Review | Eternity: The Last Unicorn

A mitologia nórdica tem se popularizado bastante nas diferentes formas de entretenimento. No campo das séries, as ótimas Vikings e The Last Kingdom atrai cada vez mais telespectadores para o tema. Nos jogos, o grandioso God of War conquistou um oceano de prêmios e fez um sucesso comercial colossal.

Diante de métricas tão boas, não é nenhuma surpresa que mais empresas tentem surfar no sucesso do tema. Foi assim que surgiu Eternity: The Last Unicorn, um jogo de RPG desenvolvido pelo Void Studios. Um jogo com uma proposta bem ousada: mesclar elementos dos RPGs atuais com a câmera fixa vista nos jogos do gênero na época do Playstation 1. O resultado disso não poderia ser outro: um verdadeiro Ragnarok.

A História… Sim, é essa loucura mesmo

Eternity nos coloca na pele de Aurehen, uma jovem elfa com a missão de salvar o último unicórnio que está doente graças a uma maldição misteriosa (!!!!!). A protagonista não liga muito para os animais desta raça, sua única preocupação é que a extinção dos bichanos pode colocar um fim na imortalidade dos elfos. O outro personagem jogável é Bior, um guerreiro viking que basicamente aparece algumas vezes para salvar a elfa de encrencas.

A história é completamente recheada de clichês… Para livrar o unicórnio da maldição é necessário tocar um sino.. Para fazer isso, a protagonista precisa derrotar quatro grandes males que aterrorizam o mundo. Apesar de conter muitos detalhes inspirados na mitologia nórdica, o jogo sofre em adquirir uma personalidade própria, lembrando mais uma mistureba maluca de diversos outros jogos do que um produto único no mercado.

Nem Odin Salva

O jogo apresenta tantos problemas de design que nem sei por qual devo começar.. Por algum motivo insano o estúdio pensou que usar uma câmera fixa seria um atrativo imenso pro título, o que só serviu para fazer precisamente o oposto. As transições de câmera são uma catástrofe. Apesar de ser compreensível a vontade de querer construir algo.. vintage, não justifica criar um jogo com gráficos de Playstation 2, usando mecânicas do Playstation 1 na atual geração de consoles.

Como se já não bastasse o problema com a câmera, o jogo possuí um dos piores hit box que eu já vi. O problema é agravado nos chefes, visto que boa parte deles apresenta ataques que causam sua morte instantânea. Muitas vezes o ataque pegava no “vento” e mesmo assim o personagem recebia o dano. Ah, algumas vezes o personagem simplesmente não executava os comandos ao pressionar os botões. Ele ficava simplesmente parado por 1 ou 2 segundos.

Por mais incrível que pareça, a câmera disfuncional e o combate quebrado não é o principal problema do game. O level design infelizmente ocupa essa categoria. Para progredir nas áreas do jogo é necessário ficar voltando para zonas já visitadas para confeccionar chaves que abrem portas. O problema é que o jogo nunca te avisa com antecedência os itens necessários e o outro problema é que toda vez que o personagem revisita uma área, todos os inimigos do local ressurgem SEMPRE no mesmo lugar. É como se uma tortura sem fim ocorresse.

O game também conta com diversos bugs e crashes que ocorrem com frequência ocasionando na perda de progresso.

Conclusão

Se alguém se esforçasse para criar um jogo tão ruim quanto Eternity: The Last Unicorn, ele provavelmente falharia. Apesar de ter um potencial, os praticamente infinitos problemas técnicos e de design que o jogo apresenta destrói qualquer possibilidade de diversão com o game.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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