Review | Katana Kami: A Way of the Samurai

Katana Kami: A Way of the Samurai Story é um RPG isométrico, isto é, com a câmera posicionada em cima do personagem, ambientado no Japão Feudal. O jogo aborda os eventos que deram início a era Meiji. O título foi desenvolvido pela Acquire Corp. e publicado pela Spike Chunsoft que cedeu gentilmente um código do jogo para fazermos esta análise.

Por ser um projeto de menor porte, não espere um refinamento de franquias como Diablo, visto que o estúdio não teve nem metade do orçamento para confeccionar o game analisado. Apesar das claras limitações, o estúdio usou a criatividade para encontrar soluções que aumentam a longevidade da obra.

Pagando Dívidas

A história do jogo é bem diferente do comum e chega a ter um caráter cômico. Nós assumimos o papel de um espadachim que passa a prestar serviços para Dojima, um comerciante de armas que teve sua filha raptada por um manda-chuva da região.

Para ter sua filha de volta, Dojima precisa pagar as dívidas contraídas com o chefão. É aí que o protagonista entra na história. O personagem acaba ajudando Dojima em troca da mão da filha dele.

A história adota um sistema de dias, onde cada dia apresenta dois turnos: manhã e noite. Durante o dia os jogadores gerenciam a loja de Dojima, já a noite, a porrada come. É de noite que o espadachim visita os diversos calabouços para coletar itens que serão postos a venda na loja. A obra adota uma espécie de sistema procedural que aumenta a dificuldade a medida que mais andares vão sendo concluídos.

A Importância da Postura

Além das similares óbvias com Diablo, o combate de Katana Kami tem muitos elementos vistos em outro jogo ambientado no Japão Feudal: NiOh. Apesar de não apresentar metade da dificuldade da obra do estúdio Team Ninja, o combate emprega o mesmo sistema de posturas, adicionando uma grande variedade nas lutas.

Contra-atacar no momento certo e gerenciar a stamina são atividades fundamentais para a sobrevivência do personagem. Um modo fúria também está presente, sendo chamado de Katana Time.

É no combate que as limitações mencionadas acima se acentuam. Sem muita profundidade, a cada calabouço fica mais claro ainda de que a empresa por trás do game não teve muitos recursos para serem utilizados nas lutas. Quase não existe variedade de inimigos e até os mais poderosos podem ser facilmente batidos por serem lentos e apresentarem um padrão de ataque extremamente fácil de ser identificado.

O brilho de Katana Kami

A genialidade de Katana Kami reside em seus sistemas, principalmente os de gerenciamento. Além de utilizar elementos de RPG, o game se apoia bastante em mecânicas de roguelite, tudo com o objetivo de aumentar a longevidade do título. Ao morrer, o jogador perde todo o equipamento conquistado, adicionando uma importância extrema na análise de riscos.

Ao completar um andar de um calabouço, você vai poder escolher entre continuar a “limpeza” ou voltar para a loja, depositando todos os materiais e dinheiro conquistados. Obviamente se você decidir continuar, as recompensas aumentarão, no entanto, você corre o risco de perder tudo que você coletou. Em paralelo a isso, as dívidas de Dojima aumentam semanalmente, logo, caso você perca tudo, o acumulo de dívidas será ainda maior.

Esse senso de estratégia torna a obra ainda mais interessante, aplicando sistemas geniais que quase nunca são implementados em outras obras.

Conclusão

Apesar de limitado, Katana Kami, o spin-off da franquia Way of the Samurai, apresenta sistemas fora da caixa que aumentam a longevidade do jogo e o tornam mais complexo, tornando a aventura mais atrativa. Em meio a tantos projetos que copiam outros, é gratificante ver um jogo com uma alma própria e que entrega exatamente o que promete.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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