Review | Sonic Forces

O ano de 2017 ficou marcado como o ano de retorno de grandes mascotes do mundo dos jogos. Além do insano Crash, o popular ouriço Sonic ganhou dois jogos. Sonic Mania, destinado aos fãs nostálgicos do personagem e Sonic Forces, uma tentativa de adequar a franquia aos jogos atuais.

Sonic Forces apresenta um enredo ambicioso: Doctor Eggman finalmente derrota o Ouriço e começa a conquistar o mundo. Cabe a nós, através de um personagem customizável, reparar a situação e impedir o nefasto vilão.

Infelizmente, a ideia é mal trabalhada e o resultado é decepcionante.

Sonic Forces é um dos piores jogos da franquia. O jogo até conta com visuais deslumbrantes, mas, não existe nenhum senso de desafio ou inovação que prenda os jogadores.

A história começa de forma empolgante, apresentando um novo inimigo, mas a qualidade cai bastante no passar de estágios. Por falar em estágios, boa parte dos 30 estágios presentes no jogo são extremamente curtos. Confira agora o que funciona e o que não funciona no jogo.

O que funciona em Sonic Forces?

Customização de Personagem: O melhor recurso presente no jogo. Por ser um grande fã do desenho, foi fantástico poder criar meu próprio personagem. Você escolhe a espécie do personagem, customiza a sua aparência e o veste com diversas roupas que são conquistadas ao completar estágios. A versão enviada para nós veio com o pacote de vestimentas da Sega/Atlus. A sensação de ver o nosso personagem interagindo com Sonic é fantástica. Uma excelente adição ao jogo.

Visuais estonteantes: Outro elemento positivo do game. Os estágios do jogo contam com cores vibrantes e a iluminação é trabalhada de forma competente. Em algumas etapas surge a vontade de parar e ficar observando o cenário.

Variedade de estágios: Existem três tipos de estágios em Sonic Forces. Os estágios do Sonic Clássico e Moderno permite que o jogador controle as respectivas versões de Sonic. A jogabilidade é diversificada através de uma mistura de etapas em 2D e 3D. Ao jogar com o Sonic Moderno, os estágios são lineares e basicamente só precisamos acelerar. Com o Sonic Clássico, os caminhos alternativos são mais explorados. O terceiro tipo de estágio é o ponto alto do jogo, afinal, jogamos com o nosso próprio personagem. Nesses estágios usamos as “Wispon”, armas especiais que apresentam diferentes tipos de energia. O fator replay do jogo é fortalecido por essas armas. Cada tipo de energia muda toda a interação com o cenário, revelando caminhos previamente bloqueados.

O que não funciona em Sonic Forces?

Campanha extremamente curta: É possível completar os 30 estágios do jogo em cerca de 4 horas. Apesar de conter um bom fator replay, a duração da campanha deixa a desejar.

Level design ruim: Por conta da curta duração, os estágios do jogo são completamente esquecíveis e não representam nenhum desafio para os jogadores. Além disso, algumas seções foram mal feitas. Ao descer de uma ladeira, muitas vezes se torna impossível desviar de um inimigo ou de espinhos. Para remediar um pouco a situação, o estúdio decidiu remover a quantidade limitada de vidas. No geral, a sensação transmitida é de monotonia e passividade. Os obstáculos encontrados são praticamente os mesmos vistos nos jogos antigos da franquia.

Jogabilidade sem senso de controle: Um dos maiores defeitos do jogo. Ao controlar Sonic, quase não há sensação de controle. Tudo se resume a segurar o analógico para frente e ficar apertando X no tempo correto. A movimentação horizontal em alguns momentos é robótica e mal pensada.

Conclusão

Sonic Forces é um jogo que vai dividir opiniões. Com visuais deslumbrantes que muitas vezes lembram uma pintura, o jogo apresenta uma quantidade satisfatória de fan service que deve agradar os adeptos da franquia. Em contrapartida, existem inúmeros tropeços na jogabilidade que diminuem o apelo do jogo. A sensação, por mais irônica que seja, é de que o game foi feito as pressas. Talvez se o estúdio dedicasse um pouco mais de tempo para refinar o jogo, melhorando o enredo e jogabilidade, a experiência seria mais positiva.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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