Far Cry e o fanatismo religioso

Far Cry é uma franquia de jogos que pertence a Ubisoft, uma das maiores empresas da indústria dos games. Com mais de 5 títulos já lançados, a saga já conquistou uma base enorme de fãs, gerando muita ansiedade em cima de seus futuros títulos.

O sucesso da franquia pode ser explicado pela incrível capacidade de se adaptar. A saga conseguiu se reinventar em diversos períodos, apresentando histórias e jogabilidades variadas, chegando a visitar até mesmo a idade pré-histórica. Um elemento emblemático da franquia é a presença de vilões carismáticos e implacáveis, gerando cenas inesquecíveis.

O novo jogo da franquia, entitulado de Far Cry 5, tem causado uma grande polêmica por conta da sua temática: um culto fanático religioso composto por rednecks (moradores extremistas do interior dos Estados Unidos).


O jogo, ambientado em Montana, usa um tema recorrente na Indústria de Entretenimento, mas que só agora passou a ser explorado nos jogos. Produções como Justified já exploravam a ideia de um culto religioso liderado por um “caipira insano”. No campo dos jogos, produções como Outlast 2 e Resident Evil 7 se aventuraram no tema e o resultado foi positivo.

Boyd, o principal antagonista da série Justified

Profundidade?

Em Far Cry 5, o culto chamado de Eden’s Gate (Portão de Eden), toma controle da cidade Hope County. Cabe então aos jogadores se unirem a Resistência e colocar um fim no temível culto.

Por ser um jogo predominantemente de ação, existe a preocupação que o game não retrate o tema com a profundidade que merece, entregando uma produção caricata que se assemelha a um filme de Rambo.

Em contra partida, a saga é conhecida por apresentar vilões bem construídos e marcantes. A questão é, Joseph Seed (vilão do novo título) será o suficiente para garantir profundidade ao jogo?

A censura pode limitar Far Cry 5?

Outro problema que pode resultar num conteúdo mais superficial é a necessidade de vender o jogo. Para atingir mais audiências, a Ubisoft precisa “filtrar” o conteúdo do game, tornando-o adequado para um número maior de pessoas.

Por ser um assunto pouco explorado nos jogos, torço para que a Ubisoft aposte suas fichas no tema e o represente com a maior seriedade e profundidade possível. A ação é um elemento essencial para se ter diversão com o jogo, mas, um enredo detalhado e marcante é fundamental para que o jogo se torne uma obra inesquecível.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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