da Acessibilidade

Por conta do seu público alvo, a acessibilidade foi algo levado em conta pelo estúdio. O resultado disso foram adições pontuais que incrementam a experiência e também facilitam a mesma quando utilizadas. Agora Sparx, o companheiro na aventura de Spyro, pode ser utilizado para apontar a direção das gemas mais próximas. Também é possível ativar um mini-mapa que facilita a navegação na fase. Outra adição interessante foi uma galeria de arte desbloqueável através de pontos de habilidade.

No quesito técnico, o único “defeito” percebido foi o tempo de carregamento em algumas situações, mas é um problema facilmente resolvido com um patch de correção. Pros brasileiros, o jogo conta com uma dublagem excepcional e textos completamente localizados para o nosso idioma, sendo uma ótima aquisição para quem tem filhos pequenos em casa.

Conclusão

Spyro: Reignited Trilogy marca o retorno de uma das maiores franquias e mascote do gênero plataforma. O estúdio responsável pela repaginação dos jogos com certeza apresentava um grande apreço pelos títulos, visto a qualidade da trilogia. Com um visual glorioso e altas doses de diversão, a coletânea é uma compra obrigatória para qualquer fã do gênero, quem busca por uma diversão descompromissada ou quem procura um título adequado para jogar com o filho. Agora nos resta torcer para que a Activision perceba o imenso potencial do mascote e decida criar um novo jogo do dragão mais famoso dos videogames.

Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pela Activision.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

You may also like...