Review | Assassin’s Creed Valhalla

Assassin’s Creed Valhalla é o lançamento mais recente da Ubisoft. Certamente AC é a principal franquia da companhia francesa. Dito isso, Valhalla chegou com a dura missão de entregar a melhor experiência da saga. Com mais de 100 horas de conteúdo, será que o jogo cumpriu sua missão? É o que você vai descobrir nesta análise.

O Início

A abertura do título é uma das melhores que já vi em um game. Extremamente fiel a outros materiais do gênero, vemos uma excelente incorporação da cultura nórdica, aumentando demasiadamente a imersão no belo mundo construído pela equipe de desenvolvedores.

O começo da nossa jornada nos coloca no papel de Eivor, personagem único que pode ser tanto homem quanto mulher. Após os eventos de abertura, embarcamos em uma jornada de vingança para eliminar Kvothe, um nórdico cruel responsável pela morte dos pais e amigos do (a) protagonista.

Apesar do panorama inicial parecer ser bem clichê, felizmente a narrativa se desdobra rapidamente, tornando-se mais complexa e rica em detalhes. Como era de se esperar, jogar AC Valhalla é uma aventura pela história, nos divertindo e ensinando ao mesmo tempo. O choque da cultura nórdica com a cultura saxã é explorado de maneira brilhante, tornando a jogatina extremamente viciante.

Como se já não bastasse, o misticismo da cultura nórdica não foi deixado de lado. Temos várias referências aos Deuses deste Panteão, principalmente a Odin, o Pai de Todos. Podemos até visitar e completar missões em Jotunheim e Valhalla, evidenciando que a mitologia foi considerada um componente vital para o título.

Lar, Doce Lar

Ao chegar na Inglaterra, Eivor tem a missão de estabelecer um Assentamento no país. O recurso lembra bastante a construção de bases/cidades presentes em jogos mobile. Você começa no nível 1 e precisa ir evoluindo o local para desbloquear novos NPCs e construções como Ferreiro e a Vidente.

A mecânica funciona muito bem e conta com um elevado grau de personalização, permitindo que você dê um “grau” em seu próprio lar.

Shieldwall!

O combate em AC Valhalla representa uma evolução do que vimos em Odyssey. Muito mais dinâmico e com um foco maior em habilidades ativas, o game recompensa mais a agressividade do que os antecessores. Agora é possível até empunhar duas armas de qualquer tipo, incluindo escudos, desbravando o mundo como se você fosse um Berserker.

Outra mudança pontual que ficou excelente foi o sistema de nivelamento das áreas e o de loot. Diferente do antecessor, aqui não existem mais grinds desnecessários e o jogador é livre para explorar as áreas mediante o seu Poder. Cada set de equipamento possui bônus próprios que trazem não somente uma variação visual, mas de gameplay. Foi uma decisão extremamente acertada da equipe que trouxe “qualidade de vida” ao game.

Desbravando o Mundo

Apesar de existir um protagonista fixo, os últimos jogos da franquia tiveram mundos tão bem construídos que eles passaram a ser os verdadeiros protagonistas da obra. Aqui não é diferente. Em cada cenário que visitamos percebemos que foi um trabalho de amor. O nível de detalhes é absurdo! Até Vinland, que conhecemos como América, foi arquitetada com base em evidências arqueológicas, deixando toda a experiência ainda mais gratificante.

Além dos cenários exuberantes, certamente devo falar sobre as Atividades do Mundo. Funcionando como uma espécie de missão secundária, estas atividades são o ponto alto do jogo. Além de não demandar que o jogador cumpra tarefas inúteis, elas adicionam contexto e ensinam um pouco mais sobre os costumes da época. Muitos eastereggs foram espalhados em variadas missões deste tipo, portanto, não deixe de completa-las.

A exploração também recebeu um upgrade, com enigmas mais desafiadores. Algumas casas são um trabalho enorme para serem invadidas com a finalidade de saquear o loot presente nas mesmas. O estúdio realmente se empenhou em fazer os jogadores usarem a cabeça para obter equipamentos e recursos.

Retorno as Raízes

Uma das principais queixas dos ditos “fãs” da franquia diz respeito a mudança da essência. Alguns afirmam que a saga não é mais Assassin’s Creed por conta do foco maior em mecânicas de RPG. Ciente das queixas, os devs trouxeram diversas mecânicas de volta ao jogo.

O Culto dos Ocultos possuem uma presença forte no game, além disso, as mecânicas furtivas retornaram. Você consegue andar em grupos para se esconder, usar o capuz e realizar assassinatos furtivos com a Lâmina Oculta. As mudanças certamente são bem vindas e ajudam a cessar um pouco as críticas.

Vale a Pena?

Com toda certeza, sim. AC Valhalla não somente é o melhor jogo já criado da franquia, como um dos melhores títulos já criados pela Ubisoft. Se você gosta do gênero, não vai se arrepender. São centenas de horas de conteúdo!

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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