Review | Flipping Death

Flipping Death é um jogo de plataforma em 2.5D desenvolvido pela Zoink Games. O estúdio é conhecido pelos jogos Fe, Zombie Vikings e Stick it to the Man. Flipping Death foi lançado no dia 7 de Agosto de 2018 nas plataformas Playstation 4, PC, Nintendo Switch e Xbox One.

A Agente Morte

A história de Flipping Death gira em torno de Penny, uma jovem que acabou de perder o seu emprego em uma funerária. Com a notícia terrível, Penny decide sair com seu namorado para não pensar nos seus problemas. Ironicamente, Penny sofre um acidente de carro próximo de um cemitério. Ao se proteger numa cripta, a estrutura acaba desmoronando, causando a morte da garota. Ao acordar no submundo, a garota conhece a Morte.

A temida Morte acaba dando o seu cargo para Penny e vai curtir umas férias por tempo indeterminado. Sem nenhuma perspectiva de futuro, Penny decide usar a Foice e as vestimentas da Morte, incorporando totalmente o seu papel. As mecânicas do jogo consistem em Penny ajudando fantasmas a seguirem sua vida, resolvendo os problemas pendentes dos mortos no mundo dos vivos. Para resolver estes problemas, a jovem utiliza o poder de possuir pessoas que ainda estão vivas. Essa mecânica de mudança de dimensão é o principal recurso do jogo e funciona bem.

O roteiro do game é assinado por Ryan North, roteirista renomado responsável por A Imbatível Garota Esquilo. A estética, ambientação e roteiro lembram um pouco o icônico A Noiva Cadáver, no entanto, as piadas podem parecer infantis demais a depender de quem jogue. Boa parte das piadas acontecem quando Penny possui um humano vivo, fazendo com que a personagem soe como uma voz estranha na mente deles.

Seguindo em Frente

Para os fantasmas seguirem em frente, é necessário possuir diversos personagens que terão habilidades distintas. Ao possuir um humano vivo, os jogadores então precisam completar diversas missões e tarefas que causam reverberações tanto no mundo dos vivos quanto no mundo dos mortos. Na maioria dos casos, para completar os objetivos é necessário realizar ações numa ordem específica, caso contrário, o objetivo não é finalizado.

Caso o jogador fique empacado em algum trecho do jogo, o super óbvio sistema de ajuda basicamente exibe o que deve ser feito e a ordem exata, facilitando e muito o progresso no jogo. Apesar da existência de um sistema de dicas, dificilmente ele será necessário, visto que os puzzles do jogo são bem simples e não demandam muito esforço por parte de quem joga.

Apesar de entregar uma experiência divertida, um dos defeitos em Flipping Death é a ausência de profundidade em sua trama e nas emoções dos personagens. Por tratar de um tema complexo e quase sempre emotivo, a precariedade de cliffhangers na obra é algo curioso. Até o desenvolvimento de Penny, que literalmente vê sua vida virar de cabeça pra baixo, é mal explorado. A falta de profundidade é minimizada pela excelente atuação de voz dos personagens.

O ponto forte de Flipping Death é sua estética que lembra jogos de tabuleiro misturados com uma animação alternativa digna das telonas. Com um formato diferente dos personagens e uma dicotomia entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, o universo do game encanta pela peculiaridade.

Conclusão

Flipping Death entrega uma experiência divertida e competente no gênero plataforma. Apesar de não reinventar a roda, o game entrega um enredo satisfatório que pode durar entre 7 a 10 horas. Apesar da ausência de temperos mais marcantes, o jogo aposta numa receita excêntrica o suficiente para segurar os jogadores até o fim da jornada. Flipping Death pode ser comprado na Playstation Store (R$71,50), Xbox Live (R$39,00), Steam (R$37,99) e eShop (U$19,99).

 

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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