Oito plot twists e escolhas ruins nos filmes baseados em quadrinhos

Filmes baseados em quadrinhos vem apresentando algumas reviravoltas surpreendentes ao longo das décadas. Houve surpreendentes mudanças de vilões (por exemplo, Homem de Ferro, Batman Begins, Capitão América: Soldado Invernal), mortes chocantes (O Espetacular Homem-Aranha 2, O Cavaleiro das trevas, Logan) e revelações que transformam a história do herói (Mulher Maravilha, Guardiões da Galáxia Vol. 2). Todos esses exemplos acabaram por melhorar a história e elevar os filmes até outro nível de alguma forma.

Infelizmente, no entanto, para cada plot twist bem sucedido, há um que simplesmente não dá certo. Muitas vezes, essas reviravoltas soavam como boas ideias no papel, mas em algum lugar ao longo de sua execução acabaram se perdendo. Outras vezes, as ideias já estavam fadadas ao fracasso desde o início e nos perguntamos o que os cineastas estavam pensando quando acharam que os espectadores gostariam daquilo. De toda forma, esses plot twists terríveis acabaram prejudicando seus filmes como um todo. Por vezes, o filme conseguiu sobreviver ao golpe e ainda ser agradável, mas, em geral, essas reviravoltas mataram toda a boa vontade que os fãs tinham a princípio.

Seja na franquia X-Men, no DC Extended Universe ou no Marvel Cinematic Universe, filmes de super-heróis de todos os tipos ofereceram alguns twists atrozes em seu enredo que fariam até mesmo M. Night Shyamalan corar, e aqui estão 8 dos piores exemplos.

8) Ciclope morre

Há tantos desenvolvimentos terríveis em X-Men: O Confronto Final que é difícil escolher o pior do lote. Com Brett Ratner na direção no lugar de Bryan Singer, o terceiro filme da trilogia X-Men original é, sem dúvida, um dos filmes de super-heróis mais criticados, especialmente devido aos diversos elementos que deveriam ter sido chocantes, mas acabaram sendo totalmente insatisfatórios ou sem sentido.

Mística perder seus poderes e, por algum motivo, se juntar aos humanos? Que tal Vampira se ‘curando’, algo que vai contra a mensagem central dos X-Men de aceitar suas falhas? Ou talvez o reavivamento pós-crédito do Professor X, o que faz exatamente sentido zero?

São muitos plot twists no mínimo questionáveis, que chega a ser difícil escolher apenas um. Mas vamos ficar com a morte de Ciclope. Jean Grey assassinando seu noivo Scott Summers deveria ter sido um ótimo momento que a) surpreendentemente matou um dos personagens principais da franquia e b) mostrou o quanto Jean mudou agora que é a Fênix Negra. Por razões inexplicáveis, porém, nem sequer vemos a cena na íntegra e a morte de Ciclope é tratada como um assunto a ser resolvido depois. Ou seja, a morte do líder da equipe não teve a atenção merecida.

Pelo menos hoje em dia, graças a Dias de um futuro esquecido reescrevendo a linha do tempo, O Confronto Final foi removido, bem como a mancha que havia deixado na franquia.

7) O Coringa matou os pais do Batman

Batman de 1989 de Tim Burton teve muita liberdade para adaptar os cinquenta anos anteriores de história de quadrinhos, mas o maior questão foi o retcon que colocou o Coringa de Jack Nicholson como o assassino dos pais de Bruce Wayne. Dentro do filme em si, este twist funciona muito bem, pois liga as origens de Batman e Coringa e permite que o Cavaleiro das Trevas assassino e vingativo de Keaton se vingue da morte de seus pais.

No entanto, onde ele falha é em honrar o espírito dos personagens dos quadrinhos. Os Waynes são geralmente mortos por um pequeno criminoso chamado Joe Chill. Como descrito em Batman Begins, Chill é um sintoma de uma cidade muito doente que leva a Bruce a jurar a limpeza de toda a cidade. Dar-lhe um inimigo claro para derrotar para aliviar sua dor e tristeza diminui o impacto de sua guerra em todos os crimes em Gotham. Na verdade, deixa você se perguntando por que Batman não apenas abandona seu manto ao final do filme.

