Resenha | O Garoto que seguiu o pai para Auschwitz –

Sem sombra de dúvidas o Holocausto foi o evento que mais originou obras derivadas no mundo. Com milhares de filmes, livros e documentários, o autor Jeremy Dronfield decidiu publicar uma história sobre o evento. Com o auxílio do diário secreto de Gustav Kleinmann, ele tece uma narrativa espetacular baseada em fatos reais e uma pesquisa extremamente meticulosa.

O Garoto que seguiu o pai para Auschwitz, da editora Objetiva (Companhia das Letras) revela que até as pessoas com apenas uma fração de hereditariedade judaica eram entregues aos nazistas para serem humilhados, torturados e claro, mortos. Gustav e seu filho Fritz acabaram sofrendo este destino. Enviados para Buchenwald, Gustav usava Gandhi como inspiração para suportar a fome. Após anos, Gustav acabou sendo transferido para Aushwitz e para sua surpresa, Fritz se voluntariou para ir junto.

O famoso diário foi escrito durante esses 6 anos de encarceramento, onde Gustav relata todos os abusos sofridos além de falar sobre a saudade de sua família. Mais do que uma história sobre pai e filho, a obra explora a dualidade do pior e o melhor da humanidade, evidenciando que até nas piores horas possíveis é possível ter pequenas doses de afeto.

Além de relembrar os horrores da pior guerra da humanidade, o livro de Jeremy nos ensina o poder da perseverança e da lealdade. Com os relatos de Gustav, podemos apenas torcer para que eventos tão cruéis não se repitam jamais.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.