Review | Drowning

Os jogos independentes tem se tornado cada vez mais comuns na indústria. Com novas ferramentas de desenvolvimento, criar um jogo de menor escala tem se tornado mais fácil, permitindo que equipes menores ou até mesmo uma única pessoa transforme o seu projeto em realidade.

Drowning é um dos jogos mais intimistas que já experimentei. Desenvolvido pela empresa Polygonal Wolf, o game conta a história de um jovem com depressão. Estruturado como um walking simulator, o enredo da obra dura em torno de 40 minutos e conta com uma grande carga emocional.

Durante a abertura do jogo, os cenários são vibrantes e apresentam uma grande quantidade de cores. A medida que os anos passam, os cenários vão se escurecendo, os textos se tornam mais sombrios e agressivos, deixando a entender que a depressão foi se agravando ao longo do tempo. O interessante é que o jogador pode tentar desviar do caminho pré-estabelecido, invocando uma certa tentativa de fuga da doença. Ao tentar fugir, o jogador é “presenteado” com um colecionável que remete a uma lembrança, mas nada acontece.

As histórias, apresentadas em forma de texto na tela, são bem intensas e revelam as dores de se lidar com uma doença como a depressão. Os conflitos internos do personagem também são explorados. Mas, é difícil chamar Drowning de jogo. Existem pouquíssimos elementos de interatividade, aproximando a obra mais de uma ferramenta de reflexão.

Conclusão

Drowning falha como um jogo, mas acerta como uma obra reflexiva que incentiva o debate de um tema importante na indústria dos jogos. Com quase nenhuma mecânica de gameplay, o jogo só é recomendado para os jogadores que gostam de uma obra contemplativa ou que procuram uma história curta, mas intensa e significativa.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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