Da mesma forma, também mudou a biografia do Coringa em relação a forma como sempre foi retratado no material de origem, o que acaba até empobrecendo um pouco suas motivações. As versões subsequentes do personagem entenderam isso melhor, embora a Warner esteja prestes a colocar mais uma vírgula nessa história com seu vindouro filme de origens de Coringa.

6) Magia é a vilã do filme do Esquadrão Suicida

Este nem chega a ser um plot twist no próprio filme, já que fica claro que a Magia/Enchantress é a vilã central de Esquadrão Suicida desde cedo na história. No entanto, o marketing para o terceiro filme do DCEU nos levou a acreditar que o Coringa de Jared Leto seria o grande vilão do filme e que a Magia seria apenas um dos membros da Força Tarefa X, como nos quadrinhos. Fomos tapeados.

O resultado desse bait-and-switch foi um dos piores vilões em filmes de super-heróis. Em termos de seu personagem, planos vilanescos e desempenho, Magia é mal desenvolvida, caricata e constrangedoramente ruim. Além disso, com quase nenhum tempo de tela, o Coringa de Leto apareceu como um esboço de Mr. J, deixando o público ainda mais incomodado com as escolhas do roteiro.

Pelo menos, o diretor David Ayer admitiu seu erro e registrou o que dizia que ele deveria ter feito o Coringa o antagonista do filme.

5) Homem-Areia matou o tio Ben

Você já ouviu falar da maldição do terceiro filme? No filme Pânico 3 um personagem especialista em filmes explica que no terceiro filme de toda franquia haverá informações que mudarão as regras estabelecidas nos filmes anteriores e que levarão tudo por água abaixo.

Bem, o diretor Sam Raimi e sua equipe de roteiristas aparentemente levaram essa desconstrução em forma de brincadeira como uma regra ao fazer Homem-Aranha 3. Notoriamente, em um retcon um tanto preguiçoso, revelou-se que Flint Marko a.k.a. Homem-Areia é o verdadeiro assassino do tio Ben de Peter Parker e não aquele ladrão de carros aleatório do primeiro filme. Aparentemente, a polícia sabia disso há algum tempo, mas, vejam só, esqueceu de avisar aos Parkers.

Para ser justo com o filme, a forma como o Homem-Areia é retratado é, de fato, surpreendentemente trágica e eficaz, mas a revelação de seus crimes passados ​​soa um tanto forçada e um pouco ilógica. Com seu melhor amigo, Harry Osborn, ficando mal e com Eddie Brock sendo infectado pelo simbionte de Venom, houve problemas suficientes na vida de Spidey para que ele lidasse além dessa complicação extra.

4) Bane trabalha para Talia al Ghul

Uma das grandes forças da trilogia O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan é seus vilões surpreendentes. Depois do Ra’s al Ghul de Liam Neeson, o Espantalho de Cillian Murphy e, claro, o Coringa de Heath Ledger, a vez de Tom Hardy como o formidável Bane em O Cavaleiro das Trevas Ressurge prometeu ser igual. E ele foi… nos primeiros três quartos do filme.

Infelizmente, um puxão de tapete neutralizou o personagem. Rises havia montado Bane como um lobo solitário, o filho de Ra’s al Ghul, que se arrastou para fora do poço, assumiu o comando da Liga dos Assassinos e, basicamente, levou Gotham a seus joelhos sem ajuda de ninguém. Acontece, no entanto, que ele é apenas um fantoche apaixonado para Miranda Tate a.k.a. Talia al Ghul – que é a verdadeira chefe da Liga e a criança que escapou do Poço. Basicamente, Bane é apenas o músculo de um supervilão feminino. Exatamente como o foi no famigerado Batman & Robin.

