Dia das Crianças | Games que marcaram nossas vidas

Seguindo a série de textos especiais em comemoração ao Dia das Crianças, chegamos aos games que marcaram nossas infâncias. Esse deu bastante trabalho para compilar, visto que foram muitos os citados. A diferença é que aqui um ou dois anos de diferença entre os entrevistados faz muita diferença, especialmente quando falamos de épocas de transição das gerações de videogames.

Dessa forma, fizemos uma lista um pouco mais extensa que outras, tentando ser o mais justo com todos, tanto os games quanto os entrevistados.

Atari 2600

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Já começamos com um combo: não se trata de um game em específico, mas sim toda uma safra de games de uma mesma plataforma. Eletrodoméstico obrigatório em toda casa nos anos 80, o Atari 2600 fez a alegria de toda uma geração. Foram tantos jogos que divertiram tantas famílias inteiras que ficou difícil citar apenas um.

É quase impossível encontrar alguém com mais de trinta anos de idade que nunca tenha tido um desses em casa ou pelo menos que tivesse um vizinho que chamava os amigos para jogar nos fins de semana e passavam a tarde toda tomando ki-suco e comendo lanchinhos enquanto se revezavam entre os centenas de jogos. Alguns viraram clássicos e ganharam diversas versões em outras plataformas e gerações como Pac-Man, Pitfall, River Raid, Rampage e Space Invaders. Muitos deles foram responsáveis por despertar em corações juvenis o espírito gamer que perdura até hoje.

Alex Kidd

Já na geração seguinte, um dos games que foi bem citado foi Alex Kidd, que fez muito sucesso no Master System da Sega. O sucesso foi tanto que ele passou a vir na memória do console depois de um tempo, o que se tornou um ciclo, já que depois disso, ainda mais gente passou a conhecer o jogo e ele ficou ainda mais popular.

Alex Kidd in Miracle World foi o primeiro título da franquia com um personagem carismático e jogabilidade inovadora. O jogo era do gênero plataforma side-scroller e trazia gráficos bonitos, diferentes cenários – os games da época faziam poucas alterações devido à baixa memória dos consoles – e uma mecânica muito divertida.

Mario

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Aqui temos mais um (super) combo: Super Mario. O personagem mais icônico dos games de todos os tempos não poderia ter sido menos citado e certamente estaria nessa lista com diversos hits.

Desde sua primeira versão no NES (o popular Nintendinho) até os dias de hoje no Nintendo Wi-U ou no Switch, Mario atravessou gerações sempre sendo incrivelmente divertido. Foram tantas aventuras em dezenas de games que não há como escolher a mais influente.

Entretanto, dá pra dizer quais foram as mais citadas: Super Mario World do SNES e Mario 64. Eu mesmo que vos escrevo, escolheria esse segundo como o que marcou mais minha vida, se tivesse que escolher apenas um. Foi o primeiro jogo mais complexo que eu zerei, jogando todos os dias por longas horas durante períodos de férias e fins de semanas.

É claro que suas variações ou spin offs, especialmente Mario Kart foram muito citadas também e merecem menção honrosa por aqui. Mario Kart 64 foi responsável pelos primeiros viradões de jogatina de games de que consigo me lembrar, onde um grupo de amigos se reunia e virava a noite jogando em turnos de 4 players (tanto no modo race como no battle), tudo regado a muito café e/ou pizza.

Sonic

Outro personagem icônico que atravessou gerações e plataformas foi Sonic. A maioria dos fãs do porco espinho azul da Sega o conheceu no Master System (onde quase sempre vinha na memória do console) ou no Mega Drive (onde era o cartucho que vinha acompanhando o console).

O fato é que aquela bolinha azul que cruzava cenários de cores escalafobeticamente coloridos de forma epilepticamente rápida conquistou milhões de jovens gamers nos anos 90, o que levou a franquia a ganhar novo fôlego nas novas gerações, mesmo com a derrocada da Sega.

