Especial Dia da Mulher | 5 Filmes Incríveis Protagonizados por Mulheres

Dia 8 de Março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Felizmente, nos últimos anos tem aumentado significantemente o número de produções nos mais diversos segmentos da Cultura Pop protagonizados por mulheres.

O segmento onde talvez esse aumento seja mais notável é o cinema. Afinal, filmes com mulheres protagonistas existem há muitas décadas, assim, trazer inovação nessa área acaba sendo mais desafiante.

E para celebrar esse avanço e homenagear todas as mulheres através de ótimas histórias contadas nas telonas, fizemos aqui um pequena lista com 5 filmes incríveis protagonizados por mulheres.

Estrelas além do tempo

Um filme que se passa no auge da corrida espacial entre EUA e URSS e que tem três mulheres geniais e negras como protagonistas merece estar no topo de qualquer lista de filmes protagonizados por mulheres.

Um dos maiores acertos de Estrelas Além do Tempo é não definir suas protagonistas pelos preconceitos que elas sofrem. Seria uma saída muito fácil, ou no mínimo um lugar comum, focar na discriminação que essas mulheres sofreram pra chegar onde chegaram.

Ao invés disso, a trama mostra a capacidade que essas pessoas tinham e como elas foram importantes em um momento histórico tão conturbado. Saber que o filme é baseado em uma história real e que essas mulheres não são largamente conhecidas por seus feitos por todas as pessoas, como tantos outros homens são, só torna suas histórias ainda mais admiráveis.

O mundo inteiro e principalmente nosso país precisam de um filme inspirador como esse. Mulheres ainda não são muito incentivadas a serem cientistas. E por isso é importante frisar nosso país, onde absolutamente ninguém é incentivado a ser cientista.

Mulheres cientistas negras e de muita e de bastante relevância na história mundial, precisam ser conhecidas e alçadas ao posto de inspirações.

Lady Vingança

Com o sucesso de Parasita, levando inclusive o Oscar de Melhor Filme, a procura pelo (excelente) cinema coreano aumentou consideravelmente.

Lady Vingança é um ótimo filme para quem quiser unir a curiosidade pelas produções coreanas com a vontade de fazer uma maratona de filmes protagonizados por mulheres.

Pra quem nunca ouviu falar, Lady Vingança (2005) é a última parte da chamada Trilogia da Vingança, que conta com Mr. Vingança (2002) e o mais famoso dos três, Oldboy (2003).

No filme, acompanhamos a história de uma mulher que fica presa por treze anos condenada por um crime que não cometeu. Após cumprir toda e pena e ser solta, ela vai em busca de sua filha e planeja minuciosamente sua vingança contra o homem que foi o verdadeiro culpado pelos assassinatos que a levaram à prisão e que a usou para sair ileso do caso.

Se você acha que ouviu alguma história parecida, saiba que não é a toa. O filme é inspiração declarada para Kill Bill, por exemplo (que aliás, pode ser uma menção honrosa aqui nessa lista).

Além da atuação irretocável da protagonista Lee Young-ae, o filme apresenta várias metáforas sobre relações humanas e entrega uma fotografia maravilhosa, como normalmente encontramos nas produções de seus país de origem.

Que horas ela volta?

Correndo o risco de bater muito na mesma tecla, vale citar mais uma vez Parasita. O fenômeno coreano acertou um soco (ou vários) no estômago com suas críticas sociais.

Que horas ela volta? faz uma coisa muito parecida de forma que seja totalmente real para a sociedade brasileira, assim como, certamente, Parasita toca de forma ainda mais visceral a audiência de seu país.

A história se passa no Morumbi, um bairro de classe média alta na maior e mais importante cidade do Brasil. Regina Casé interpreta (brilhantemente) Val, uma empregada doméstica pernambucana que mora há muitos anos na casa de seus patrões.

Os donos da casa tem um filho, porém Val é quem cria a criança. Os patrões, que representam um claro estereótipo da elite paulistana, consideram a doméstica como “quase da família”. Contudo, ela dorme em um quartinho pequeno e mal ventilado, faz suas refeições em uma mesa separada na cozinha, ela sequer já entrou na piscina da casa.