Se bem tratado, isso poderia ter nos dado dois grandes vilões pelo preço de um. Contudo, o plot twist, na melhor das hipóteses, destrói Bane e deixa Talia com pouco tempo para criar uma antagonista interessante.

3) Bruce Wayne sobreviveu

The Dark Knight Rises é realmente um filme muito bom, mas você há duas reviravoltas que são bem incômodas. Além da revelação de que Bane não é quem pensamos que ele fosse, a sequência final do filme nos dá um final controverso para Bruce Wayne que simplesmente não funciona nem no que se refere ao que conhecemos dos personagens nem no que diz respeito a lógica.

Depois de aparentemente morrer enquanto se livra de uma bomba para salvar Gotham, Alfred descobre que Bruce está vivendo em Paris com Selina Kyle. É bem verdade que alguns fãs preferem pensar nisso como uma sequência de sonhos do tipo Inception (em uma solução à la Nolan), mas a verdade é que isso foi destinado a ser realidade, então devemos tratá-la como tal.

Embora a ideia de dar a Bruce um final feliz ao fazê-lo finalmente continuar com sua vida seja de bom tom, parece uma traição a uma característica essencial do Batman que ele deixasse Gotham e, na verdade, ele nunca conseguiria eliminar definitivamente seus bloqueios psicológicos o suficiente para levar uma vida normal. Além disso, os fãs tiveram que deixar de lado a lógica ao ter Bats escapando de uma explosão nuclear para tudo isso poder acontecer.

2) Sempre foi o destino de Peter ser o Homem-Aranha

Quando O Espetacular Homem-Aranha aconteceu, foi comercializado como a “verdadeira” história de origem do herói. No entanto, como aconteceu, esse filme realmente não ofereceu nada de novo e só trouxe o prometido na sequência quando a verdade finalmente foi revelada. Infelizmente, não valeu nada a pena esperar.

Acontece que Peter Parker era a única pessoa que poderia se tornar o Homem-Aranha. As aranhas geneticamente manipuladas eram derivadas do DNA Parker, fornecido pelo pai (que foi morto por seu antigo parceiro Norman Osborn). É um twist incômodo, uma vez que descarta uma origem clássica e perfeita. Mais até do que o Coringa matando os pais de Batman, tornar Peter uma espécie de ‘escolhido’ descaracteriza completamente o personagem.

E tem mais: a história que já estava enrolada o suficiente, quase complicou ainda mais. Uma cena excluída do filme mostraria o pai de Peter inexplicavelmente retornar dos mortos! Não temos ideia do que o diretor Marc Webb e sua equipe fariam com esse toque, mas, felizmente, nunca descobrimos devido ao cancelamento da franquia Amazing.

1) O Mandarim não é o Mandarim

Os fãs esperaram anos para ver o grande inimigo de Tony Stark chegar ao cinema e, no final, ele foi transformado em uma piada com seu legado manchado, provavelmente, para sempre.

O que é tão terrível com esse plot twist é que, até mais do que o de Bane, ele arruína todo o bom trabalho até esse ponto. Durante a primeira metade do filme, o Mandarim caminhava para ser um dos melhores vilões do UCM. Depois revelou-se que ele era na verdade um ator, com o esquecível Aldrich Killian de Guy Pearce puxando as cordas.

Claro, há um argumento válido a ser feito de que a Marvel não poderia simplesmente levar o estilo estereotipo asiático do Mandarim dos quadrinhos e tinha que encontrar uma maneira de reinterpretá-lo. No entanto, o problema é que eles já haviam encontrado uma maneira perfeita de fazer isso. Além do mais, o Mandarim de Kingsley parece ser um terrorista autoproclamado que se apropriou da cultura asiática para sua própria imagem.

Embora um subsequente mini-filme One Shot tenha tentado nos convencer de que havia um Mandarin real ainda lá nas sombras, o dano já havia sido feito. Que pena!

E você, lembra de mais algum péssimo plot twist em filmes de heróis que não esteja na lista? E concorda que os citados merecem estar nela?

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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