Resenha | Fangirl – Rainbow Rowell
Esse ano a editora Seguinte foi marcada pelo relançamento de alguns títulos da autora Rainbow Rowell, como Eleanor & Park e Fangirl. A história desse promete conquistar o perfil de leitor que também é muito fã de alguma coisa, que consegue dar alma aquilo que é apenas fictício.
As gêmeas Cath e Wren ficaram traumatizadas pelo abandono da mãe. O acontecimento coincidiu com o ápice do sucesso da saga de livros do feiticeiro Simon Snow, o universo literário pelo qual as duas se apaixonaram e, inconscientemente, se agarraram para enfrentar a fase ruim. Estar juntas sempre foi uma certeza, por isso, ao ingressar na universidade, Cath não esperava que a irmã quisesse viver uma vida independente dela. Quase como se cortasse laços. Mas essa é apenas a primeira mudança de tantas outras que farão a garota questionar se está no lugar certo. De uma tem certeza: ela não pode se afastar de Simon Snow.
O melhor de Fangirl é a construção de Cath, cujo trauma do passado ajudou a moldar sua personalidade. Ela é introspectiva e costuma se apegar a uma rotina solitária; o oposto da irmã. Rowell não abusa das condições psicológicas para criar a atmosfera tensa e dramática. Pelo contrário, utiliza dos obstáculos para cuidar do crescimento de sua personagem, que é uma escritora de fanfic famosa – e misteriosa –, tentando lidar com todas as consequências de viver sozinha num ambiente novo.
A trama tem capacidade de gerar muito mais empatia e compreensão sobre o outro, embora os relacionamentos criados sejam divertidos de acompanhar, e é notório o cuidado da autora em ser coerente com as personalidades criadas. O livro não tem um grande objetivo pelo qual o leitor deva ficar ansioso para o desfecho, mas aborda pequenos problemas para serem solucionados no decorrer das páginas. No fim, quando Cath acha que sua única função no mundo é não abandonar Simon, nós podemos ver todas as suas qualidades.