Resenha | STAR WARS – Marcas da Guerra

É indiscutível que Star Wars é o assunto do momento. O filme veio criando um hype descomunal ao longo do ano que culminou com a estreia arrebatadora do seu Episódio VII: O Despertar da Força, que vem quebrando recordes atrás de recordes. É sabido que o filme se passa 30 anos após os eventos do Episódio VI: O Retorno de Jedi, o que deixou muita curiosidade sobre os eventos que se deram entre o Episódio VI e o Episódio VII. E é aí que entra “STAR WARS: Marcas da Guerra” escrito por Chuck Wending, lançado em novembro pela Aleph, sendo este o primeiro livro do novo universo expandido de Star Wars a se passar após os eventos do Retorno de Jedi e prometendo fazer uma ponte entre os eventos da antiga trilogia com a que se tem início em 2015.

O livro tem início seis meses após a batalha na lua de Endor, onde a Aliança Rebelde destruiu a segunda estrela da morte e o Imperador Palpatine, junto com o seu discípulo Darth Vader, que foram mortos, e assim libertando a galáxia da opressão do Império. Mas é simples assim? O livro mostra como se encontra o cenário político após a morte do imperador, deixando claro que ainda existe muito o que ser conquistado pela Aliança Rebelde, agora conhecida como a Nova República. O Império se encontra enfraquecido, sem liderança e com o seu poderio militar reduzido, porém longe de estar acabado. E é neste cenário de fragilidade que o Império pretende se organizar para poder contra atacar a Nova República.

A história começa com Wedge Antilles, conhecido piloto da primeira trilogia, em missão nos planetas do anel exterior da galáxia, buscando por pontos de resistência imperial. O piloto é surpreendido no Planeta Akiva ao se deparar com um cerco no planeta devido a uma reunião com os principais líderes do Império para definir o plano de ação contra o crescente domínio da Nova República. Wedge acaba sendo capturado pelas forças do Império, mas não sem antes enviar uma mensagem informando a situação do planeta, mensagem esta que foi recebida pela piloto da Aliança Rebelde, Norra Wexley, que voltava à Akiva para rever seu filho.

Daí em diante somos apresentados aos protagonistas desta aventura, Norra Wexley, piloto da Aliança Rebelde; Temmin Wexley, filho de Norra, gênio da robótica que administra uma loja no planeta Akiva; Jas Emari, uma caçadora de recompensa Zabrak contratada para assassinar um dos líderes imperiais presentes na reunião e Sinjir Rath Velus, um ex-imperial que muda de lado logo após a derrota deste na batalha de Endor. Os quatro, acompanhados do Senhor Ossudo, andróide extremamente violento de Temmin, terão que trabalhar juntos para salvar o Capitão Antilles, capturar os líderes imperiais e impedir que os últimos remanescentes do Império se unam em uma frente comum.

Do lado do império damos destaque para a Almirante Rae Sloane, que possui um arco bem interessante, em que esta busca se impor como a representante militar do Império frente a diversos líderes políticos que ainda ostentam grandes cargos, como o Grão-Moff Pandion, que constantemente desafia a Almirante, tornando bem interessante o desenrolar da reunião que definirá as novas diretrizes do Império e que eventualmente deve culminar na formação da Primeira Ordem vista nos filmes.

O livro busca resgatar o clima dos filmes da primeira trilogia, trazendo uma equipe improvável que ante uma difícil situação se vê obrigada a se unir para sobreviver. Chuck tenta tornar o livro aventuresco, no entanto, o livro falha em tornar o livro empolgante, com uma aventura rasa e por diversas vezes enfadonha. Os protagonistas não são tão bem desenvolvidos e por diversas vezes a tentativa de tornar o livro engraçado soa forçada demais. O destaque fica para os capítulos do Império que mostram jogos de poderes, diálogos mais interessantes e a crescente tensão entre os líderes do Império que parecem estar sempre a ponto de iniciar um golpe pelo cargo deixado pelo Imperador Palpatine. Além destes núcleos, existem capítulos que trazem arcos menores com personagens desconhecidos (ou não) mostrando a situação em diversos lugares da galáxia, e em muitos destes capítulos conseguimos encontrar pistas do que está no Despertar da Força e suas sequências.

Se você é um fã inveterado de Star Wars e está ávido pelos mínimos detalhes que esta nova fase da saga traz, este livro pode ser bem interessante, uma vez que traz informações dos eventos após o episódio VI, apesar de ainda não fazer a tão prometida ponte com o episódio VII. Mas, se você é um fã casual que quer buscar só o que há de melhor e mais emocionante em Star Wars, talvez este não seja o livro que você está procurando (um antigo truque Jedi).

Ps. Um dos protagonistas do livro está em Star Wars: O Despertar da Força e apesar de ser pequena a participação e seu nome sequer ser citado, é interessante ver essa ligação entre os livros e o filme. Talvez o arco do personagem se torne mais interessante nas continuações de Marcas da Guerra.

Nota: