Review | Death’s Gambit

Death’s Gambit é um jogo de RPG de ação inspirado na franquia Dark Souls desenvolvido pelo estúdio White Rabbit e publicado pela Adult Swim. O jogo foi lançado no dia 14 de Agosto no PC e Playstation 4.

Agente do Caos

Death’s Gambit é protagonizado por Sorun, um soldado de Siradon, um mundo repleto de mistérios e perigos. Quando criança, Sorun viu seu pai partir graças a Grande Expedição. Vivendo alguns anos com sua mãe, o jovem herói também a perdeu para a Expedição. No entanto, antes de partir, sua mãe faz um último pedido a ele: viva uma vida que vale a pena ser lembrada.

A medida que Sorun cresce, ele acaba se tornando o líder de um exército considerável, no entanto, seu grupo é derrotado e ele acaba tendo um encontro com a própria Morte. Para não morrer de forma precoce e honrar o pedido de sua mãe, Sorun assina um contrato com a Morte, sendo encarregado de derrotar inimigos poderosos conhecidos como os Imortais. Em troca, a Morte oferece ao personagem o dom da Imortalidade, justificando uma das mecânicas chaves do jogo que é a ressurreição a la Dark Souls.

Como todo bom RPG, Death’s Gambit permite que o jogador escolha a classe que mais combina com seu estilo de jogo. Ao todo são 7 classes, são elas: Soldado, Assassino, Cavaleiro de Sangue, Mago, Nobre, Sentinela e Acólito da Morte. Cada classe tem perks próprios, um talento exclusivo na árvore de habilidade e formas independentes de ganhar Energia da Alma, o recurso necessário para lançar habilidades. Apesar da existência de um sistema de classes, um elemento bacana do jogo é a liberdade na utilização de armas. O jogador pode usar qualquer arma do game, desde que ele atenda os requisitos necessários.

Por falar em requisitos, a mudança de nível no jogo ocorre da mesma forma que nos jogos Soulslike. Ao matar inimigos, os jogadores ganham o recurso necessário para subir de nível. Após coletar a quantia necessária, basta ir nos Santuários da Morte e aumentar o nível. O Santuário também permite trocar as habilidades equipadas nos slots e sacrificar as Penas (Itens que recuperam HP) para aumentar o dano causado pelo personagem.

Aprimorando a Fórmula

Em nenhum momento Death’s Gambit esconde suas inspirações oriundas de Dark Souls e de Salt and Sanctuary. Felizmente, o jogo não só se apropria de mecânicas incríveis e que deram muito certo, como ele as modificam de modo que combinem melhor com o jogo. O jogo não apresenta Frascos de HP, mas sim Penas que recuperam o life e em alguns casos, até garantem buffs temporários. Existem diversos tipos de Penas no jogo e cada uma apresenta os próprios efeitos. Um elemento curioso é que os jogadores mais experientes podem sacrificar estes itens para aumentar um percentual do dano.

Outra novidade no jogo do estúdio White Rabbit é o fato de que o personagem não perde as almas ao morrer. Em caso de morte, o jogador perde uma Pena que precisará ser resgatada no local da morte. Essa foi uma excelente forma de adicionar dificuldade ao jogo mesmo sem a possibilidade de perder as almas. Começar uma boss fight com um item de cura a menos torna a luta ainda mais brutal. Por falar em boss fight, temos nesse campo outra grande novidade na fórmula. Ao matar um chefe, é possível enfrenta-lo novamente no Modo Heroico. No entanto, fique avisado que o inimigo ganha buffs absurdos no poder de ataque, velocidade de ataque e ganha novos padrões de comportamento que dificultam ainda mais a luta.

Felizmente, Death’s Gambit recompensa, de forma limitada, os jogadores que morrem nos chefes. Ao tirar uma porcentagem do life do inimigo, os jogadores ganham Almas respectivas a aquela quantia tirada. Vale mencionar que a quantia não é acumulativa, ou seja, se você tirar uma grande quantidade de HP do boss e morrer, você vai ganhar uma grande quantidade de almas, no entanto, essa “recompensa” só será dada uma única vez. Essa mecânica incentiva os jogadores a continuarem tentando e diminuem a frustração de morrer diversas vezes para o mesmo chefe.

Falando em morrer várias vezes, o estúdio encontrou nesse fator uma forma inteligente de contar partes da história do game. As vezes, quando Sorun morre, uma cutscene de seu passado é exibida na tela, revelando fragmentos de sua história.

Nada é Perfeito

Os visuais de Death’s Gambit são pixelizados, detalhe que adiciona mais charme ao jogo. No entanto, apesar dos belos cenários e inimigos, elementos como o fogo e as armas não são muito bem representados visualmente, diminuindo um pouco a atratividade da obra. Um enorme ponto negativo pra mim é a impossibilidade de alterar a aparência do personagem. Mesmo equipando botas e capacetes diferentes, o visual de Sorun não muda. Apenas o visual da capa, armas e escudos são alterados. Em um momento onde a personalização é crucial em todo e qualquer jogo, relevar esse fato representa um erro enorme do estúdio White Rabbit.

Outro ponto negativo enorme no jogo é que apesar de ter uma das melhores trilhas sonoras já criadas em um game, o trabalho com as vozes dos personagens foi bem pobre. Nem o protagonista do jogo possui um ator de voz, o que impacta negativamente a campanha do game e a experiência como um todo. Outra decisão estranha por parte do estúdio.

Conclusão

Apesar dos tropeços, Death’s Gambit pode facilmente ser considerado um dos melhores jogos indies de 2018. Com um gameplay divertido e intuitivo, uma campanha satisfatória, chefes desafiadores, trilha sonora impecável e um excelente fator replay, o jogo merece ser conferido por todos os amantes de um bom jogo de RPG ou soulslike. O jogo pode ser adquirido na Playstation Store (R$61,50) ou na Steam (R$36,99).

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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