Resenha | Jovens de Elite – Marie Lu

É possível ser bom, mesmo quando todos os caminhos o levam para o mal? Inspirada no icônico Darth Vader, Adelina Amouteru é a peça inconstante da trilogia escrita pela chinesa Marie Lu, mesma autora de Legend.

Marie Lu

Em Jovens de Elite, após uma febre alastrar reinos, as crianças que sobreviveram ganharam marcas, passando a serem conhecidas como malfettos; demônios e párias. Aqueles que adquiriram não só marcas, mas estranhos dons, são chamados de Jovens de Elite. Adelina Amouteru está prestes a ser executada pelo assassinato do pai, quando é resgatada por um grupo de jovens dotados que, posteriormente, oferecem a oportunidade de fazer parte da Sociedade dos Punhais e participar do plano para derrubar o rei que tem como propósito extinguir todos os malfettos.

O livro é baseado na Revolução Francesa com um toque fantástico, então somos introduzidos ao universo com limitações desta época. Acompanhamos estilo, arquitetura, modos e culturas. Por outro lado, também vemos uma guerra civil acontecendo entre os não marcados e os malfettos, com cenários de uma verdadeira caça às bruxas.

A trilogia

Os personagens são introduzidos superficialmente, passado e presente ditos apenas o suficiente para que saibamos diferenciá-los dentro dos capítulos – esses, narrados em maioria na primeira pessoa por Adelina. A profundidade de outros personagens é uma grande fraqueza, dificulta o sentimento do leitor para com eles. São passageiros, de modo que, vivos ou mortos, não fazem falta. No entanto, suas funções são importantes para o decorrer da trama.

Apesar dessa fraqueza, Lu consegue ser bem profunda em relação a Adelina, um toque especial nessa leitura rápida. Há preocupação em relatar a natureza humana, expor os lados e as experiências, os passos dados para a criação dos dilemas morais. O leitor intercala sua opinião sobre a personagem, se deve defende-la ou criticá-la, se ela está certa ou errada.

Tudo para Adelina parece dar errado, e essa nova perspectiva – geradora de receio, ansiedade e medo – é um dos gatilhos para que o segundo livro seja ansiado. Em meio as fraquezas, Marie Lu acertou mais uma vez.

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