Review | Desperados 3

Apesar de levar o número três em seu título, Desperados 3 é um prequel, ou seja, ele aborda eventos que ocorreram antes do primeiro jogo da franquia. A nova obra do estúdio Mimimi é protagonizada por John Cooper e mais quatro companheiros que partem em uma jornada de vingança no Velho Oeste.

Apesar de conter uma leve carga emocional, toda a história tem um teor mais introdutório do que de continuidade. Até os personagens já conhecidos pelos fãs são apresentados como se fosse a primeira aparição deles, dando um pouco de ideia de reboot.

Quase um jogo de Xadrez

Com 15 missões compondo sua campanha, a obra demanda um grande raciocínio por parte do jogador. Com mecânicas únicas e muito bem construídas, o jogo se enquadra no gênero de estratégia em tempo real, portanto, não espere por facilidades e ação desenfreada. Planejar cada passo é essencial para concluir as missões.

Cada membro do “bando” possui habilidades próprias que devem ser usadas em sinergia para varrer os inimigos do mapa. John, é mestre em distrair os inimigos para assassiná-los em silêncio, mantendo o jogador mais seguro. Hector é mais próximo do que conhecemos como tank, conseguindo eliminar inimigos mais encorpados graças a sua força bruta. McCoy é o famoso sniper, destruindo a vida dos inimigos com seu rifle de longa distância. Por fim temos Kate, capaz de se disfarçar para confundir as linhas inimigas e Isabelle, uma especialista em magia vodu que consegue manipular os bandos adversários.

As diferenças existentes entre os personagens permitem que os jogadores completem as missões de trocentos modos diferentes, garantindo uma diversidade muito bem vinda na jogabilidade. Suas habilidades não se diferenciam somente no combate, mas na exploração também. Alguns são especialistas em destrancar portas, outros conseguem nadar como Michael Phelps, e por aí vai.

Um oceano de Particularidades


Assim como no excelente Divinity 2: Original Sin, os cenários de Desperados 3 possuem inúmeras mecânicas que incentivam a interação e ajudam o jogador a vencer os embates. Por exemplo, em alguns cenários, o chão está coberto por poças d’água que geram barulho quando você pisa nelas. Este barulho em questão acaba atraindo a atenção dos inimigos próximos, permitindo que você se posicione da melhor forma possível antes de iniciar um confronto.

Outro elemento digno de nota são as regras que lembram os RPGs de tabuleiro. Por exemplo, as adversárias do gênero feminino não podem ser encantadas por Kate. Isso gera uma autenticidade absurda ao jogo, demandando que o jogador estude cada uma dessas nuances para obter sucesso.

Conclusão

Desperados 3 entrega uma excelente e robusta aventura no gênero de estratégia em tempo real. Com uma qualidade gráfica impecável, pouquíssimos problemas técnicos e mecânicas fantásticas de jogabilidade, a obra acaba sendo obrigatória para os fãs do gênero. No entanto, vale mencionar que caso você não seja um adepto de jogos de estratégia, é bom repensar a aquisição, a complexidade do jogo pode estragar a experiência para os visitantes de primeira viagem.

Esta análise foi feita graças a um código do jogo para o PlayStation 4 cedido pela assessoria do estúdio Mimimi.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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