Review | Ender Lilies Quietus of the Knights (PS4)

Ender Lilies: Quietus of the Knights inegavelmente é um dos Indies mais comentados de 2021. Estruturado como um metroidvania com mecânicas da franquia Souls, o game foi desenvolvido pelos estúdios Live Wire e Adglobe (Montreal e Tokyo). A distribuição ficou a cargo da publisher Binary Haze Interactive.

Agora, você deve estar se perguntando: por que o jogo está sendo tão falado, e, ele é bom mesmo? É isto que vamos explorar nesse review!

Um conto de fadas chamado Ender Lilies

No jogo, controlamos uma garotinha que está sendo protegida por um Cavaleiro com armadura. A garotinha não possui nenhuma memória, cabendo a você explorar o mundo pra saber o que se passa no jogo. Não entrarei em detalhes específicos da história, mas, irei explicar o básico a seguir. O mundo em que se passa o game foi amaldiçoado. Uma chuva que transforma as pessoas em mortos-vivos destruiu o país, espalhando caos por todas as terras.

A Sacerdotisa e o Cavaleiro Umbral, seu protetor

Existe um grupo específico de pessoas capaz de conter a maldição. Essas pessoas são chamadas de Sacerdotisas, e, sim, nossa protagonista é a última Sacerdotisa que permanece viva no país. Ao purificar os chefes principais (falo sobre isso já já), cutscenes são ativadas, contando um pouco mais da história. As cenas são exibidas como se o título fosse um grande conto de fadas sombrio.

Ender Lilies tem cutscenes belíssimas!

Embora essas cenas mais objetivas existam, o grosso da história e do que aconteceu com o mundo em si é contado através dos colecionáveis (Textos) que encontramos espalhados pelo cenário. Eu recomendo a leitura de todos caso você queira entender melhor o que se passa na história. Vale mencionar que o jogo ao todo conta com três finais. Cada final muda bastante a conclusão da história, logo, fica a recomendação para fazer os três.

Purificando o Exército

A Purificação é um dos principais elementos de diferenciação em Ender Lilies. A Sacerdotisa não possui armas brancas e nem ataca. Ela usa Espíritos para fazer o “trabalho sujo”. Os Espíritos só podem ser comandados após serem purificados. Existem duas categorias deles, os chefes principais, exibidos no jogo na cor vermelha e os secundários, funcionando como minichefes e exibidos na cor laranja.

Um ponto chave nisso tudo é o uso desses espíritos. A maior parte deles possuem limites de uso/ataque. Porém, existem alguns que são infinitos, como o Cavaleiro Umbral (o protetor da Sacerdotisa). Ao todo, o jogador pode equipar 6 espíritos, três em cada Set. Vale mencionar que você tem total liberdade para montar seus sets de ataques, podendo até repetir espíritos.

Siegrid, um dos Espíritos do jogo

Esse sistema, como mencionei acima, traz um charme único ao jogo, além de possibilitar a criação de combos fantásticos. Como disse no começo do texto, Ender Lilies apresenta mecânicas da franquia Souls, mas, eu pessoalmente não considero ele um Soulslike. Graças a ausência de stamina e a possibilidade de formar combos fantásticos, ele mais se assemelha a um hack’n slash do que a um game Souls. A dificuldade aqui é bem menor também.

Indiana Lilies

Se você já jogou algum metroidvania, você sabe que a exploração é parte integral de jogos como esse. Apesar de ser um game 2D, os estúdios conseguiram esconder inúmeros segredos nas salas, demandando um pouco de atenção por parte do jogador enquanto o mesmo explora.

Outro ponto em comum dos jogos do gênero é o polêmico backtracking. Isto é, você voltar em locais já visitados para pegar algum item que antes era impossível ser alcançado. Eu particularmente não gosto muito disso, contudo, a vasta quantidade de pontos de viagem rápida em Ender Lilies colaboram muito para que a atividade não seja tediosa.

Cada Fragmento de Amuleto aumenta seu HP máximo em 5 pontos.

No que tange as habilidades de exploração, pode esperar por bastante coisa. Você vai adquirir habilidades de escalar paredes com o uso de Garras, pegar um Gancho que permite usar lâmpadas para ser impulsionado no ar e por aí vai. Como disse acima, essas habilidades estão diretamente conectadas ao ato de purificar os chefes principais.

É através de uma exploração feita de maneira competente que você vai adquirir inúmeros itens valiosíssimos, aqui chamados de Relíquias. Esses itens, que podem (e devem ser equipados) concedem bônus passivos e ativos vitais para a sua sobrevivência. Você consegue aumentar a velocidade de uso e a quantidade de suas “poções” de cura. Você pode reduzir o dano sofrido pelo inimigo, aumentar o seu dano, sua velocidade e por aí vai. Vale mencionar que existe um limite para equipar relíquias através do “Peso”. Você precisa coletar um item para expandir o peso carregado, indo até o máximo que é 20.

Ender Lilies: Quietus of the Knights – Vale a Pena?

Se você for um fã do gênero metroidvania, definitivamente. Ender Lilies não reinventa a roda, mas, ele a apresenta com boa qualidade. Excluindo o sistema de espíritos, todas as outras nuances do game já foram vistas em outras obras, o que não é nenhum demérito. Com um combate bastante responsivo (mas fácil), uma história que desperta a curiosidade, uma trilha sonora orquestrada e visuais belíssimos, o título é um ótimo exemplar e traz dezenas de horas de diversão. É um jogo ótimo, mas, precisa de mais tempero para ser espetacular.

Platina conquistada!

OBS: Esta análise foi feita graças a um código de review para PS4 cedido pela assessoria da publisher.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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