Review | Pathologic 2

Pathologic 2 é um jogo de terror desenvolvido pelo estúdio Ice-Pick Lodge. Na obra, o jogador assume o papel de Artemy Burakh com o objetivo de buscar a cura para uma praga misteriosa dentro de um prazo de 12 dias. Mesclando elementos de survival horror com gestão de recursos, o jogador precisa investigar a cidade e encontrar pistas para solucionar o problema da cidade.

O grande X da questão aqui é que quase tudo é apresentado de forma enigmática, dando um charme surrealista para a obra e prendendo a atenção de quem joga. Além do problema envolvendo a praga misteriosa, o protagonista também busca pistas para descobrir detalhes sobre o assassinato de seu pai. Os moradores locais indicam que a criatura Shabnack Steppe Demon foi a responsável pela morte do homem. Curiosamente, as pessoas também culpam o bicho misterioso por propagar a doença.

Os elementos de sobrevivência presentes no jogo ajudam a simular as condições de uma praga, visto que cada dia se torna ainda mais difícil e impactante que o anterior. O número de mortos aumentam, os recursos se tornam cada vez mais escassos e personagens-chaves acabam sendo afetados. Estes detalhes ajudam a elevar o peso das decisões tomadas pelo jogador, onde cada uma acaba causando uma consequência devastadora.

Brincando bastante com conceitos como dualidade, consequências e escolhas duras, a paixão pelo subjetivismo e surrealismo dos desenvolvedores é refletida na morte. Cada vez que você morre, o personagem é transportado para um palco, onde um diretor lança diálogos sugestivos que te fazem pensar no papel que você desempenhou na trama. Cada morte torna a aventura subsequente mais cruel, difícil e desesperadora.

Conclusão

Com ideias incríveis que funcionam muito bem, Pathologic 2 esbanja originalidade e quebra de padrões, entregando uma das melhores histórias do gênero. É uma pena que o estúdio seja pequeno e não tenha orçamento suficiente pra melhorar as partes técnicas. Uma engine aprimorada com certeza permitira a franquia alcançar mais espaço na mídia.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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