Grandes Diretores | Wes Anderson

A beleza simétrica nas telas de Cinema

Obras cinematográficas nem sempre precisam ser um sucesso de bilheteria para se provar uma peça de arte.  A mente brilhante de um diretor unida a um excelente diretor de fotografia, são capazes de apresentar a união perfeita entre arte e entretenimento. Com um olhar estético diferenciado e sua maneira única de construir narrativas, Wes Anderson provou ser um destes nomes e hoje é um dos grandes diretores de Hollywood.

Claramente inspirado em clássicos do cinema mudo, Anderson, possui sua forma particular de contar histórias abordando tramas pesadas narradas de maneira sútil e com imagens de preencher os olhos.  Ao olharmos para um de seus filmes é praticamente impossível não notar suas características. Porém assim como todo artista, Anderson, teve muito trabalho até alcançar a sua formula perfeita e se tornar um dos queridinhos dos atores.

Formado em filosofia pela universidade do Texas, Wes deu seus primeiros passos no cinema em 1994 acompanhado por seu amigo de faculdade, o ator Owen Wilson. Bottle Rocket (pura adrenalina), era um curta metragem de 10 minutos estrelado por Owen e seu irmão. O curta agradou o diretor James L. Brooks que encorajou a dupla a produzir um longa metragem utilizando o filme como base.

Bottle Rocket 1996

O longa foi lançado em 1996, alcançou boas críticas e rendeu convites para a produção de seu segundo filme, Rushmore, que também foi bem recebido, mas ainda sem alcançar todo o potencial do diretor e faze-lo se tornar uma estrela. Fato que seria mudado em 2001, quando junto ao parceiro Owen, levou aos cinemas o longa, Os excêntricos Tenenbaums, filme que trouxe indicação ao Oscar de melhor roteiro original para a dupla.  

Os excêntricos Tenenbaums 2001

Apesar de já apresentar suas características estéticas em seus filmes anteriores, foi em Os excêntricos Tenenbaums onde a sua fotografia se fortaleceu, tornando seu olhar mais evidente. Robert Yeoman, diretor de fotografia, é o profissional responsável por colocar em prática as ideias do diretor e o acompanha desde de seu primeiro curta em 94. Assim como Wes Anderson, Robert também evoluiu utilizando paleta de cores, para expressar emoções e enquadramentos fantásticos.

Em 2004, A vida aquática de Steve Zissou foi lançado. Longa reconhecido como um de seus grandes trabalhos, mas que não alcançou o sucesso esperado. Wes continuou produzindo obras menores e em 2009 decidiu se aventurar em uma nova maneira de contar suas histórias lançando a animação em Stop Motion O Fantástico Sr. Raposo, desta vez acompanhado por Tristen Oliver como diretor de fotografia.

Mesmo se tratando de uma outra maneira de apresentar suas histórias e personagens, os detalhes e formas de se comunicar com o espectador permanece. E funciona tão bem que a dupla repetiu o feito quase dez anos depois com o lançamento do sentimental A Ilha dos Cachorros de 2018.  

Apesar de estar chegando ao seu vigésimo trabalho, foi o longa O Grande Gotel Budapeste que o consolidou como um dos grandes nomes do cinema, lançado em 2014. O filme estrelado por Ralph Fiennes, conquistou público e crítica com frames de encher os olhos e atuações grandiosas.

Veja mais alguns trabalhos do diretor:

Seu próximo longa The French Dispatch (ainda sem título em português), estava com a estreia prevista para julho deste ano, mas devido as condições da indústria em meio a Pandemia causada pelo COVID-19, não sabemos se data de lançamento será mantida. O filme deve novamente agradar seus fãs e a crítica e conta com a participação de grandes nomes como Elisabeth Moss, Christopher Waltz, Frances McDormand, Timothée Chalamet entre outros.

The French Dispatch 2020

Wes não é o tipo de diretor que estará estampado em capas de produções milionárias ou famosos “blockbusters”, mas com certeza merece ser visto pelos amantes da sétima arte.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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