Da mesma forma que Mario 64 foi o game mais importante da minha vida, Sonic tem um carinho todo especial na minha infância, sendo o primeiro game ever a ser zerado, no primeiro console só meu (o Atari, antes deles, era do meu irmão e eu herdei).

Pokémon

Mais um exemplo de game atemporal e multiplataforma. Pokémon marcou toda uma geração de gamers e ganhou novas versões ao longo dos anos em diversas plataformas da Nintendo.

Fazendo a pesquisa para esse texto, tive reforçada a ideia de que esse é um marco inegável na história dos games e dos gamers. Faz parte da vida de milhões até hoje. Os mais mencionados comomarcantes em suas vidas foram os três que ilustram esse texto (Red, Blue e Yellow), juntamente com as versões Silver e Gold, todos eles para Game Boy e Game Boy Color.

A febre Pokémon Go (único que tentei jogar) só reafirma essa ideia: na semana de lançamento em Julho de 2016 teve mais de 10 milhões de downloads e já no dia 20 do mesmo mês já era o jogo móvel com maior atividade nos Estados Unidos, com 21 milhões de usuários ativos, superando Candy Crush Saga, que marcou 20 milhões.

Na semana do lançamento do jogo, servidores australianos tiveram problemas devido à popularidade do jogo. Em 15 de julho, aproximadamente 1,3 milhões de pessoas o jogaram na Holanda, mesmo sem o aplicativo ter sido oficialmente lançado no país até a data. Em 20 de julho, mais de 30 milhões de pessoas baixaram o jogo em todo o mundo. No dia do lançamento japonês, mais de 10 milhões de pessoas baixaram o jogo, sendo 1,3 milhões nas primeiras três horas. Através de compras no jogo, foram gerados mais de US$35 milhões em receita até 20 de julho. A partir de usuários apenas de iOS, o jogo gerou aproximadamente US$1,6 milhões em receita diária  A utilização diária média do aplicativo em dispositivos Android ultrapassou Snapchat, Tinder, Twitter, Instagram e Facebook.

Street Fighter e Mortal Kombat

Arcades também têm seu espaço nos corações gamers. Street Fighter e Mortal Kombat foram os maiores hits de uma geração que cresceu nos anos 90 e 2000 e se tornaram clássicos eternos.

Street Fighter II’, o mais popular de todos os tempos, foi o primeiro jogo de luta que joguei no ‘fliper’. É uma missão quase impossível achar alguém que tenha sido criança/adolescente nos anos 90 que tenha passado essa fase sem nunca ter disputado um round que seja em uma máquina, que normalmente ficava em botecos espalhados pelo Brasil.

Tivemos ainda as tão famosas Street Fighter de Rodoviária (ou Alteradas, ou vários outros apelidos ao redor do Brasil) onde os piratas dos games alteravam o código fonte do jogo e faziam as maiores bizarrices no jogo, como personagens que não tinham ‘magia’ sendo capazes de soltar de outros personagens em momentos aleatórios, ou ainda lançar um monte de magias de uma vez só, golpes que tiravam quase a energia inteira e por aí vai. Independente da versão (eram dezenas delas), provavelmente o chamado ‘gamer de raiz’ precisa ter jogado pelo menos uma para ser considerado como tal. O canal Defenestrando Jogos fez um vídeo explicando o que eram essas versões e mostrando algumas delas.

Como dito anteriormente, Mortal Kombat foi o maior rival de Street Fighter nos anos 90. Me lembro claramente a primeira vez que vi o primeiro MK e do trauma que foi ver um lutador ser jogado da Ponte. Da mesma forma, também tive pesadelos com os tão famosos (e realistas para a época) fatalities.

Não por acaso tive meu próprio exemplar de Mortal Kombat 3 em meu Mega Drive alguns anos depois, e esse certamente está no top 5 dos games que mais joguei na vida.

