Review | Legrand Legacy: Tale of the Fatebounds

Legrand Legacy é o primeiro projeto do estúdio SEMISOFT. Apesar de ser assumidamente um estúdio indie, a empresa tem uma ambição grandiosa: resgatar o feeling dos JRPGS antigos, especificamente dos anos 2000.

A História de Legrand Legacy

A história do jogo começa na cidade Tel Harran, conhecida pelo comércio de escravos e a utilização dos mesmos em arenas. Logo no começo controlamos Finn, o protagonista do jogo, em uma batalha contra um gladiador poderoso. Apesar de sua inexperiência, Finn consegue vencer o combate ao usar uma habilidade misteriosa que ele desconhece.

Ao machucar o campeão da arena, Finn é maltratado pelo seu dono que perdeu muito dinheiro. É nesse contexto que entra em cena um velho misterioso capaz de falar com as pessoas através da mente. O velho compra Finn, o liberta e depois o contrata como guarda-costas. A partir daí começa a jornada para salvar o mundo de Legrand de um mal ancestral.

Apesar dos inúmeros clichês da história, a originalidade fica por conta das inspirações na mitologia céltica. Para preservar a experiência do jogador, não iremos aprofundar essa parte, mas é possível visitar localizações, obter itens e conhecer figuras bem conhecidas da mitologia. A escolha de uma mitologia pouco explorada no universo do entretenimento adicionou bastante ao jogo, criando uma experiência rica em detalhes e de grande aprendizado.

Ambientação Saudosista

A ambientação do jogo é intrigante e aborda conceitos como guerra, escravidão, pobreza e segmentação social. Esses elementos reforçam a imersão do jogo e tornam a experiência mais matura. Os cenários e a trilha sonora lembram jogos fantásticos como Legend of Dragoon e Final Fantasy X. Apesar do brilhantismo em criar uma boa atmosfera para o jogo, o mesmo não pode ser dito dos diálogos e dos personagens jogáveis. Infelizmente os diálogos do jogo são simples e carentes de impacto. Este defeito acaba gerando um dos maiores problemas do jogo: personagens não-marcantes e que não se desenvolvem ao longo da trama.

Combate simples e dinâmico

O combate do jogo segue os moldes clássicos divididos em turnos, porém, existe um recurso próprio que torna as lutas mais dinâmicas. Ao selecionar os ataques, o jogador deve apertar o botão correto para parar o indicador na área Perfeita ou Boa. Ao atingir essas áreas, o jogador ganha um bônus de ataque. No geral, as lutas são bem simples e não representa grandes dificuldades para o jogador. O estúdio acertou em cheio ao adicionar este sistema, afastando o jogo do tédio.

Outro sistema interessante do jogo é a Guerra. Neste modo, os jogadores devem mover tropas pelo mapa para combater exércitos inimigos. Existem diversas categorias de soldados, como Cavalaria e Infantaria, e cada unidade apresenta forças e fraquezas. Apesar de não ser tão complexo, a ausência de uma estratégia pode dificultar muito as coisas neste modo de jogo.

Atividades Secundárias

Como todo bom RPG, existem diversos mini-jogos em Legrand Legacy. Atividades como pescaria, esgrima e arena de monstros servem para adicionar muitas horas no jogo. Além dessas tarefas, existe um sistema de construir castelo e recrutamento de soldados.

Conclusão:

Apesar das falhas do roteiro e um desenvolvimento pobre dos personagens, Legrand Legacy cumpre o seu próposito: resgatar o sentimento dos RPGs dos anos 2000. As 35h gastas no jogo funcionaram como uma espécie de teletransporte para o Playstation 1, onde o gênero RPG vivia o seu melhor momento. Para melhorar ainda mais a experiência, o estúdio SEMISOFT mesclou elementos antigos com novas funcionalidades, garantindo uma experiência mais completa e dinâmica.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

You may also like...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *