Resenha | O Jogo da Amarelinha – Julio Cortázar

O Jogo da Amarelinha é certamente uma das maiores obras da literatura latino-americana. Escrita pelo Julio Cortázar, a obra inova até mesmo no método de leitura. Você pode ler de forma tradicional, seguindo a sequência de capítulos, ou você pode consumir os capítulos de forma “coordenada”, seguindo as recomendações do autor, justificando assim o nome da obra – O Jogo da Amarelinha.

O grande existencialismo presente na obra reflete a imensa cultura filosófica do autor que se divide na cultura argentina e no universo cultural francês. As divagações existenciais presentes nas diversas páginas da obra conversam diretamente com o individuo leitor, deixando a própria história aberta para uma interpretação extremamente pessoal.

Funcionando como uma espécie de bíblia cosmopolita, diversas citações ou referências de artistas consagrados estão presentes no livro, permitindo que o leitor compartilhe as angústias dos personagens e do próprio escritor. A bagunça organizada de citações instigam a leitura, atiçando nossa curiosidade em busca de uma ideia central para toda a trama. Ao meu ver, a ideia primordial da obra é despertar a reflexão de quem lê acerca de diversos temas que vão sendo dispostos nos capítulos.

Com um excelente tom filosófico, O Jogo da Amarelinha estabelece uma conversa direta com o leitor, almejando a “transformação” introspectiva através da leitura.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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