Review | Red Faction Guerrilla: Re-Mars-tered

Red Faction Guerrilla foi originalmente lançado em Junho de 2009, no começo da E3 daquele ano. Como já era de se esperar, o jogo acabou caindo em esquecimento graças ao hype gerado em torno de outros títulos, afetando o desempenho comercial do título. Agora, 9 anos após o lançamento original, a THQ Nordic decidiu lançar uma remasterização do jogo, dando mais uma oportunidade para a franquia.

O Enredo

A história de Red Faction Guerrilla se passa 50 anos após o primeiro jogo da franquia. Você assume o papel de Alec Mason, um homem que decide ir a Marte para encontrar o seu irmão, Dan, e começar uma nova vida. Logo que Alec chega ao planeta, seu irmão é assassinado pela EDF, a Força de Defesa da Terra. Segundo a organização, o irmão de Alec era um aliado da Facção Vermelha, um grupo de rebeldes que estão lutando contra a EDF para tomar o controle de Marte.

Para completar o clichê, Alec decide se unir a Facção Vermelha para vingar o seu irmão. Felizmente, o título não tem nenhuma ligação prévia com os outros jogos da franquia, fazendo com o que a história e o mundo do jogo sejam facilmente assimilados pelo jogador.

É nesse contexto que surge o principal elemento do jogo: a destruição em massa. Com o auxílio da tecnologia Geomod, o protagonista pode destruir basicamente tudo no jogo. Qualquer construção, veículo e inimigo pode ser mandado aos ares com explosivos.

BOOM!

Como foi dito acima, o maior atrativo do jogo é a destruição em massa das construções, veículos e inimigos presentes na obra. Apesar de ser possível jogar de maneira furtiva, não recomendo nem um pouco essa abordagem, afinal, boa parte das missões não serão completadas desta forma. A sensação que tive ao completar as missões da campanha é que o jogo não só incentiva, mas praticamente obriga os jogadores a mandarem tudo pelos ares. Os players que preferem uma abordagem mais tática certamente não vão gostar disso, mas, existe uma certa beleza poética na destruição desenfreada proporcionada pelo game.

Boa parte das missões envolvem a destruição de construções, mas, o que torna o jogo divertido também o transforma em algo superficial. Em nenhum momento Alec questiona suas ordens ou raciocina sobre o real propósito de suas ações. A medida que o jogador resgata rebeldes, ataca postos de segurança inimigos e destrói construções vitais para a EDF, novos cidadãos se unem a causa, minando o controle da organização em Marte. Apesar do objetivo nobre, o enredo sempre esbarra em superficialidade, fazendo com que o mundo de Red Faction Guerrilla mais pareça um parque de diversões do que um planeta que precisa ser salvo/liberado.

Outro problema identificado é uma certa carência no arsenal de Alec. Existem pouquíssimas opções de armas e explosivos no jogo. Apesar da escassez de armamentos, existe a possibilidade de melhorar o arsenal ao coletar minérios e outros materiais. O estúdio criou um sistema de itens colecionáveis que incentiva a progressão no jogo. É necessário quebrar banners de propaganda e minerar depósitos, possibilitando a melhoria das armas.

Visual Repaginado

Por ser um jogo de 2009, os visuais de Red Faction Guerrilla ficaram bem datados. Felizmente, a remasterização levou esses detalhes a sério, dando uma completa repaginada nos gráficos do game. A iluminação recebeu grandes melhorias, assim como as texturas dos veículos e das construções presentes no vasto mundo aberto do título.

A resolução em geral também recebeu um up, diminuindo serrilhados e tornando a experiência mais fluída. Infelizmente, apenas a parte gráfica foi melhorada, visto que o jogo apresenta diversos glitches que causam até mesmo o fechamento abrupto da aplicação.

Show de Horrores

Apesar da repaginada no visual, a parte técnica de Red Faction Guerilla: Re-Mars-tered não recebeu o devido tratamento. O jogo conta com diversos glitches, congelamento durante a tela de carregamento e até mesmo crashes frequentes que prejudicam e muito a experiência. Não existe nenhuma justificativa para esses erros, visto que se trata de uma remasterização.

Para piorar a situação, dirigir no jogo é simplesmente horrível. Os controles não são nada responsivos, gerando muita dor de cabeça e frustração em quem joga, para agravar o problema, os veículos parecem se mover de forma extremamente lenta. O enredo do jogo não ajuda nem um pouco a manter o interesse pelo mesmo, afinal, a trama é bastante superficial e os personagens não são nada carismáticos.

Alguns glitches envolvem o congelamento da imagem, mas, o problema técnico mais grave presente no título são os crashes. Muitas vezes recebi mensagens de erro que encerram o aplicativo de forma instantânea, causando a perca do progresso no jogo até o último checkpoint que eu visitei. Como se glitches, crashes e mecânicas de direção ruins não fossem o suficiente, a remasterização de Red Faction Guerilla também sofre com instabilidade de frames, gerando um lag nos comandos e piorando a jogabilidade.

Conclusão

Red Faction Guerrilla foi um jogo ambicioso para sua época. Com um amplo sistema de destruição, o título acabou passando despercebido em meio ao hype para grandes sequências em 2009. Mesmo quase uma década depois, ainda é possível se divertir por horas com a obra da THQ Nordic. No entanto, apesar da excelente revitalização gráfica, diversos problemas técnicos atrapalham a experiência com o título, gerando frustração e desinteresse por parte de quem joga. Por se tratar de uma remasterização, era no mínimo esperado que o jogo viesse sem nenhum problema, no entanto, um lançamento apressado acabou prejudicando a qualidade final do título. Felizmente, os problemas são fáceis de se corrigir, bastando apenas alguns updates pontuais. Com a solução dos problemas de performance, o jogo vale a pena ser jogado, afinal, conta com um dos melhores sistemas de destruição já vistos em um game. Como nenhuma melhoria foi apresentada até o momento deste review, recomendamos aguardar uma promoção.

Esta review foi feita com uma cópia do game para Playstation 4 cedida pelo representante da THQ Nordic.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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