Resenha | Zoo – James Patterson e Michael Ledwidge

A relação do homem com a natureza quase sempre foi predatória. Queimadas, caça, pesca, desmatamento, poluição e aquecimento global são alguns exemplos de como as ações humanas interferem no equilíbrio ambiental.

Tendo como ambientação a conflituosa relação do homem com a natureza, James Patterson, em parceria com Michael Ledwidge, nos apresenta o sensacional Zoo, lançado pela editora Arqueiro.

Na trama acompanhamos a luta do jovem biólogo Jackson Oz para alertar o mundo acerca de um estranho comportamento entre os animais, que tem os deixado mais agressivos, fazendo com que eles ataquem os humanos.

A vida e a existência nunca puderam ser totalmente entendidas. Estrelas nascem só para explodir. Criaturas caçam outras criaturas e depois morrem. O Universo é um caos de forças irracionais enfrentando-se numa guerra sem fim. A raça humana está agora na outra ponta.

Apesar da premissa homem x natureza não ser original, vide que nos últimos anos vimos lançamentos de filmes como Deus Branco, Fim dos Tempos e Planeta dos Macacos; a obra de Patterson faz alguns alertas muito pertinentes, a exemplo da importância da ciência, da inabilidade dos governos em lidar com crises e do equilíbrio ambiental para as nossas vidas.

Ao longo da leitura de Zoo, logo somos fisgados pela história, graças aos personagens humanos, mas principalmente, pelo ambiente aterrorizante que se é criado – destaque para as locações nos Estados Unidos, África e Índia. Dividir o livro em blocos, nos quais somos apresentados a situações que nos permitem acompanhar o progresso da pandemia e o tamanho de sua gravidade, foi um grande acerto, afinal a todo momento nos sentimos como participantes da história.  Cabe destacar ainda, as diversas cenas de ação/terror – em especial, a que envolve os golfinhos e a horda de animais liderada por um macaco (te lembram algo?). Alguns momentos foram estarrecedores pela semelhança com nossa realidade atual, principalmente o negacionismo da ciência pelos militares (em tempos de Coronavírus, não lembra um governo de um certo país?). Ah, e não podemos deixar de enaltecer a capa incrível que o livro possui.

Apesar da obra ter me deixado empolgado, alguns contrapontos são necessários. Me incomodou um pouco o fato de Chloe ter ficado em segundo plano da metade pro final da história, mesmo tendo entendido os motivos, creio que essa transição poderia ter sido melhor trabalhada. Outra questão que me deixou com alguns questionamentos foi sobre o desfecho de alguns personagens, como Bárbara e Atilla – o livro deixa um gancho para continuações, que eu espero que aconteça.

Zoo é um livro que possui uma importante mensagem para todos nós. Ele nos questiona que tipo de futuro deixaremos para as próximas gerações; critica os políticos, que estão mais preocupados em manter o próprio status do que o bem do povo; enaltece a importância da ciência, principalmente diante de situações de calamidade pública; e, acima de tudo, engrandece à nossa resiliência, clamando que a gente possa estar sempre refletindo sobre nossas ações, afim de que possamos deixar um legado voltado para o bem comum. 

Curiosidades:

A obra foi adaptada em formato de seriado pela CBS, contando com três temporadas e sendo protagonizada por James Wolk e Nora Arnezeder.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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