Review | Figment

Figment é um jogo musical de ação e aventura desenvolvido pelo Bedtime Digital Games. Com uma estética que remete a fábulas (provavelmente inspirada pelo nome do estúdio), o jogo coloca em evidencia temas considerados tabus como depressão e saúde mental.

Dentro da Mente Humana

O título é protagonizado por Dusty, um ser rabugento fantasiado de rato. Dusty é auxiliado por Piper, um pássaro otimista que assume o papel de ajudante durante a jornada. O principal objetivo do jogo é enfrentar os Medos, seres terríveis que escaparam e roubaram um item precioso de Dusty.

Durante a jornada para parar os Medos, Dusty precisa aprender a se importar com mais do que apenas si mesmo, antes que os Medos se fortaleçam e se tornem Traumas Intensos. Figment conta uma história sobre saúde mental de forma divertida e sem grandes impactos, não tirando claro, o mérito do estúdio em decidir abordar temas importantes que não são tão retratados nos videogames. Apesar do teor da discussão, em nenhum momento o jogo se afasta do seu público-alvo que são crianças.

Visitando o Cérebro

Nosso cérebro é dividido em várias áreas e em Figment isso não poderia ser diferente. Cada zona apresenta uma ambientação inédita, mudando a dinâmica do mapa e dos inimigos. As Ilhas da Liberdade são verdes e brilhantes, ela é coberta de criatividade e música.

Na Cidade do Relógio o jogador precisa realizar diversos puzzles ligados ao tempo e a cidade é composta por seres e coisas mecânicas. Existem puzzles que são interligados entre mundos, ou seja, é preciso pegar um item na seção A para solucionar um desafio na seção B.

Outro detalhe bacana é a existência de colecionáveis que contam um pouco mais sobre o dono da Mente em que o jogo se passa. Além de aumentar a longevidade do título, esses colecionáveis adicionam detalhes interessantes acerca do enredo.

Som para meus Ouvidos

Cada Pesadelo (os chefes do jogo) possui suas próprias canções e elas apresentam diversas funções como elevar a sensação de perigo e até mesmo conceder dicas de como derrota-las. Essa é uma excelente mecânica do jogo que o diferencia dos demais títulos do gênero.

Como se já não bastasse a excelente mecânica dos chefes, o mundo de Figment está rodeado de instrumentos musicais interativos. Ao se aproximar dos instrumentos, o jogador escuta o som do mesmo e pode interromper a trilha ao golpeá-los. A trilha sonora completa está disponível no Youtube.

Conclusão

Figment é surpreendente do início ao fim. Munido de diversas metáforas, tanto visuais quanto sonoras, o jogo conta uma história poderosa de forma inovadora e artística, transformando-o em um indie obrigatório para quem gosta de uma boa aventura!

Este review foi possível graças a um código do jogo para Playstation 4 gentilmente cedido pela Bedtime Digital Games.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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