Review | Crayola Scoot

Apesar de ser um gênero de nicho, o skateboarding possuía um número expressivo de fãs nos videogames graças a jogos como Tony Hawk’s Pro Skater e Skate, no entanto, as editoras foram se afastando do gênero, deixando um gap enorme que ninguém tem coragem de preencher. Isso mudou recentemente com o lançamento de Crayola Scoot, um jogo de patinetes direcionado a crianças.

Crayola Scoot usa mecânicas do bem-sucedido Splatoon e as mistura com o sistema de acrobacias de Tony Hawk’s Pro Skater, gerando um dos jogos mais inusitados e interessantes do gênero. No jogo desenvolvido pelo Climax Studios, os players precisam “colorir” o parque/pista com suas respectivas cores. No final da partida, o vencedor é definido pela área pintada. Além de pintar o cenário, algumas corridas contam com desafios diferentes. Algumas fases demandam que o jogador colete itens espalhados pelo cenário, outras dão foco nas melhores manobras.

Mandando Tinta

O interessante de Crayola Scoot é que cada sistema funciona como um complemento do outro. Se mover rapidamente aumenta a distância do pulo, permitindo que o jogador faça manobras mais difíceis, aumentando a área pintada. Mas para mover-se de forma mais rápida, é necessário percorrer sua área pintada, aumentando a velocidade do patinete. Cada sistema do jogo incentiva o outro, gerando uma integração de ações que tornam a jogabilidade mais intuitiva e natural. Para incrementar ainda mais esse processo, existe botões especiais no mapa que servem para espalhar ainda mais tinta pelo mapa, criando um sistema de estratégia para o jogo. Para ativar esses botões, basta realizar uma acrobacia próximo a eles, garantindo uma vantagem interessante para o jogador.

Por trabalhar com o público-alvo infantil, a jogabilidade é bem simples e acessível. As manobras são feitas ao rotacionar as alavancas do controle, gerando pontos para o jogador. Diferente de outros jogos do gênero como Skate e Tony Hawk’s, fazer as acrobacias não apresenta nenhum desafio, nem mesmo no começo do jogo. Apesar de ser excelente, permitindo que as crianças se divirtam com o game, os jogadores que buscam por uma dose maior de desafio certamente ficarão frustrados com o título.

O Rei da Patinete

O game conta com um sistema de personalização robusto, permitindo que o jogador escolha a cor usada pelo personagem, as roupas e o capacete a ser usado. A aparência é limitada pelo nível do personagem, ou seja, mesmo que você tenha moedas suficiente para comprar aquela roupa irada, será necessário atingir o nível pré-definido antes. Em relação a longevidade, o game conta com 12 pistas ao longo de 3 mundos, cada pista contém seus objetivos e grau de dificuldade. Mas, novamente, por ser direcionado para crianças, não existe muito desafio no título da Climax Studios.

Outro sistema interessante é o de fama. O jogador precisa duelar contra chefes para aumentar sua fama, tornando-se uma lenda entre os Scooters. Apesar de ser compreensível o desejo de inovar, é de se perguntar o motivo do estúdio ter usado patinetes e não o skate para “protagonizar” o game. Apesar da patinete ser mais utilizada entre as crianças, o skate tem mais visibilidade no cenário de esportes e poderia ajudar a popularizar o game.

O público-alvo do jogo ditou praticamente quase todos os sistemas do título e o visual e a trilha sonora não escapam disso. Apostando no cartoon, o visual lembra jogos como Splatoon, uma grande referência do título, e o sucesso mobile Subway Surfers. As cores são vibrantes e bem presentes nos menus e nas corridas. A trilha sonora aposta em músicas alegres e aceleradas, impulsionando o ritmo dinâmico do jogo.

Vale a Pena?

Preenchendo um espaço em um gênero esquecido, Crayola Scoot utiliza mecânicas de franquias consagradas para entregar uma experiência divertida e casual. Apesar da falta de dificuldade, por conta do público-alvo do jogo, é possível tirar proveito do título mesmo sendo um adulto. Os caçadores de troféus ficarão felizes em saber que o jogo conta com uma platina bem tranquila e que não demanda muito tempo ou esforço para ser obtida.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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