Review | Monkey King: Hero is Back

Monkey King: Hero is Back é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Hexa Drive e publicado pela Sony e THQ Nordic. O game é baseado na animação de mesmo nome que está disponível na Netflix e foi lançado no Playstation 4 e PC. Como o próprio nome já entrega, o protagonista do jogo é Sun Wukong, um dos maiores mitos na China que acabou servindo como grande inspiração para diversos meios e obras.

Made in China

Por ser um produto chinês inspirado em uma animação chinesa, felizmente o jogo não tenta ocidentalizar sua história e elementos, entregando uma imersão interessantíssima no feudalismo chinês. Este elemento é trazido a tona graças a belíssima história do jogo, que como mencionei acima, é completamente baseada na animação de mesmo nome. Wukong, reconhecido como um dos maiores lutadores do mundo, acaba se rebelando e iniciando uma guerra divina em grande escala para ser considerado o mais poderoso de todos os tempos. No entanto, graças a sua atitude egoísta, Buda, a maior entidade do panteão chinês, acaba intervindo na guerra e aprisionando o macaco.

Após 500 anos de confinamento, um garotinho em perigo acaba liberando o personagem rabugento de sua prisão e conhece sua nova missão: Para conseguir utilizar suas habilidades novamente, Wukong precisa caminhar pela China ajudando pessoas necessitadas, só assim ele conseguirá provar seu valor e terá suas habilidades de volta. Acompanhado do garotinho Liuer, da recém nascida An-An e do hilário Pigsy, o macaco parte em uma jornada de autoconhecimento e redenção pela China. A medida que progredimos na história, o jogo nos apresenta cutscenes muito bem feitas que trazem uma interação divertida e significativa entre os personagens, servindo para ampliar seus laços e estabelecer uma conexão emocional com o jogador. O comportamento rabugento de Wukong e o afoito Pigsy rendem boas risadas e vislumbram graças a impecável qualidade das cenas. A sensação passada é a de que estamos jogando o filme.

Como mencionei acima, o jogo se trata de uma produção chinesa, logo, os elementos da cultura e folclore foram extremamente respeitados e replicados de forma fiel. Por ser uma mitologia extremamente interessante e pouquíssimo representada nos jogos eletrônicos, Monkey King se torna uma obra ainda mais importante graças ao seu valor como difusor cultural. Especificamente aos jogadores brasileiros, todos os textos e cutscenes do jogo foram localizados para o nosso idioma, permitindo um entendimento perfeito da história e dos elementos de jogabilidade.

Everybody is a Kung Fu Fighter

Indo direto ao ponto, o target do jogo é o público infanto-juvenil, o mesmo da animação. Por conta disso, a jogabilidade é bem simples e intuitiva. Nosso personagem consegue lançar dois tipos de ataque: leve e pesado, rolar e soltar habilidades que são adquiridas ao longo da jornada. Um elemento interessante é a ocorrência de duelos ao golpear um inimigo prestes a você ser atingido. Esse sistema de duelo coloca o jogador em um mini-evento de QTE, gerando finalizações bem engraçadas.

A progressão do personagem lembra um pouco elementos vistos em Dark Souls. Ao derrotar inimigos você coleta recursos que são utilizados para aprender novas habilidades. O aumento do HP, Magia e poder de ataque é concedido ao entregar estátuas do Deus da Terra, um dos colecionáveis do jogo. Apesar dos mapas serem robustos, ao mesmo tempo eles são bem lineares e o jogador não deve ter nenhuma dificuldade em encontrar os itens. O jogo também conta com um sistema de crafting simples que o torna um pouco mais rico e adiciona mecânicas interessantes nos combates.

Durante minha jogatina só notei dois pontos negativos: a quantidade excessiva de telas de carregamento. Sério, praticamente qualquer coisa no jogo gera um loading que, felizmente, não é tão demorado, mas causa uma disrupção chata no gameplay. O outro problema é a divisão do mapa em instâncias. Por ser um projeto de um estúdio pequeno, dá pra entender a decisão, no entanto, se ele fosse arquitetado como um jogo de mundo aberto, traria um dinamismo maior.

Conclusão

Monkey King: Hero is Back acerta em quase tudo e traz de volta um tipo de jogo que acabou caindo no esquecimento na atual geração de consoles: os jogos licenciados. Servindo como a extensão perfeita da animação, o game coloca a China em evidência, deixando claro que é bom ficar de olho no país nos próximos anos, com certeza teremos mais produções excelentes vindas de lá!

Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pela assessoria da THQ Nordic.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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