Ambos, SF e MK ganharam diversas versões em praticamente todos os consoles de todas as gerações posteriores ao seu lançamento (e até algumas não oficiais para os consoles mais antigos). Até hoje as franquias continuam se reinventando e conquistando novos fãs, vide o sucesso de Mortal Kombat X e os campeonatos super organizados de Street Fighter V.

The King of Fighters

Na cola do sucesso dos jogos de luta iniciado pelos dois citados acima, temos toda uma leva de games que se tornaram clássicos, todos em lançados em um boom impressionante da SNK nos arcades e em seu console Neo Geo pelo mundo. Todos pareciam fazer muito sucesso e quase sempre conquistavam o público logo de cara. Samurai Shodown, Savage Reign, World Heroes, Art of Fighting, Fatal Fury… Todos com várias sequencias.

Mas nenhuma franquia foi tão bem sucedida (e amada) como The King of Fighters. O jogo era um crossover entre Art of Fighting e Fatal Fury (maiores sucessos da SNK até então) e era uma espécie de Dream Match, ou seja, estava mais preocupada com a diversão e não tanto com uma história muito coesa e muito menos linha temporal.

O mais citado entre todos da franquia que já tem 14 jogos oficiais, foi a edição The King of Fighters ’97. Esse foi o quarto lançado e por alguma razão a dinâmica desse foi a mais bem aceita e sempre terá seu espaço nos corações dos gamers. Além dos personagens que já eram habituais e familiares aos jogadores, nessa edição ainda era possível controlar os personagens ‘incorporados’ ou ‘evil’, e os favoritos eram Iori e Leona, que em relação às suas contrapartes regulares, eram absurdamente mais rápidos e seus golpes tiravam muito mais energia. Em algumas regiões era até ‘proibido’ escolher tais personagens na hora de ‘bater um contra’, ou como ficou mais popular depois, um ‘x1’.

Além dos jogos de luta, que eram o carro chefe da empresa, a SNK também emplacou outros grandes hits em outros gêneros. Os mais famosos e que também foram bastante citados são: Metal Slug, Super Sidekicks e Aero Fighters (Sonic Wings).

Sunset Riders

Outro clássico muito citado foi Sunset Riders. O jogo de velho oeste que pode ser jogado por até 4 jogadores ao mesmo tempo teve versões com sensíveis diferenças para arcade e para os consoles domésticos da época (SNES e Mega Drive).

Apesar de não ter se tornado uma franquia que acompanhou a evolução dos games, bastou apenas um game para que o título ficasse marcado na vida dos que o experimentaram.

Em tempos de Red Dead Redemption, Sunset Riders poderia muito bem fazer um retorno triunfal.

007 Goldeneye

Mais um pra lista dos que mais joguei na vida: 007 Goldeneye de Nintendo 64. O jogo era um FPS bastante inovador pra época e tinha missões bem elaboradas. Honrou a história de Bond, James Bond.

Além do modo história (que aliás era muito fiel ao filme, parecendo até ter sido feito em conjunto), havia ainda um divertidíssimo modo multiplayer. Uma pena que àquela época ainda não tínhamos os recursos para jogar online como temos hoje, e o máximo que conseguíamos eram 4 players dividindo a mesma tela. Senão, até hoje o jogo poderia ter milhares de jogadores ativos, tal qual acontece com Counter Strike, por exemplo. Aliás, dá até pra dizer que este é uma grande inspiração para muitos dos jogos que se seguiram no mesmo gênero.

Resident Evil

Resident Evil começou seu sucesso ainda no primeiro Playstation. Sua sequência, ainda no PS1, fez ainda mais sucesso. Bem antes de The Walking Dead, isso era o mais próximo que as crianças e adolescentes (indevidamente, claro) tinham acesso relacionado a zumbis.

Inclusive, pode se dizer que Resident Evil 2 foi um dos principais responsáveis pelo boom de jogos (e tudo mais) de zumbis que veio a acontecer alguns poucos anos depois. Em todo grupo de amigos gamers havia aqueles que se achavam super corajosos por passarem noites jogando e se assustando com o jogo. Esse marcou a infância de muita gente, mas de uma maneira diferente dos outros: com pesadelos!

