Deuses Americanos – S01E03 | Fogo e Neve

O céu. Vimos muito dele em Head Full of Snow, terceiro episódio de Deuses Americanos. Começamos em mais uma história de entidades na América. No capítulo dessa semana, somos apresentados ao deus da morte egípcio, Anubis (Chris Obi). É mostrado a crença da religião antropofágica no deus com cabeça de chacal e seu julgamento. Anubis arranca o coração do morto e o coloca em uma balança com uma pena. Se o coração for mais pesado, a pessoa é considerada má e sua alma nunca alcançará o paraíso. Guarde bem essa informação, ela será útil no futuro.

A cena do julgamento se passa um deserto sob um céu que só posso descrever como pintado à mão. A visão não é realística e creio que não foi a intenção, por que ter realidade quando podemos ter magia? A trilha sonora, mais uma vez, acerta em cheio em nos enviar ao Egito Antigo, antes mesmo de sairmos do Queens.

Após a abertura, o episódio segue com um ritmo menos acelerado que o dos capítulos anteriores. Shadow (Ricky Whittle) conhece a entidade da noite Zorya Polunochnaya (Erika Kaar), irmã da guardiã da tarde Zorya Vechernyaya (Cloris Leachman) e da manhã Zorya Utrennyaya (Martha Kelly), e mais uma vez, o céu aparece de forma a destacar a magia do momento.

Esses pequenos encontros de Shadow com seres mágicos tentam conduzi-lo a verdade da situação em que ele se encontra, mas que se recusa a acreditar. Só podemos dar ao homem mais tempo até que ele perceba que o mundo em que ele se encontra é um céu pintando em aquarela, cheio de sutilezas e cores, e não uma foto em preto e branco.

Outro destaque do episódio foi a presença de Mad Sweeney (Pablo Schreiber) as, que deu a deixa para a esposa morta de Shadow, Laura Moon (Emily Browning) aparecer na série. Toda a situação foi conduzida desta forma porque, como anunciado anteriormente, o quarto episódio será dedicado a nos apresentar quem é Laura. Isso se dá, porque a produção da série e o próprio Neil Gaiman, prometeram uma maior participação da personagem na série. No livro, apesar da grande importância, ela não tem muito espaço para se desenvolver.

Não poderia deixar de fora desta resenha uma das cenas mais comentadas da série até o momento, a cena de sexo entre um Jinn de olhos flamejantes e um homem humano. É uma cena explicita sim, mas não deixa de ser romântica, bela e espiritual. Durante o ato, os homens se veem em um deserto (semelhante ao do começo do episódio e sob o mesmo céu estrelado) e se sentem compartilhando algo de muito especial no momento. Não é apenas sexo, vemos uma conexão entre os dois logo que se encontram no taxi.

 Bryan Fuller, showrunner da série, comentou sobre a cena ao The Hollywood Report, ao site ele comentou a importância de termos um personagem homossexual do oriente médio, onde gays são punidos com a vida. “Queria mostrar a um garoto gay do Oriente Médio, que poderia encontrar essa série de alguma forma e ver aquela cena, que há pessoas lá fora que não pensam que ele é uma abominação “.

Do calor do Jinn, passamos a Shadow criando neve. Mais uma coisa para a mente racional de Shadow não conseguir processar, “como fiz nevar apenas com o pensamento? ”  Mr. Wednesday (Ian McShane) resolve roubar um banco e Shadow se torna seu parceiro de crime, a neve serviria para ajudar no rouboSeriam os dois uma versão moderna e mais esperta de Buddy Cassidy e Sundance Kid?

Em geral, foi um episódio mais dedicado aos detalhes que serão importantes na história (mantenha seus olhos atentos aos detalhes). O ritmo lento pode assustar algumas pessoas, mas a história só está começando.

 

Pedro Cardoso

Editor do Capacitor, apaixonado por games, filmes e literatura sci-fi/fantástica.

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