Review | Effie
Effie é um jogo de ação e aventura com elementos de plataforma desenvolvido pelo Inverge Studios. Lançado hoje, 4 de Junho de 2019, o jogo apresenta um contrato de 3 meses de exclusividade por ter sido produzido com o auxílio do programa Playstation Talents.
Uma Origem nada Nobre
Nem todo herói inicia sua jornada como um herói. Esse é um dos principais pontos abordados em Effie. A aventura é protagonizada por um cavaleiro chamado Galand e, sim, os clichês não se encerram por aí. Em um dia aparentemente comum, o personagem se recusa a ajudar uma jovem indefesa.
Para o seu azar, a jovem era uma bruxa poderosa e maligna chamada Melira. A bruxa lança uma maldição no cavaleiro, tornando-o velho. É sob esse pretexto que nossa aventura no mundo de Oblena começa.
A história é toda contada pelo próprio personagem a uma garotinha, Effie, como se fosse uma fábula do passado. Esse recurso é bem interessante ao longo da trama. Em momentos pontuais, o narrador “invade” nossa experiência, fazendo piadas que tornam a jornada mais leve. Um dos pontos negativos é a ausência de localização para o nosso idioma. Até o momento da análise o jogo continha apenas dois idiomas: Inglês e Espanhol.
Outro elemento negativo que causa impacto na experiência é a qualidade das cutscenes. Por adotar um estilo visual cartoonesco, as cenas de história do game ficaram caricatas demais, os personagens não possuem carisma e o roteiro não é nada criativo, impedindo que o jogador crie laços profundos com a obra.
Capitão América, é você?
Para quebrar a maldição, Galand precisa destruir as Jóias do Mal e, em seguida, derrotar a bruxa Melira. Como todo herói possui um ajudante, o cavaleiro conta com um “aliado” bem inusitado. Os anciões dão a Galand o escudo Runestone de presente. O equipamento é o principal recurso do jogo para se diferenciar de outros títulos e é uma peça fundamental do combate.
É com o escudo que conseguimos destruir as jóias malignas, defender ataques, aprender três habilidades distintas e, o melhor de tudo, surfar pelo mundo de Oblena! Isso mesmo, surfar! Effie é estruturado como um mundo aberto, logo, nada mais justo que termos uma “montaria” para facilitar a locomoção do personagem.
Durante a campanha, aprendemos três habilidades diferentes. Uma é o Dash, onde o personagem avança pra frente com o escudo, funcionando como uma espécie de esquiva. A segunda habilidade é o Boomerang, que permite carregar o escudo e fazer com que ele fique rodopiando, tirando uma grande quantidade de dano dos inimigos. A terceira e última habilidade aprendida é a Earthquake, onde Galand pula e desfere um golpe no chão, causando um terremoto. Além das habilidades aprendidas, os jogadores podem se defender com um campo de força acionado pelo escudo e usar ataques leves ou pesados.
Apesar de divertido, o combate de Effie evidencia as limitações de uma produção independente que ousou em seguir um caminho diferente dos demais estúdios no mercado. Ao todo só existem 6 modelos de inimigos diferentes, o hit box é estranho e os golpes não passam uma sensação de acerto graças a mecânicas esquisitas e uma sonoplastia sem graça. Se você espera por combates épicos, sinto te informar que você não os encontrará nesse jogo.
Revirando Oblena
Como todo jogo, Effie incentiva a exploração minuciosa através de colecionáveis que adicionam detalhes na história e no universo do game. As famosas Relíquias estão espalhadas pelas fases do jogo e pelo mundo aberto. Os baús especiais que contém esses itens são disponibilizados ao jogador após cumprir certos desafios ou achá-los no mapa. Um dos desafios mais legais é um Time Attack com o escudo que ocorre no cenário de mundo aberto do game.
Além dos baús especiais com as relíquias, podemos encontrar baús de experiência que tornam o personagem mais poderoso. Ao mudar de nível, Galand ganha um incremento em seu life e na barra de mana, recurso utilizado nas habilidades. Também é possível ganhar experiência derrotando inimigos e coletando Runas, pedras que são espalhadas pelo mapa.
Conclusão
Effie é um jogo mediano que poderia ser marcante se fosse produzido por uma equipe maior ou obtivesse um orçamento substancial. Com bons elementos que funcionam e o tornam diferente, como o escudo Runestone, o jogo se esbarra em diversas limitações técnicas que tiram uma quantidade significante do seu brilho. Os caçadores de troféus ficarão felizes em saber que a platina do jogo é bem tranquila de ser conquistada e leva apenas cerca de 5 horas. O jogo pode ser adquirido na Playstation Store por R$61,50.
Esta análise foi feita graças a um código do jogo para Playstation 4 gentilmente cedido pela Inverge Studios.