Review | Resident Evil Village

Resident Evil inegavelmente é uma das franquias mais conhecidas do planeta. A saga ajudou a popularizar os zumbis no universo do games, sendo expandida em diversos formatos como filmes, séries e livros. Agora, o universo da franquia no campo dos jogos ganha mais um capítulo. Chamado de Village, o oitavo game da franquia principal serve como uma sequência direta para Resident Evil 7. Eu pude vivenciar essa nova aventura de maneira antecipada graças a um código de análise cedido pela Capcom.

Abaixo, você confere meu review e os motivos que me levam a crer que este é o melhor jogo da franquia.

Um conto chamado Village

Como mencionei acima, o jogo funciona como uma sequência direta do 7. Não jogou o título prévio? Não tem problema, o game possui um pequeno filme que funciona como retrospectiva, explicando os principais detalhes da trama anterior. Logo no começo somos apresentados a um conto, a história favorita de Rose, filha de Ethan. Preste MUITA atenção nesse conto, ele é extremamente importante para sua compreensão da história.

O conto e o jogo como um todo traz mudanças impactantes para a franquia. Os zumbis saem quase que totalmente de cena, abrindo lugar para o fantástico. Vampiros, lobisomens, bruxas e mortos-vivos, Village abraça a mitologia e tudo que se espera de um vilarejo medieval. A narrativa e todo o aspecto visual lembra bastante as obras de Tim Burton.

Aqui, o grotesco é quase que um irmão da contemplação. O motivo? Exaltar os Quatro Lordes, chefes principais do game. Os Lordes possuem um objetivo em comum que é explicado bem cedo na trama. Contudo, suas origens e motivações próprias são explicadas de uma maneira mais subjetiva. Você vai precisar estar atento aos arquivos de texto do jogo. Livros, diários e artigos de jornais enriquem o universo construído pela Capcom, concedendo informações cruciais sobre os novos malvados favoritos.

Os novos Malvados Favoritos

Como dito anteriormente, temos 6 figuras principais que atuam como antagonistas no jogo. Chris Redfield, Mãe Miranda, Lady Dimitrescu, Heisenberg, Donna Beneviento e Salvatore Moreau. A Mãe Miranda atua como figura principal e comanda os quatro lordes. A variedade de antagonistas traz diversos benefícios para a trama. Graças a quantia, toda a jornada é bem frenética e diversa. Cada Lorde possuí seu habitat próprio, trazendo novos puzzles e desafios para o jogador.

Lady Dimitrescu e suas filhas

A idolatrada Dimitrescu vive em um Castelo sombrio com suas filhas. O cientista Moreau vive em uma Mina na beira de um rio. O furioso Heisenberg comanda seu exército de lobisomens em uma fábrica e por fim, mas não menos importante, temos Donna Beneviento que vive em uma mansão com sua coleção de bonecas.

O Vilarejo serve como um Hub principal que conecta as regiões. No geral, as localizações são bem próximas e não demandam que o jogador ande bastante. A exploração lembra bastante os metroidvanias, visto que muitas portas estão trancadas ou demandam itens específicos para serem abertas.

Turistando na Europa

O Vilarejo, local que também dá nome ao jogo, lembra uma vila pitoresca da Europa. Por muitas vezes você se sente na Idade Média. Esse elemento colabora para a construção do tom de fábula que o jogo apresenta. Você sente como se lá o tempo não se passasse, o que agrega bastante na atmosfera do game.

Uma vila aparentemente pacata

É claro que a Fábrica acaba apresentando a parte industrial do cenário, mas, ela fica razoavelmente afastada do Vilarejo, indicando a aversão da líder Mãe Miranda à forasteiros e inovação tecnológica. O cenário também conta com castelos, masmorras e casarões abandonados. Um dos pontos em comum nas diferentes regiões do game é Duke, um ser misterioso que nos ajuda ao longo de nossa jornada.

Um amigo chamado Duke

É através de Duke que melhoramos nosso arsenal com a finalidade de resgatar Rose. O mercador vende itens de cura, munição, projetos de fabricação, armas e acessórios para os equipamentos. Outro elemento inusitado é a presença de upgrades permanentes através da Caça.

Sim, Resident Evil deu uma de Far Cry. Você precisa caçar animais e entregar suas carnes para que Duke cozinhe refeições deliciosas. Estas refeições aumentam coisas como HP, velocidade de movimento e redução de dano.

Os animais ficam marcados no mapa, logo, não fique preocupado com isso. O único bicho difícil de encontrar é o raro Peixe Fantasma, mas você encontra uma foto que define a localização do animal.

Mundo sem Fim

Um dos maiores questionamentos dos fãs sobre o jogo é: quanto tempo dura? Eu levei 8h e 53 minutos durante minha primeira jogatina na dificuldade Casual. Fiz quase tudo que havia pra ser feito no mapa. Apesar de parecer pouca coisa, calma, existem diversas mecânicas no jogo que estendem sua duração.

Em primeiro lugar, temos os troféus. Se você gosta de platinar ou miletar jogos, já sabe mais ou menos o que te espera aqui. Em suma, os troféus são bem parecidos com os de Resident Evil 7. Prepare-se para múltiplas zeradas. Cada jogatina abre armas novas no menu Bônus, use-as ao seu favor.

Não gosta de conquistas? O jogo apresenta colecionáveis que estão muito bem escondidos. Além disso, o título acompanha o robusto modo Mercenários funcionando como componente online. O modo funciona de maneira similar ao Horde Mode em diversos jogos. Você precisa eliminar uma quantidade definida de inimigos em X tempo.

Dentro da fase você encontrará dois tipos de Orbes, o amarelo, que te dá mais tempo e o Azul, que te dá perks como aumento de dano e de velocidade. Mate todos os inimigos o mais rápido possível para ter uma excelente pontuação.

Resident Evil Village: Vale a Pena?

Definitivamente sim. Em minha opinião, o jogo é o melhor da franquia e um dos fortes concorrentes ao GOTY deste ano. A Capcom se superou, entregando uma experiência fantástica que traz uma revitalização extremamente necessária para a franquia. Além de entregar uma narrativa excelente, que se conecta de uma maneira inesperada à toda a história da franquia, o título apresenta uma dublagem impecável.

Ao longo da minha jogatina só encontrei dois defeitos no jogo: os efeitos/visuais das explosões são bizarros, mas isso é algo mínimo. O grande problema, e este é bem sério, diz respeito a câmera do jogo. Por ela ser muito próxima, algumas pessoas vão sentir bastante enjoo com o game, o que foi o meu caso. Algumas opções de configuração da câmera ajudam bastante a diminuir as náuseas, contudo, apenas uma regulagem do FOV ajudaria a eliminar o problema. Por este motivo, não darei a nota máxima ao game.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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