Review | Adventure Time: Pirates of the Enchiridion

A Hora da Aventura é sem sombra de dúvidas um dos desenhos de maior sucesso da história. Com 10 temporadas nas “costas”, a franquia acabou se espalhando para outras formas de entretenimento, principalmente nos videogames. Com 6 jogos de diferentes estilos, a nova adição ao acervo da franquia é Adventure Time: Pirates of Enchiridion, um jogo que transporta Finn e Jake ao mundo dos RPGs de turno. Desenvolvido pelo Climax Studio e publicado pela Outright Games, o jogo foi lançado hoje (17) para os consoles e PC.

O Enredo

A história gira em torno do desaparecimento da coroa do Rei Gelado e o sumiço de Gunter. Como uma espécie de episódio do desenho, caberá a Finn e Jake resolverem o mistério, salvarem o Reino Gelado e consequentemente a Terra de Oo, já que o derretimento do gelo causaria grandes problemas.

Os fãs do desenho irão se deliciar com Adventure Time: Pirates of Enchiridion, visto que o jogo conta com diversas referências a obra original. Personagens são citados, localizações clássicas são visitadas e os atores de voz do desenho estão todos presentes no game. Apesar de ser compreensível, o excesso de referências pode estragar a experiência para jogadores como eu que não apresentam tanta familiaridade com o desenho. Em alguns momentos, fiquei um pouco confuso durante alguns diálogos, afinal, os personagens conversam sobre passagens específicas do desenho.

Apesar deste pequeno detalhe, a história se desenvolve em um ritmo consistente e de forma divertida, podendo inclusive arrancar algumas gargalhadas de quem joga. No geral, a sensação é de estar jogando uma temporada inteira do desenho. Graças ao problema de uma possível enchente, os desenvolvedores decidiram utilizar os piratas como o tema principal da história e felizmente, o trabalho foi bem feito, entregando uma divertida experiência em alto mar.

À Moda Antiga

Adventure Time: Pirates of Enchiridion transporta os jogadores para a raiz do gênero RPG: os combates de turno. No quesito gameplay, o estúdio optou por fazer o básico, mas de forma funcional. Como inúmeros títulos do gênero, não existe muita inovação no combate. No começo do título apenas dois personagens estarão disponíveis: Finn e Jake. Ao longo da sua aventura, Marceline e BMO irão se juntar a equipe, trazendo novas habilidades ao grupo. Como todo e bom RPG, cada personagem apresenta suas particularidades e podem ser categorizados em classes. Jake funciona como o tank da equipe, focado na defesa. Marceline funciona como a Assassina, focando no ataque, já BMO é o Curador do time, agindo como o suporte.

Não seria um jogo de RPG se os personagens não apresentassem uma habilidade poderosa entitulada de Ultimate. Para utilizar a habilidade em cada personagem é necessário encher suas barras de ataque especial. Cada personagem apresenta requisitos diferentes para poder usar a habilidade devastadora. Esta mecânica funciona muito bem e incentiva os players a explorarem todos os recursos presentes durante o combate do game.

Elementar, Meu Caro Watson

Fora do campo do combate, o jogo apresenta um sistema de interrogação que funciona de forma similar a Batman e L.A. Noire. Os protagonistas Finn e Jake se tornam detetives para obter informações de personagens suspeitos. A mecânica é bem divertida e permite que o jogador transite entre um estilo mais amigável ao estilo “durão”.

Para “extrair” as informações dos personagens, os jogadores precisarão prestar muita atenção nos detalhes, afinal, as informações só serão obtidas se o estilo de interrogatório correto para o personagem for escolhido.

Mais de 8000!

Além do clássico aumento de nível presente em todo e qualquer RPG, Adventure Time: Pirates of Enchiridion apresenta outras opções de melhorias aos jogadores. É possível aumentar os status de cada personagem e melhorar os ataques poderosos. O diferencial do game é que os status são melhorados com o dinheiro do jogo e não com pontos ganhos ao mudar de nível. O dinheiro no jogo é encontrado ao destruir coisas e vencer batalhas. Maximizar os status no jogo é uma tarefa extremamente fácil e quase que automática. Se o jogador optar por explorar os cenários com calma e realizar diversas batalhas, a maximização de todas as categorias é inevitável.

O único problema que afeta a experiência de forma negativa é a duração da tela de carregamento ao morrer. Para um jogo curto como ele, é injustificável levar mais de um minuto para carregar o jogo após cada morte.

Conclusão

Adventure Time: Pirates of the Enchiridion entrega uma divertida experiência casual que deve cair nas graças de todo jogador de RPG. Apesar do apelo geral, a experiência será mais aproveitada pelos fãs do desenho, visto que o game apresenta uma quantidade expressiva de referências a obra original. Além das referências e da história divertida, o jogo conta com conquistas/troféus bem acessíveis, aumentando sua atratividade para os caçadores de troféus.

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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