Resenha | Querida Kitty – Anne Frank

O famoso diário de Anne Frank, revisado por ela mesmo, pensando em publicá-lo no pós-guerra. Ela não viu seu sonho se realizar, mas a gente recebeu uma chance de conhecer o potencial interrompido de uma garota.

Querida Kitty é um romance inacabado, publicado em separado pela primeira vez. Aqui no Brasil chegou em uma edição de bolso de luxo da Zahar, um selo Companhia das Letras, com capa dura e traduzido diretamente do holandês.

Neste romance epistolar, Anne narra os eventos da Casa dos Fundos, onde viveu por um tempo durante a ocupação dos alemães na Holanda. Sempre com um olhar maduro e sensível de sua narradora, apesar da dolorosa e triste situação em que vivia. Em palavras honestas – e, claro, muitos momentos baseados unicamente em sua opinião – Anne conseguiu se traduzir para o mundo como uma pessoa cheia de vida, opiniões, sentimentos e… vontade. Esperança, em grandes momentos. Mais uma vez foi difícil não se apegar a sua figura como se, de fato, estivéssemos frente a um grande amigo.

Esta edição traz o diário revisado até o final de março de 1944, uma breve comparação entre o diário e o romance, além de uma apresentação da escritora, roteirista e tradutora Leda Cartum.

Quem mais além de mim vai ler estas cartas no futuro?“. Com uma história que atravessou o mundo, estas poucas palavras, por si só, já dão um aperto no coração.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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