Review | Minute of Islands

Minute of Islands é um jogo de aventura em 2D desenvolvido pelo Studio Fizbin e publicado pela Mixtvision Games. O estúdio localizado na Alemanha é o mesmo responsável pelo excelente The Inner World. A história é protagonizada por Mo, uma garota encarregada de uma tarefa de suma importância: salvar sua Terra e as pessoas que vivem nela.

“Ninguém é uma Ilha”

O mundo de Minute of Islands é habitado (e guardado) por quatro seres gigantescos. Esses seres criaram máquinas exóticas com o intuito de proteger as pessoas do Fungo, um vírus misterioso que envenena todo e qualquer ser vivo que interage com ele. Os Gigantes construíram diversos Respiradores nas diferentes ilhas do jogo.

Essas Máquinas, incluindo os Respiradores, são alimentadas pelo eterno trabalho braçal dos Gigantes. Contudo, em um dia aleatório, os Gigantes param de funcionar, demandando que Mo parta em uma corrida contra o tempo para fazer com que os quatro Gigantes voltem a funcionar antes que o Fungo mate a todos.

Sem muitas explicações sobre o passado, os Gigantes escolheram Mo como a portadora do Omni-Switch, uma chave capaz de interagir com as máquinas e fazer com que a energia volte, fazendo com que os Gigantes retornem ao trabalho. Olhando rapidamente, a história parece ser bem comum, contudo, ela traz consigo lições valiosas sobre trabalho, autoresponsabilidade e a vontade inerente de cada um de nós em querer abraçar o mundo sozinhos.

Uma Conversa com a Atualidade

As mecânicas de jogo em Minute of Islands são bem simples. Estruturado como um game de aventura em 2D, as interações são bem básicas. Além de ligar as máquinas usando os gatilhos do controle, você só apertará um botão para interagir com objetos e acionar memórias.

Essas memórias, que funcionam como Colecionáveis, explicam um pouco a história do mundo em que Mo vive, além de falar sobre a infância da personagem e sua interação com as pessoas que restaram. Em suma, o grande foco do jogo reside em sua narrativa e nas lições imprescindíveis para o terrível momento em que vivemos.

Nossas vidas no mundo real também foram interrompidas por um vírus que surgiu sem explicação. As organizações, até mesmo as gigantes, pararam de funcionar e as ruas de todo o mundo se tornaram espelhos de cemitérios sem nenhuma alma viva perambulando nelas. Agora, com as coisas voltando a normalidade aos poucos, será que aprendemos alguma lição?

Heroína Solitária

O game a todo momento risca essa camada da realidade, entregando ensinamentos poderosos que servem e muito para o nosso contexto atual. A união sempre fez e sempre fará a força. Agir sozinho e afastar todos ao nosso redor só traz tristeza e solidão, antecipando um final trágico em nossas vidas.

Acompanhamos tudo isso durante a trajetória de Mo, repleta de decisões dolorosas e encontros devastadores com pessoas amadas. Apesar de se passar em uma terra bem distante e fictícia, é assustador o quanto o game se assemelha com a realidade.

Minute of Islands: Vale a Pena?

Com uma estética sublime, uma trilha sonora tocante e uma história poderosa, Minute of Islands traz uma brisa de criatividade e conteúdo de valor em uma indústria que aposta cada vez mais na superficialidade do óbvio. Pra mim, esse jogo deveria ser obrigatório para todo e qualquer ser humano que busca ser um pouco melhor a cada dia. Na discussão para se definir se jogos eletrônicos podem ser considerados arte, Minute of Islands é uma confirmação escancarada de que sim, eles podem!

OBS: Esta análise foi feita com um código do jogo para PS4 cedido pela Mixtvision, publisher do game.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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