Leitura Dinâmica: Morte Súbita

leitdinaDessa vez quem assina a Leitura Dinâmica não sou eu e sim minha namorada, que leu o novo livro de J.K. Rowling e escreveu sobre ele para que eu botasse aqui. Como ainda não li, não posso expressar minha opinião, mas adianto que ela gostou e que as comparações com HP são inevitáveis. Confira ai!

Morte súbita é o mais novo livro de J. K. Rowling. Em meio aos anseios dos fãs por novos livros de HP, ou de outros personagens da saga (eu, por exemplo, queria muito ler historias dos Marotos no tempo de Hogwarts, saber mais da ascensão de Voldy ao poder ou uma biografia de Dumbledore que não fosse a de Rita Skeeter), mas a autora surpreende com uma obra desligada do mundo mágico, sem ficção e classificada como “para adultos”.

Morte Súbita é, pra mim, a consagração de Rowling como excelente narradora. “Comassim?? E a saga HP não já fez isso?” Bom, a saga é maravilhosa e não é a toa que foi tão premiada e conquistou tantos fãs no mundo inteiro, mas o fato é que muita gente duvidou da capacidade dela de criar algo novo, visto que HP, apesar de genial, tem muitos elementos de Senhor dos Anéis, por exemplo, ou que ela iria “largar o osso” de Harry, que já é um sucesso.

O novo livro tem uma história morna, mas uma narrativa MUITO envolvente. A pequena cidade de Pagford e seus habitantes surpreendem o leitor desprevenido, ao revelar que pequenas cidades podem conter grandes segredos. Barry Fairbrother, mesmo morto, movimenta toda a narrativa e se faz presente a cada página sem, no entanto, tornar a leitura cansativa.

Tal qual Harry Potter, o livro está repleto de personagens marcantes e de características e personalidades muito fortes. Mas não vá esperando se apaixonar por um Harry ou odiar um Voldemort, pois por ser um livro mais “real” os personagens não são tão maniqueístas assim, o que é muito bom pra obra. Você vai identificar no livro um antigo colega de escola, um vizinho ou quem sabe os pais de seu melhor amigo. Pessoas que facilmente existiriam e morariam na casa ao lado da sua.

Além das personalidades, Morte Súbita diferencia-se de HP por trazer temas não explorados no mundo dos bruxos: Sexo, drogas, artimanhas políticas, estupro, palavrões e relações familiares muito mais complexas do que a Harry-Dursley apresentam-se na obra de forma escancarada, mas sem a vulgaridade de precisar vendê-las. “Hã?” Não entendeu? Veja bem, apesar de serem elementos importantes na história, ela não gira em torno deles. A autora não criou um livro erótico, repleto de apelos sexuais, nem usa as drogas pra segurar o leitor nas páginas, eles estão lá como figurantes na trama, que se movimenta pelas ações dos personagens.

Morte Súbita é um excelente livro por si só. É possível reconhecer as características de Rowling sem parecer repetitivo. A preocupação social, as diferenças econômicas e a morte voltam mais maduros e apresentam-se como traços da autora, que coloca um pouquinho de si nas palavras. Além disso, o livro é dividido em 7 capítulos e entrelaça as histórias de 7 famílias. Eu, particularmente, gosto bastante dessa intimidade criada entre autor e leitor. É como se ela dividisse com a gente a autoria da obra e, ao meu ver, permita que a gente se sinta um pouquinho dentro da história também, inclusive certas partes eu lia e ria, porque reconhecia algum dos traços delas e me via como a adulta que cresceu ao lado de Harry e conhece o modo dela de escrever tão, mas tão bem que poderia ser coautora de todos os seus livros.

Enfim, Morte Súbita é um excelente livro e vale muito a pena ser lido!

Nota: nota4e5
(tirei meia estrela por algo que não posso contar aqui, porque o Biel me mata se eu contar um spoiler)

Compre Morte Súbita!

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Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

No Responses

  1. julho 15, 2013

    […] O que eu acho? Marota ela (marota, ham, ham… pegou a piadinha?)! Deve ser um saco ficar todo mundo te pressionando o tempo todo mesmo, estou muito longe de sentir isso, mas consigo imaginar. De todo modo fiquei curioso pra ler isso, mas ainda nem li o outro (Morte Súbita, que a patroa leu e falou sobre). […]

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