Review | Jump Force

De acordo com Joey Tribbiani, a mistura de coisas boas nunca resulta em algo ruim.

Pensando nesta tese, Jump Force, game lançado pela Bandai Namco para celebrar os 50 anos da revista Shonen Jump, é o jogo vem para colocar esta tese à prova.

Crossover Ambicioso

Reunindo diversos personagens das franquias mais conhecidas da Shonen Jump, Jump Force traz crossovers que até outro dia apenas faziam parte dos sonhos mais loucos dos fãs de anime.

Colocar personagens de franquias como Hunter x Hunter, Cavaleiros dos Zodíaco, One Piece, Dragon Ball, Yu Yu Hakusho e Naruto no mesmo ambiente é a oportunidade perfeita para uma explosão de referências e lutar incríveis.

Neste sentido, Jump Force é um acerto e tanto. Ver estes personagens de universos diferentes interagindo e se enfrentando é tão gratificante quanto parece no conceito.

Remodelagens

O game conta com uma estética própria, buscando trazer um visual com texturas mais realistas aos personagens. Assim, podemos ver as costuras dos uniformes dos personagens, as texturas da pele e diversos elementos que ajudam a tornar estes um tanto mais realistas, mas sem nunca perder a sua essência.

A repaginada deixou alguns personagens ainda mais impactantes e imponentes, além de ajudar a trazer um padrão entre os personagens para que os universos não fiquem destoantes entre si.

Combates

Os combates em Jump Force são interessantíssimos. O game sabe aproveitar bem as características de seus personagens e não economiza no uso delas. Usar poderes especiais e transformações não é tão complicado, de modo que jogadores menos experientes no gênero de luta consigam arrancar combos e especiais.

Isso não significa, no entanto, que gamers mais experientes não vão conseguir tirar mais das lutas que os iniciantes. A mecânica possui camadas e o combate pode ficar muito mais sofisticado quando comandado por jogadores mais experientes.

Contudo, as lutas parecem um pouco curtas no modo história e podem ter seu fim antes mesmo de tornarem-se emblemáticas. Isso acaba por fazer com que os personagens não sejam tão bem explorados.

Customizando seu personagem

Em Jump Force criamos o nosso próprio personagem, o que de início pode frustar alguns. Afinal, em um jogo com tantos personagens incríveis, porque iríamos querer criar um?

Contudo, a ideia funciona e a customização nos ajuda a compensar por não controlarmos nosso personagem preferido o tempo todo. É possível adquirir diversos itens emblemáticos para customizar o seu personagem. Isso inclui diversos itens famosos como as armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco.

JUMP FORCE_20190214002916

Encantamento e burocracia

Nem tudo são flores com Jump Force. Apesar de contar com um hub legal de se explorar, recheado de referências de franquias famosas, ter lutas interessantes, o game é abarrotado de loads demorados e de uma mecânica que torna a campanha bem burocrática.

Durante boa parte da campanha, o jogo se resume em buscar o personagem da missão, passar por longos diálogos e aguardar loads para finalmente chegar a uma luta que não durará tempo suficiente para compensar toda a espera e burocracia. As lutas, que deveriam ser o ponto principal do game, acabam por ser os momentos de recompensa por toda a espera

Os loads representam uma das maiores falhas do game. Ter de constantemente esperar pelo carregamento pode tornar a experiência bem frustrante em diversos momentos.

Conclusão

Jump Force é um game encantador para os fãs de anime. Nele existem diversos elementos que farão a alegria dos otakus, seja relembrando clássicos dos animes como Yu Yu Hakusho ou trazendo crossovers fantásticos. Contudo, alguns problemas técnicos podem macular essa experiência, já que o game também exige paciência e determinação dos jogadores.

As lutas são interessantes e permitem que os jogadores explorem encarnem os personagens de maneira competente. No entanto, a sensação que fica é que o game tinha potencial para ser muito mais do que é.

Jump Force está disponível para PS4, Xbox One e PC.

Esta review foi realizada com uma cópia do game para PS4 cedida pela Bandai Namco.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

You may also like...