Review | One Piece: World Seeker

One Piece é uma das franquias mais amadas do universo anime/mangá. Iniciada em 1997 por Eiichiro Oda, a saga acabou conquistando milhões de fãs mundo afora, gerando filmes, um anime praticamente infinito (rs) e diversos jogos para variadas plataformas.

O mais novo produto derivado do enorme sucesso da franquia é One Piece: World Seeker, um jogo de ação/rpg em mundo aberto para os consoles da nova geração. Desenvolvido pelo estúdio Ganbarion e publicado pela Bandai Namco, a história do título começa com Luffy e seu bando atrás de um tesouro misterioso. A equipe acaba caindo em uma armadilha na Ilha da Prisão, uma área inédita na franquia. Ao escapar da armadilha, Luffy decide ajudar os moradores da ilha a recuperarem suas casas, expulsando a Marinha, os bandidos e outros piratas da ilha.

World Seeker é o primeiro jogo da saga a contar com um mundo completamente aberto. O anúncio deixou os fãs bastante empolgados com a possibilidade de percorrer a ilha com Luffy e, apesar de ter acertado em cheio na movimentação, a ambientação não poderia ser mais genérica. Pode parecer exagero, mas os cenários lembram bastante jogos do Playstation 2. Pelo preço cheio cobrado, o nível de qualidade dos cenários deveria ser BEM maior.

Cidades Fantasmas

Além dos cenários extremamente mal acabados, outro grande problema do jogo são as cidades fantasmas. Existem diversos conjuntos habitacionais no jogo, porém, quase não há NPCs nas cidades. Os poucos que existem permanecem fixos em suas posições, lembrando novamente os jogos da geração do PS2.

Toda a experiência que tive com o jogo me fez pensar se o estúdio realmente estava preparado para entregar uma experiência em mundo aberto. Em uma época com grandes títulos como Assassin’s Creed, Spider-Man, Horizon Zero Dawn e Red Dead Redemption 2, o nível aceitável de interatividade e qualidade aumentou absurdamente, tornando projetos sem orçamento automaticamente ultrapassados.

O Rei dos Piratas

Apesar do mundo aberto sem vida, o estúdio Ganbarion acertou em cheio no quesito movimentação. Andar com Luffy pela ilha transmite uma grande sensação de liberdade e os movimentos são bem fluídos.

A movimentação é melhorada através de uma extensa árvore de habilidades que permitem que Luffy se lance ao ar como uma bola de canhão ou que ele flutue ao transformar as pernas em uma espécie de hélice de um helicóptero. Os pontos de habilidade são conquistados ao derrotar inimigos e completar missões espalhadas pelo mundo do game.

O combate do jogo também é satisfatório, permitindo até três abordagens diferentes. É possível abordar os grupos na “mão grande”, utilizando uma quantidade razoável de combos e habilidades que são desbloqueadas na árvore de habilidades. Também é possível despachar os inimigos usando uma abordagem furtiva, eliminando um por um sorrateiramente. A grande surpresa, ao menos pra mim, é o sistema de “lançar” murros de Luffy, aproximando o jogo de um shooter. Dá pra usar o punho do herói como uma pistola, combatendo os inimigos a uma média distância.

Conclusão

Apesar dos tropeços na construção de um mundo aberto vivo e interativo, One Piece: World Seeker entrega uma experiência sólida para os fãs da franquia e, arrisco dizer, que é o melhor título da saga já lançado para um console. O que não faz sentido é o preço cobrado por uma obra que claramente apresenta limitações técnicas por conta do orçamento reduzido. Dito isso, a menos que você seja um grande fã da saga, é recomendável esperar por uma redução de preço, visto que o jogo não vale o preço cheio cobrado.

Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pelo representante da Bandai Namco.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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