Review | Crash Team Racing Nitro-Fueled

20 anos depois, os fãs de Crash Team Racing recebem o melhor presente possível: um super remake recheado de conteúdos com um modo multiplayer incrível que aumenta ainda mais a longevidade do jogo. Usando o original como maior referência, a Beenox fez um trabalho louvável em trazer o jogo do “limbo” apresentando o título para uma nova audiência carente de jogos deste tipo.

Pra quem não conhece o original, o famoso CTR surgiu em 1999 no PlayStation 1 como uma resposta aos jogos Mario Kart e Diddy Kong Racing. Com algumas mecânicas emprestadas e inovações pontuais, o jogo caiu nas graças dos fãs da Playstation, se tornando um clássico instantâneo. Por ser uma espécie de reciclagem do original, Crash Team Racing: Nitro-Fueled se esbarra na jogabilidade datada, impedindo que o game se torne um título supremo no gênero corrida.

Um dos maiores pontos positivos do renascimento do título são os visuais repaginados. Cada skin, pista e efeito enche os olhos de quem joga. O estúdio Beenox se dedicou imensamente nessa parte e os resultados são os melhores possíveis. Cada curva tem uma dose enorme de nostalgia, servindo como um prato saboroso para os fãs de longa data da franquia.

O principal problema do jogo é o sistema de drift. Para vencer no jogo, é necessário usar o drift por cerca de 80% do tempo, o que não é uma tarefa fácil, visto que o level design da obra é de 1999, período em que os devs não dominavam totalmente as ferramentas. Talvez, a remoção do sistema de drift e a adição de novas mecânicas como progressão dos Karts deixariam o jogo com um ar mais modernizado. No modo Aventura os jogadores podem escolher entre três dificuldades, no entanto, os desafios de tempo são brutais e demandam curvas totalmente perfeitas.

A modernização em Crash Team Racing: Nitro-Fueled está presente em dois campos. O primeiro é um grande diferencial do jogo: o amplo sistema de customização. As dezenas de personagens apresentam skins de diferentes níveis de raridades. Como se já não bastasse, os veículos também podem ser customizados, assim como as rodas. O único aspecto triste é que toda a customização do jogo é apenas cosmética, ela não altera a performance do jogador/veículo, o que acaba sendo uma grande oportunidade desperdiçada. Os visuais podem ser comprados no Pit Stop, uma loja inédita que usa as Wumpa Coins, moedas conquistadas in-game.

Durante minha jogatina notei uma disparidade enorme na quantidade de Wumpa Coins conquistadas no Modo Aventura e no Modo Multiplayer. Vencer uma corrida online concede bem mais moedas do que na campanha do título. Falando no Multiplayer, o modo coloca 8 jogadores disputando entre si em Corridas ou em Batalhas recheadas de intensidade.

Conclusão

Com um pé no passado e outro no presente, Crash Team Racing Nitro-Fueled não se decide com qual público ele se comunica. Com adições modernas, como os cosméticos, mas mecânicas recicladas de 1999, como o sistema de drift e o design das pistas, o jogo apresenta pros e contras que o afastam de ser uma obra suprema no gênero. Por conta da dificuldade punitiva, até mesmo o público infantil pode não conseguir desfrutar do jogo. Agora resta torcer por um nivelamento mais assertivo da dificuldade ou um novo título que se afaste da âncora do passado.

Esta análise foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pelo representante da Activision.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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