Review | A Plague Tale: Innocence

A Plague Tale: Innocence é uma obra de arte em formato de jogo eletrônico desenvolvido pelo Asobo Studio, os novos “queridinhos” do bairro. Ambientado numa França cruel no ano de 1348, o jogo não poupa momentos de horror e tensão, deixando claro o turbilhão de emoções que os jogadores sentirão no decorrer da história.

A protagonista do título é belíssima Amicia, uma jovem herdeira da família de Rune. Por ter vivido sempre em privilégio e em uma “bolha” segura, é gratificante acompanhar a evolução da personagem durante a campanha. Boa parte de sua evolução está conectada com a necessidade de tomar decisões difíceis não só para sobreviver, mas para manter seu irmão, Hugo, vivo e longe das garras da Inquisição.

Em A Plague Tale: Innocence, as hordas infinitas de ratos que espalham a Peste Negra pela Europa não são a única ameaça a ser enfrentada pelos irmãos. A Inquisição tem um grande interesse pelo sangue de Hugo por motivos misteriosos que são explicados ao longo do jogo. Todos os personagens, inclusive os inimigos, são bem críveis, especialmente o Inquisidor Nicholas que chega a lembrar um pouco o personagem Darth Vader.

O Badogue da Salvação

Em sua essência, A Plague Tale se trata de um jogo furtivo. Na maioria das vezes seu objetivo é fugir com Hugo, se esgueirando por construções e moitas sem atrair os inimigos. Claro que nem sempre a furtividade será uma opção, visto que o game conta com milhões de ratos esfomeados que estão destruindo o país.

Logo no começo do título somos introduzidos à arma de Amicia: Um badogue, aqui chamado de Atiradeira, capaz de arremessar rochas ou “bombas” que apresentam diversos efeitos como queimadura, ácido ou odor que atrai os ratos. Ao longo da jornada é possível coletar materiais que permitem melhorar a arma e o equipamento de Amicia, reduzindo o barulho ao caminhar, aumentando a quantidade de “munição” e de materiais carregados, aumentando o dano causado pelo badogue e por aí vai.

A adição desses elementos de RPG é bem interessante. Apesar de simples, eles trazem um pouco de customização para um game linear, incentivando os jogadores a explorarem um pouco mais os cenários, consequentemente aumentando o envolvimento com o jogo e com o mundo construído pelo estúdio.

Colecionáveis, os Professores dos Games

Um elemento interessante do jogo são os colecionáveis que funcionam como uma espécie de professor no jogo. Divididos nas categorias: Flores, Presentes, Curiosidades e Carruagens de Alquimistas, coletar esses itens opcionais concedem mais informações aos jogadores, mais especificamente sobre o mundo do jogo e os costumes da época.

É uma forma bem criativa de incentivar a exploração dos cenários e ao mesmo tempo educar quem experimenta o título. Também é possível se conectar um pouco mais aos personagens da história ao coletar os Presentes para os Órfãos. Cada presente obtido rende uma fala de Amicia que traz um pouco mais de profundidade a certos personagens da trama.

As carruagens de Alquimistas não apresentam informações sobre a lore do jogo, mas, obviamente, é possível encontrar uma grande quantidade de itens para melhorar os equipamentos. Portanto, sempre que avistar uma, não saia do cenário sem coletar os itens do interior.

Visual digno do Louvre

Apesar de ter sido desenvolvido por uma equipe pequena, com aproximadamente 45 pessoas, e um orçamento reduzido, A Plague Tale não fica devendo nada a produções grandiosas no quesito técnico. Durante minha jogatina não tive nenhum problema com renderização, bug, crash ou quedas de frame.

Em relação aos visuais, o game impressiona pelo nível de detalhes de cada locação do título e claro, dos personagens que encontramos ao longo de nossa jornada. A arte mescla o gótico medieval com um pouco de misticismo, usando técnicas de luz para criar momentos de tensão que deixam qualquer player apreensivo. Existe um capítulo inclusive que lembra muito um título similar e que teve uma repercussão parecida com o jogo da Asobo, estamos falando obviamente de Hellblade: Senua’s Sacrifice.

Conclusão

A Plague Tale: Innocence é uma das melhores surpresas que já tive em mais de 10 anos de jogatina. Com uma história poderosa e personagens marcantes, o jogo evidencia que não há nada melhor que uma excelente história contada de forma impecável. Parabéns Asobo Studio, mal posso esperar pelo próximo título!

Esta review foi feita com um código do jogo para Playstation 4 cedido pelo representante da Focus Home Interactive.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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