Review | Kingdom of Amalur: Re-Reckoning

Kingdom of Amalur: Re-Reckoning se trata da remasterização do jogo de mesmo nome lançado em 2012. Na época, o ambicioso projeto publicado pela EA tinha grandes pretensões, possuindo o objetivo de se expandir em um MMO de ação robusto. Todavia, claramente os planos falharam, deixando a bola para a THQ Nordic tentar resgatar a franquia com este remaster.

A história de Kingdom of Amalur

O jogo conta a história da guerra entre o povo imortal Fae contra os mortais. Similar a outros RPGs, como World of Warcraft, as raças mortais são, em suma, humanoides. Temos humanos, gnomos e elfos, o pacote básico de games deste estilo. Existe uma espécie de rixa com os Fae graças a sua “imortalidade”.

Ao morrer, o povo renasce em outro receptáculo, revivendo tudo novamente, como se fosse uma prisão eterna. Descontente com as invasões dos mortais, Gadflow, o principal antagonista da obra, inicia a devastadora Guerra do Cristal. No mundo de Amalur, todo ser vivo possui um Destino. No entanto, como já é de costume, seu personagem nasce sem um destino traçado, podendo reescrever o destino de qualquer pessoa mediante suas ações.

Graças a este recurso perigoso, o personagem se torna um alvo de Gadflow, que decide enviar tropas mortais para te caçar. O contexto, apesar de parecer bobo, é respaldado por uma lore muito bem construída e muito rica em detalhes. Se você gosta de ficar imerso em um mundo recheado de detalhes, Kingdom of Amalur vai te deixar muito feliz!

Uma experiência para chamar de sua!

Novamente, o jogo segue o mesmo padrão de outros títulos do gênero. Você pode escolher entre três classes disponíveis: Guerreiro, Mago e Ladino. No entanto, o grande diferencial de Kingdom of Amalur é a liberdade que o jogo proporciona. Você pode customizar quase que totalmente a forma que você joga, aprendendo habilidades das três classes diferentes e criando um personagem híbrido extremamente poderoso.

Quer jogar com um mago que usa espadões de suas mãos? Em Amalur é possível! Como o game se trata de um RPG de ação, tudo foi muito bem pensado. É possível usar 8 atalhos para habilidades e, felizmente, o jogo possui um sistema de troca de armas rápido que permite você customizar bem até duas “classes”. Esta variedade torna tudo muito interessante ao longo da sua jornada.

A imensidão chamada Kingdom of Amalur

Como eu mencionei acima, inicialmente havia o projeto de transformar o jogo em um MMO robusto para rivalizar com World of Warcraft. Apesar da ideia não ter ido para a frente, não significa que o material planejado foi descartado. O mundo de Kingdom of Amalur é imenso e o jogo possui MUITAS atividades que irão tomar no mínimo 60 horas do seu tempo.

A remasterização conta com todas as DLCs do jogo original, portanto, sim, você vai ser bem servido no quesito conteúdo. Calabouços, tesouros e muitas missões estão espalhadas pelo mapa para expandir sua aventura, e, claro, facilitar a progressão do seu personagem. Pra vocês terem ideia da vastidão do título, muitas vezes você vai pegar uma missão e só vai conseguir completar ela cerca de 10 horas depois após ter acesso a área requisitada.

É claro que o exagero do tamanho e do conteúdo acaba cobrando seu preço eventualmente. O jogo apresenta muitos arquivos reciclados, ou seja, espere por muitas localizações repetidas, causando um impacto negativo na experiência. Até as próprias missões caem de qualidade eventualmente, reforçando o enorme senso de repetição.

Perdendo o Fio da Espada

Se tratando de uma remasterização, você pensa que a nova versão vai solucionar os problemas do passado, no entanto, este não foi o caso do jogo. Tive alguns crashes pontuais enquanto me aventurava por Amalur. Todavia, o maior problema do jogo não é nem esse. O principal ponto negativo da obra certamente são os loadings.

Apresentando uma quantidade vasta deles, as telas de carregamento demoram demais, gerando uma enorme frustação por parte de quem joga. Lançar um título neste estado em pleno 2020 é injustificável, ainda mais se tratando de um projeto tão importante como este.

Felizmente o problema pode ser facilmente solucionado com updates pontuais que diminuirão o sofrimento dos jogadores. Faltou um cuidado maior por parte da equipe responsável pela versão nova. Além disso, os próprios visuais não receberam o tratamento devido, lembrando demais a mesma experiência de 2012. Dar um leve upgrade no visual tornaria o conjunto ainda mais atrativo!

Vale a Pena?

A grande pergunta que uma remasterização precisa responder é: vale a pena revisitar uma obra tantos anos após o seu lançamento? No caso de Kingdom of Amalur: Re-Reckoning, a resposta é com certeza sim! Apesar de conter alguns sinais de envelhecimento, a experiência se segura bem, mantendo a importância de revisitá-la ou quem sabe conhecer o mundo de Amalur pela primeira vez! Se você gosta de RPGs de ação, não deixe de conferir o jogo!

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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