Apesar de não ser necessariamente um jogo para crianças, na época em que foi lançado a classificação indicativa não era algo que fosse muito levado em conta. Deste modo, muitas foram as crianças que passaram noites de terror jogando games desta franquia.

Final Fantasy

Mais um que teve seu melhor momento no Playstation 1. Contudo, Final Fantasy começou a mostrar ao mundo um jeito de novo de se jogar RPG ainda em 1987, no NES (Nintendinho <3). Ao longo dos anos passou a ser lançado para outras plataformas, especialmente da Nintendo. Apenas em 1997, dez anos depois de sua estreia é que a série saiu de casa e foi conhecer a Sony.

Particularmente, o sistema de jogo nunca me agradou muito, por essa razão não posso dizer que ele marcou a minha infância. Mas não há como negar a importância dele para o mundo dos games e seus fãs.

Os jogadores comandam um grupo de personagens nos jogos Final Fantasy enquanto eles progridem pela história ao explorar o mundo e derrotar oponentes. Inimigos são tipicamente encontrados randomicamente através da exploração, um traço que mudou a partir de Final Fantasy XI e Final Fantasy XII. Os jogadores emitem ordens como “Lutar”, “Magia” e “Item” para personagens individuais enquanto combatem através de uma interface de menu. As batalhas eram organizadas em rodadas antes de Final Fantasy XI, com os protagonistas e os antagonistas em lados diferentes do campo de combate. Final Fantasy IV introduziu o sistema “Active Time Battle” que ampliou a natureza de rodadas com um sistema de marcação de tempo perpétuo. Ele injetava urgência e excitação no combate ao forçar o jogador a agir antes do inimigo atacar, sendo empregado até Final Fantasy X, que implementou o sistema “Conditional Turn-Based”.

A série tem sido muito bem sucedida comercialmente e criticamente; é a franquia de jogos eletrônicos mais vendida da Square Enix, com mais de 110 milhões de unidades vendidas no mundo inteiro e sendo uma das séries de jogos de maior sucesso da história. FF é conhecida por suas inovações técnicas, gráficos e música, como a inclusão de full motion video, modelos de personagens fotorrealistas e trilha sonora orquestral. A franquia introduziu muitos elementos atualmente comuns em jogos de RPG e foi creditada como tendo ajudado a popularizar RPGs de console fora do Japão.

Além disso, por ser pioneira no gênero, inspirou (e foi copiada por) muitas outras franquias de RPG que acabaram fazendo muito sucesso (e fazem cada vez mais), como por exemplo League of Legends. Ele também possuía um dos primeiros sistemas de evolução de classes de personagens, além de diferentes métodos de transporte como barcos, canoas e aeronaves. FFII apresentou um sistema de progressão baseado em atividades, algo que depois foi empregado em outras séries de RPG como SaGa, Grandia e The Elder Scrolls

Zelda: Ocarina of Time

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Gamers mais velhos já conheciam a franquia de outros consoles. No entanto, Zelda: Ocarina of Time foi um verdadeiro impacto para todos os jovens gamers que foram introduzidos à franquia neste título. Muito mais do que um game, Ocarina of Time foi uma aventura extremamente marcante para os jovens gamers.

É possível buscar na memória momentos marcantes e ter a exata sensação de que tudo fora vivido pelo jogador e não por um personagem.


Não precisa dizer muito mais para comprovar que os games são parte extremamente relevante na formação nerd e pessoal das crianças. Seja jogando jogos divertidos e coloridos como Mario, desafiadores como Zelda ou aterradores como Resident Evil, a experiência é muito mais do que um produto adquirido, mas sim uma verdadeira aventura.

Obviamente, muitos games ficaram de fora desta lista, podemos citar clássicos como Kirby, Metal Gear, Dino Crisis e tantos outros. Por isso, queremos que divida conosco quais outros games marcaram sua infância.

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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