Review | Indivisible

Indivisible é um jogo de RPG com elementos metroidvania desenvolvido pela Lab Zero Games e publicado pela 505 Games. O jogo foi viabilizado graças a uma campanha de sucesso no Kickstarter. A história é protagonizada por Ajna, uma jovem que parte em uma jornada para vingar a morte de seu pai e a destruição de seu vilarejo. Apesar do começo sombrio, a garota é ingênua e não perde a sua compaixão, encontrando diversos ajudantes ao longo do percurso.

Como já era de se esperar em um RPG, cada personagem possui personalidade, características e equipamentos próprios, gerando diversidade e diálogos bem interessantes. Apesar deles se unirem a Ajna em prol de um objetivo em comum, as diferentes motivações trazem uma adição interessante para a narrativa do jogo. Pra vocês terem uma noção da coisa, são mais de 20 personagens que conhecemos na jornada que podem ser adicionados na nossa equipe.

Além de acrescentar na história, os diversos personagens contribuem bastante no combate também. Podemos reunir uma equipe de 4 membros para desbravar o mundo. O combate funciona como uma homenagem ao grandioso Valkyrie Profile. Para quem não jogou o clássico, o combate funciona desta forma: cada membro de sua equipe pode ser alocado em uma posição diferente e cada posição é representada por um dos botões principais de seu controle. Depois, basta esperar que as barras de ação deles sejam preenchidas, permitindo que o jogador acione os comandos.

A complexidade do sistema reside nos combos e no timing perfeito. Ao encaixar o tempo correto de cada ataque, os inimigos podem literalmente ser derretidos, acabando a luta em pouquíssimos segundos. Um recurso interessante presente é a barra de Iddhi, que ao ser preenchida permite que os personagens utilizem habilidades especiais extremamente poderosas que causam um dano massivo.

Desbravando o Mundo

Como mencionei lá em cima, Indivisible conta com diversos elementos metroidvania, ou seja, a exploração aqui segue fielmente este modelo. No começo do jogo não se assuste ao encontrar diversas áreas que ainda não podem ser acessadas, o backtracking aqui é real e extremamente necessário. A medida que você for progredindo na campanha, novas ferramentas estarão ao seu dispor, permitindo que você alcance zonas até então inacessíveis.

Um elemento interessante neste setor é que o machado utilizado pela protagonista no combate acaba sendo usado na exploração, permitindo que ela escale áreas altas. Foi uma solução incrível e extremamente inteligente por parte do estúdio.

A exploração é alavancada graças ao belíssimo visual do jogo, que conta com paisagens feitas a mão. O cuidado e o forte viés artístico também está presente nos visuais dos inimigos, evidenciando a paixão do time de desenvolvedores pelo projeto.

Conclusão

Com pouquíssimas falhas, Indivisible é um dos RPGs mais competentes do ano. Seu forte viés artístico aliado a mecânicas bem pensadas e implementadas tornam o jogo ainda mais rico e dinâmico, evidenciando que nem sempre projetos de escopo colossais são o melhor caminho para entregar um produto final inesquecível.

Este review foi feito com uma código do jogo para Playstation 4 cedido pela assessoria da 505 Games.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.