Review | Hotel Transylvania 3: Monsters Overboard

Jogos inspirados em filmes animados não são nenhuma novidade na indústria. Produzidos para captar o interesse do público-alvo em mais de uma instância, esses games licenciados geralmente apresentam um apelo mais casual, servindo como uma representação da obra original em uma plataforma diferente. O mais recente jogo licenciado baseado em um longa-metragem é Hotel Transylvania 3: Monsters Overboard. Desenvolvido pelo estúdio Torus Games, o jogo foi lançado no dia 13 de Julho nas plataformas Playstation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch.

O Enredo

Drac e sua gangue acabam sendo abandonados nas Ilhas Misteriosas, um local inóspito povoado por criaturas perigosas e diversos obstáculos. A história consiste em reunir a turma de Drac -Frankenstein, Murray e Wolfie – com o auxilio dos Impa, pequenas criaturas com habilidades variadas. A medida que o jogador progride na campanha, novas variações das criaturas são desbloqueadas, permitindo o acesso a novas áreas que antes não podiam ser alcançadas.

Algumas cenas, que são reproduzidas em forma de fotografias, se casam com o filme mais recente da franquia e que está em exibição nos cinemas. Se você não quer receber pequenos spoilers do longa, é melhor assistir o filme antes de se aventurar no jogo. No geral, a história do game é bem simples, o que é compreensível, afinal, o jogo é direcionado para os jogadores mais jovens. Se você espera por um enredo mirabolante cheio de plot-twists, é melhor procurar em outro lugar.

A União Faz a Força

Hotel Transylvania 3: Monsters Overboard apresenta dois personagens jogáveis: Drac e Mavis. Caberá ao jogador escolher o seu favorito e se aventurar pelas ilhas. As mecânicas de jogabilidade são um tanto simples, portanto, nenhum jogador deve enfrentar dificuldades com o game. Inspirado no clássico Pikmin, o progresso do jogo está totalmente ligado as criaturas Impa.

É através dos bichos que construímos pontes, enfrentamos inimigos, removemos obstáculos como deslizamentos de terra e por aí vai. Ao derrotar inimigos ou minerar rochas, coletamos gemas que podem ser trocadas por Impas, aumentando a quantidade de bichanos que nos seguem. Um defeito do jogo é não explicar por que as criaturas seguem os personagens e/ou obedecem as ordens sem pestanejar.

Por falar em vampiros, cada “jogada” conta com um temporizador de 10 minutos, o ciclo de “noite” do jogo. No fim do tempo, o personagem volta para o QG e aguarda até o anoitecer. Apesar da mecânica ser completamente compreensível, ela acaba interrompendo a diversão do jogador. Muitas vezes estive perto de coletar um baú do tesouro mas o tempo acabou antes que chegasse ao objeto, tornando necessário que eu voltasse para o caminho outra vez.

A repetitividade e a exploração são dois grandes problemas do jogo. O game não possui um minimapa, o que dificulta e MUITO a exploração. O jogador acaba precisando memorizar os caminhos, no entanto, o título é uma produção de baixo custo, ou seja, alguns cenários não são bem trabalhados e foram reaproveitados de outros trechos. Muitas vezes a sensação obtida é de estar andando em círculos. Uma adição simples como um minimapa tornaria a experiência muito melhor e mais divertida.

Conclusão

Hotel Transylvania 3: Monsters Overboard é um jogo casual que tem lá seus defeitos, mas que ainda assim diverte. A ausência de um núcleo narrativo coeso, um minimapa e cenários repetitivos acabam estragando a experiência que tinha um grande potencial. Apesar da tentativa de criar algo original ou mais interativo com a utilização dos Impas, talvez o jogo fosse mais divertido caso apostasse mais em seus protagonistas. Acredito que uma estrutura de gameplay similar a Lego Os Incríveis cairia melhor para o jogo, ainda mais que os dois protagonistas são vampiros bem legais! Mesmo com os defeitos, o jogo deve ser bem aproveitado pelas crianças, o público-alvo do título!

 

 

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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