Review | Far Cry 6

Far Cry 6 é o mais novo lançamento da Ubisoft. A franquia, iniciada em 2004, se tornou uma das mais conhecidas da indústria graças a suas características próprias que ajudam a entregar um parque de diversão caótico governado por um ditador. Será que Far Cry 6 aprimora a fórmula criada pela Ubi ou oferece uma experiência “mais do mesmo”? É isso que você vai descobrir neste review!

Yara, Ditadura e Libertação

Como de costume, o jogo se passa em um lugar fictício que foi construído com base em um local real. Muito da identidade e cultura de Yara saiu diretamente de Cuba. A equipe chegou inclusive a visitar o país durante um tempo para construir a identidade do lugar da melhor maneira possível.

Curiosamente, a escolha polêmica gerou alguns artigos “calorosos” atrelando o jogo a agenda política e afins. Com mensagens embutidas ou não, Far Cry é sobre diversão e isso o jogo entrega com perfeição. A ilha está sendo controlada por Antón Castillo, um ditador cruel vivido por ninguém menos que Giancarlo Esposito, veterano da indústria.

Espelhando-se em ditaduras latinas, a equipe decidiu posicionar Antón como um mentor do seu próprio filho, Diego Castillo. A perpetuidade no poder e a construção de um legado é algo bastante comum nas ditaduras “familiares” da região. Bastante persuasivo e inteligente, Antón “educa” seu filho no caminho do poder e toda essa construção é muito bem retratada no jogo.

Far Cry 6: Ray Tracing Will Be Exclusive to PC

Os games antigos apostam no aspecto “lunático” dos vilões. Pagan Min e Vaas eram insanos e extremamente imprevisíveis. Já Antón é mais estrategista e implacável. Ele usa toda a sua inteligência para manter o controle firme em Yara e impedir o avanço do grupo La Libertad, os guerrilheiros que querem libertar o país.

Colírio aos Olhos

Far Cry 6 é confortavelmente o jogo mais bonito da franquia. Isso claro, em relação aos cenários e ambientação. Os efeitos de iluminação, partículas e a arquitetura dos locais como um todo trazem um excelente senso de imersão e destacam o quanto a equipe se dedicou para entregar uma experiência levemente realista.

Far Cry 6 Offers the Biggest Open World in the Series

Infelizmente a magia da beleza se perde nas cutscenes. As expressões faciais e a modelagem dos personagens não acompanha a mesma qualidade e “boniteza” dos cenários, fazendo com que as cenas da história percam o peso dramático que esses trechos deveriam ter. A Ubisoft precisa urgentemente aprimorar sua engine nesse sentido de cutscenes.

Dani, Imensidão e Libertação

O jogo é protagonizado por Dani, que pode ser tanto um homem ou uma mulher. Apesar da escolha existir, a versão feminina parece ser a “cânon”, logo, oferece a melhor experiência dentro da história. Curiosamente, este é o primeiro jogo da série que temos trechos em terceira pessoa. Isso ajuda a criar uma conexão melhor com o protagonista.

Como de costume, o mapa do jogo é imenso e sim: é o maior mapa da franquia até agora. Espere gastar dezenas de horas revirando todos os cantos de Yara. O jogo conta com inúmeras atividades secundárias, inclusive a polêmica Briga de Galos, que extendem sua duração e ajuda o jogador a fugir um pouco da estrutura principal do game. Outro exemplo de atividade é o Los Bandidos, onde o jogador envia um grupo de guerrilheiros para atacar locais e obter recursos.

As armas estranhas de Far Cry 6 e a personalização expandida são o foco de  uma nova jogabilidade

O enorme senso de liberdade da franquia está ainda maior em Far Cry 6. A variedade de armas foi acrescentada, assim como na personalização, formas de locomoção e métodos de completar as missões. Isso permite que cada jogador adote uma maneira distinta de jogar e cumpra seus objetivos. Outro ponto que merece ser destacado aqui é o retorno dos aliados “animais” que agora cumprem um papel ainda maior no combate e exploração.

Far Cry 6: Vale MUITO a Pena

O mais novo jogo da saga é, confortavelmente, o melhor jogo da franquia até então. A equipe conseguiu aprimorar todos os aspectos antigos que funcionam, além de acrescentar novos detalhes que elevam ainda mais a diversão do jogo. Ele não reinventa a roda, tampouco revoluciona a fórmula de mundo aberto, contudo, certamente entrega uma das experiências mais divertidas dentro do gênero nos últimos anos.

PS: Este review foi feito com um código do jogo para PS5 cedido pela Ubisoft.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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