Review | Hollow Knight: Voidheart Edition

Hollow Knight: Voidheart Edition, da Team Cherry, foi lançado no Playstation 4 e Xbox One no dia 25 de Setembro de 2018. A edição conta com o jogo base que já estava disponível no Nintendo Switch e mais quatro pacotes de DLC que tornam o jogo ainda mais robusto e interessante. Categorizado como um metroidvania, o game é protagonizado por um ser sem nome que usa uma espada para se defender. Fazendo um estilo Batman, o protagonista permanece calado durante toda a história, mas este detalhe não o impede de interagir com os personagens que habitam o misterioso mundo de Hallownest.

A História

Para descobrir os segredos de sua terra, o cavaleiro protagonista precisa interagir com os cenários, com personagens espalhados pelo cenário e descobrir passagens secretas durante a jogatina. Similar a franquia Souls, muitos detalhes da história são apresentados de forma vaga para incentivar a imaginação do jogador. Para situar os jogadores, explicarei o contexto do jogo abaixo. Fica o aviso que o trecho a seguir contém spoilers.

Antes da criação de Hallownest, o mundo do jogo, uma divindade chamada de The Radiance reinava os insetos, dominando-os e fazendo com que eles tivessem uma mentalidade de colmeia. Uma outra raça, chamada de Wyrms, também vivia nesse período e um membro dessa raça conseguiu escapar da influência da Radiance. Esse Wyrm acabou se tornando o Pale King, o futuro governante de Hallownest. O Rei acabou dando senciência aos insetos que estavam sob influência da divindade Radiance e ordenou que a divindade fosse esquecida, criando Hallownest e enfraquecendo o poder da deusa. No entanto, apesar de ter sido esquecida, a divindade começou a ressurgir nos sonhos dos insetos que ainda lembravam dela.

Sua raiva em ser esquecida acabou se transformando na Infestação, uma praga que tornou os insetos violentos e decaídos. O Rei, desesperado para acabar com a infecção, começou a realizar experimentos com uma energia negra chamada de Void. O objetivo era construir um recipiente, uma entidade artificial sem vontade ou mente, para extinguir a deusa Radiance de uma vez por todas. Após diversos experimentos falhos, um recipiente promissor finalmente foi criado e entitulado de Hollow Knight. No entanto, o Hollow Knight acabou sendo corrompido pela Infecção, sendo incapaz de mantê-la dentro do seu corpo. A praga acabou se espalhando por toda Hallownest, causando a morte ou a infecção de seus moradores. O Rei, assim como seu palácio, sumiram misteriosamente sem deixar traços.

É neste contexto que o protagonista do jogo, o Cavaleiro, é inserido. O título conta com finais múltiplos que alteram drasticamente o desfecho, portanto, tome cuidado com suas ações e esteja atento aos diálogos e interações com os personagens.

Visuais Deslumbrantes

Apesar dos cenários fúnebres, que remetem a desolação e tristeza, o visual de Hollow Knight é de cair o queixo. Com cenários que parecem ter sido feitos a mão e uma palheta de cores interessante, o jogo aposta no minimalismo para causar impacto e consegue isso de forma excepcional. Cada canto de Hallownest é um colírio aos olhos, parecendo mais pinturas do que um jogo eletrônico.

Por ser um jogo que incentiva bastante a exploração, um visual chamativo ajuda bastante na imersão e no deslumbre com o jogo. Hollow Knight pode facilmente ser confundido com uma animação de alto custo da Pixar ou Disney. O estúdio Team Cherry fez um trabalho digno de nota neste quesito.

Desbravando Hallownest

Para ter êxito na exploração dos cenários, vai ser preciso treinar bastante uma mecânica do jogo: os pulos. Algumas seções de plataforma são bem frustrantes e deixarão muitos jogadores com raiva. Ao serem derrotados, os inimigos dão alma ao jogador, recarregando a barra de Alma. Este recurso é fundamental no jogo, visto que graças a ele é possível recuperar o life e usar habilidades especiais.

Esse sistema traz uma dinâmica interessante pro jogo. Muitas vezes nas lutas contra o chefe, o jogador vai precisar escolher entre encher a barra de vida ou lançar uma magia. Caso o player tome uma decisão errada e morra, as consequências são severas. O jogador perde um fragmento da barra de Alma, perde Geo, o dinheiro do jogo e perde a própria alma. Ao chegar no local da morte, o jogador precisa enfrentar seu próprio espírito para recuperar o fragmento. Morrer uma segunda vez sem restaurar sua alma fará com que você perca TODO o seu dinheiro, então, fique esperto. O jogo é bem punitivo em relação a descuidos e mortes.

Similar a outros jogos do estilo, as batalhas contra os chefes em Hollow Knight se fixam na mente por um bom tempo. Além da trilha sonora impecável que instaura a sensação de perigo, urgência e desolação, as mecânicas dos chefes são bem pensadas e geram grandes desafios para os jogadores. Os chefes não apresentam uma barra de life, incentivando a impaciência e erro dos jogadores. Muitas vezes, após minutos de combate, o jogador não sabe se o oponente está prestes a ser derrotado ou não. Mas vale mencionar que alguns chefes apresentam claros sinais visuais de que estão desgastados e de que a luta está perto do fim.

Ao derrotar chefes, o personagem ganha habilidades especiais que possibilitam o acesso a novas áreas com insetos presos ou um mercador perdido. Os jogadores que gostam de fazer 100% do jogo terão bastante trabalho aqui, visto que existem diversos colecionáveis espalhados no imenso mapa do game.

Vale a Pena?

Hollow Knight: Voidheart Edition é uma joia indie que merece ser apreciada por qualquer um que se considere um gamer. Apesar de fazer parte de um gênero inundado de títulos, o game se sobressai graças a mecânicas bem pensadas e um visual excepcional, colocando o jogo da Team Cherry num patamar acima dos concorrentes. A atratividade aumenta graças ao pacote de DLCs que estão inclusas na edição, aumentando a quantidade de horas e trazendo novos finais ao jogo. Se você gosta de um bom jogo que misture seções de plataforma com doses de ação, não deixe esta obra de arte passar despercebida!

Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pelo estúdio Team Cherry.

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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