Review | One Punch Man: A Hero Nobody Knows

One Punch Man: A Hero Nobody Knows é a mais nova adaptação produzida pela Bandai Namco. O jogo de luta – bastante simplificado – reapresenta os eventos da primeira temporada do anime protagonizado por Saitama, o herói mais inusitado e poderoso dos últimos tempos. Com um tratamento bem parecido com Dragon Ball Z: Kakarot, também lançado neste ano, o projeto foi feito na medida para os fãs da animação japonesa. Criar um jogo inteiro destinado aos fãs tem seus pontos positivos e claro, pontos negativos.

O Enredo

Em One Punch Man: A Hero Nobody Knows, revivemos os eventos do material original através de nosso próprio herói. Sim, podemos “nos” criar no jogo, vivendo o dia-a-dia de um herói ordinário. Em nossa aventura, começamos no Rank C, conseguindo cumprir apenas tarefas básicas e missões não muito importantes. A medida que missões e tarefas são cumpridas, nossa patente de herói evolui, permitindo que missões mais perigosas sejam adquiridas. Claro que a Jornada do Herói é repleta de momentos imprevisíveis, como por exemplo: ir ajudar os cidadãos e encontrar um inimigo extremamente poderoso.

Durante esses encontros, os objetivos da luta são alterados, pedindo que o jogador sobreviva por cerca de 30 segundos. Após o cumprimento do objetivo, o poderoso Saitama entra em cena, destruindo os monstros adversários com um único golpe. Por ser extremamente poderoso, o personagem só aparece em momentos pontuais da história. Essa dinâmica funciona de forma excelente, permitindo que o personagem criado pelo jogador não perca a importância na trama.

O trabalho de um Herói

A cidade do jogo funciona como um Hub preparativo que possui mercadores dos mais variados tipos. É possível comprar itens de recuperação, apresentando diferentes efeitos na batalha, móveis para decorar o quarto do protagonista, uma loja de roupas que permite alterar a aparência do herói, um NPC que vende itens de “comunicação” como emotes e gestos e por fim, um mercador que vende itens raros, aceitando apenas as fichas de cidade como pagamento.

Ao percorrer a cidade, o jogador vai poder aceitar – ou não – tarefas secundárias dos moradores, concedendo reputação com o local, ouro e um pouco de experiência. Apesar de serem bem legais no começo, em poucas horas as atividades se mostram extremamente repetitivas e sem um pingo de criatividade, demandando que o jogador realize tarefas que envolvem brigas e entregas. Também é possível se esbarrar com um dos grandes heróis presentes no anime, como King e Genos. Apesar da interação com os heróis servirem como um easteregg interessante, o roteiro das quests deixa bastante a desejar, tornando impossível que o jogador crie qualquer tipo de vínculo emocional com a trama.

Tomando uma Surra

Em nome da acessibilidade, One Punch Man: A Hero Nobody Knows não é um jogo de luta nada complexo. Os personagens podem usar ataques normais, fortes, se esquivar, defender e usar habilidades especiais usando uma espécie de barra de Ki. Até aí tudo normal. O problema é a jogabilidade nada responsiva. Não é sempre que o contra-ataque funciona e o bloqueio não é nada intuitivo. A melhor opção de defesa acaba sendo correr pela arena ou ficar usando a esquiva por serem mecânicas mais responsivas e com um percentual de sucesso maior.

A imprevisibilidade da IA também é um ponto negativo. Em algumas lutas os inimigos praticamente param para que o jogador os elimine, em outras, se torna quase impossível acertá-los com uma habilidade, dificultando bastante o embate. O jogo não utiliza um sistema de dificuldade pré-selecionado. Os níveis das lutas evoluem a medida que missões da história vão sendo completadas, fazendo com que missões de grau maior fiquem disponíveis. Os inimigos da dificuldade final basicamente são transformados em esponjas de dano, transformando a luta que tinha tudo pra ser algo épico em um embate tediante.

Conclusão

Apesar de sua simplicidade extrema e limitações técnicas, One Punch Man: A Hero Nobody Knows cumpre seu propósito nas duas frentes: agradar os fãs da franquia e claro, introduzir a experiência para novatos que não conhecem o mangá e o anime. O jogo representa mais um título do projeto crossplataforma da Bandai, que segue investindo em entregar aventuras adaptadas de outros formatos de mídia.

Esta análise foi feita com um código do jogo para PS4 cedido pela Bandai Namco.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.