Tudo isso leva Val a acreditar que ela nasceu para aceitar tal condição. Só que tudo isso muda com a chegada de Jéssica, filha de Val que morava em Recife e vai para SP para prestar estudar.

Inteligente e questionadora que é, Jéssica é a personificação das críticas ao sistema segregador no qual sua mãe vive. É ela que faz todo desenvolver dessa ótima história e que é tão comum no nosso país.

Um filme que precisa muito ser assistido e discutido. Além disso, é uma produção super aclamada pelo mundo, recebendo várias indicações para algumas das mais prestigiadas premiações, como os Festivais de Sundance e Berlim, tendo vencido em algumas dessas indicações, especialmente Regina Casé por sua atuação.

Mulher-Maravilha

Em uma era onde filmes de super-heróis passaram de sub-gênero a frequentes quebras de recordes de bilheteria, o primeiro a ser não apenas protagonizado, mas também dirigido por uma mulher, precisa de um lugar de destaque.

Qualquer pessoa conhece a princesa amazona que é um dos pilares principais da mais famosa equipe de super-heróis da cultura pop. Então é muito simbólico que sua primeira adaptação em um filme solo para o cinema tenha acontecido apenas em 2017. É um bom retrato da indústria onde a personagem está inserida.

Como se sua simples adaptação já não fosse importante por si só, o resultado entregue superou (e muito) as expectativas da grande maioria do público e crítica.

Patty Jenkins, a diretora do longa, conseguiu acertar em cheio no tom de uma história que tinha muitas chances de ser massacrada. Após alguns insucessos da Warner/DC, a responsabilidade de Mulher-Maravilha era ainda maior do que deveria.

E Gall Gadot, então? Terrivelmente massacrada por todos os lados à época de sua escolha, dificilmente poderia ter nos presenteado com uma Diana Prince melhor. Um poço de carisma, impecável nas cenas de ação, com ‘surpreendente’ boa atuação. Hoje é quase impossível imaginar a personagem com outra atriz no papel.

Podemos dizer que Mulher-Maravilha está na primeira prateleira de melhores e mais relevantes filmes de super-heróis, e permanecerá lá por muito tempo.

Mulan

Aproveitando o hype (ou não) do live action que estreará ainda nesse mês, não poderíamos deixar de mencionar uma das, se não a, animações com protagonistas mulheres mais relevantes em termos de representatividade e qualidade.

Mulan ocupa uma posição de grande importância ao lado de algumas outras animações da Disney que se diferenciam entre si por serem inspiradoras de formas diferentes.

Frozen é a primeira protagonista Disney que não tem um interesse romântico e não é ‘apenas’ uma princesa, ela é rainha. Moana segue uma premissa parecida no que diz respeito à participação masculina, não é uma princesa por definição, não é branca e tem cabelos cacheados. Falando em cabelos cacheados, os volumosos cachos de Merida em Valente são a mais visual quebra de paradigma que ela traz, mas também há toda questão de ser um exímia arqueira e não querer se casar.

Todas essas tem muita importância especialmente para as meninas que vieram a influenciar positivamente. Assim como Mulan, uma jovem destemida que arrisca a própria vida por amor à família e à pátria para se tornar uma das maiores guerreiras de toda a China.

A favor de Mulan, temos o fato de que ela foi pioneira em 1998. Tudo bem que não foi a primeira protagonista não europeia das animações do estúdio, essa foi Pocahontas. Mas a nativa americana ainda tinha a questão do romance se sobressaindo muito à sua história de fato.

Mulan foi mais protagonista de sua história nesse sentido. Ela quebrou as rígidas regras da cultura chinesa. É inspiradora demais. E é extremamente relevante, tanto que terá seu remake em live action saindo já já, para tentar atualizar sua fan base e aumentar seu alcance em um geração que precisa cada vez mais de personagens como ela.

Além disso, mesmo com alguns pequenos problemas em sua história, como o fato da construção da personagem se dar muito rápido, Mulan continua sendo um filme incrível.

A ideia dessa lista era ter produções de variados gêneros. Mas e você, adicionaria algum filme nessa lista? Discorda de algum? Qual filme com protagonista feminina que você mais gosta?

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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